Atenção, mamães: nem todo protetor solar é indicado para gestantes

As mães que adoram ir à praia pegar sol e sentir a brisa do mar estão fazendo muito bem para os seus bebês, pois os raios solares são a principal fonte de vitamina D.

Segundo um estudo feito pela Universidade de Edimburgo, mães que receberam exposição à luz solar no primeiro trimestre da gravidez diminuíram as chances de desenvolver problemas relacionados à placenta, como o aborto espontâneo.

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Cuidado com o sol

Mas, apesar de ser fundamental para o organismo da gestante, é importante ter cautela na hora de tomar sol para evitar danos à pele. No período entre 10h e 16h, a radiação é mais intensa e, portanto, não é um horário indicado para ir à praia.

Outro cuidado essencial é não esquecer de usar o protetor solar, que ameniza problemas de pele como melasma (cloasma gravídico), manchas escuras na pele.

Mas, calma lá! Nem todo produto é indicado para gestantes. Isso mesmo! O filtro solar químico, produto mais comum desta categoria, possui substâncias químicas que penetram na epiderme e podem afetar a gravidez.

De acordo com Carlos Moraes, ginecologista e obstetra, o produto mais indicado para as grávidas são loções que atuam contra os raios UVA e UVB, com fator de proteção solar (FPS) entre 30 e 50.

Outra opção é o uso de filtro solar físico ou mineral, que cria uma barreira na pele, impedindo a absorção de raios ultravioleta, além de ser hipoalergênico.

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Protetores não indicados para gestantes

De acordo com o estudo The Skin in Pregnancy, publicado recentemente no Journal of Cutaneous Medicine and Surgery: Incorporating Medical and Surgical Dermatology; e a pesquisa Safety of skin care products during pregnancy, publicado no Journal Canadian Family Physician, os componentes prejudiciais à gravidez mais encontrados nos protetores solares são:

• Oxibenzona: ao ser absorvida pela pele e cair na corrente sanguínea, o componente pode gerar reações alérgicas e prejudicar a produção hormonal;
• Retinol: de acordo com o especialista, o retinol pode gerar “defeitos congênitos em um embrião ou feto, por meio de efeitos tóxicos, causando a má formação de um bebê em desenvolvimento. Além disso, produtos à base de retinóides são fotossensibilizantes e antagonistas ao sol, provocando hiperpigmentação na pele e queimaduras”, disse. Na embalagens, o componente pode vir escrito como palmitato de retinil (também chamado de acetato de retinil) e linoleato de retinil;
• Ureia: segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a ureia pode acarretar a má formação do feto. Na embalagem, procure termos como diazolidinil urea e imidazodinil urea,
• Cânfora: outra substância contraindicada pela ANVISA durante a gravidez, a cânfora pode imitar o hormônio estrogênio e, em grande concentração, aumentar o risco de aborto. Além disso, o componente também pode comprometer o desenvolvimento do feto.

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Componentes também podem prejudicar o aleitamento materno

As substâncias presentes nos protetores solares químicos podem ser absorvidas pela pele e excretadas no leite materno. Foi o que mostrou um estudo feito pela Universidade de Zurique e publicado pela  Sociedade Brasileira de Dermatologia. Na pesquisa, 85,2% das amostras de leite materno tinham algum resquício de protetor solar.

O estudo identificou três substâncias prejudiciais ao organismo do bebê: 4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC), 3-benzilideno cânfora (3-BC) e octocrileno (OC). Estes componentes podem comprometer o cérebro, órgãos sexuais, pulmões e outras glândulas em formação.

Antes de comprar um protetor solar para tomar sol, Carlos Moares orienta que é importante as mães conversarem com o médico para saber qual o produto mais indicado.

“Ainda que os riscos não sejam iguais para todas as gestantes, não vale a pena arriscar. Em uma gestação de alto risco, por exemplo, qualquer fator externo minimamente prejudicial pode agravar o quadro da gravidez”, finaliza.