Fotos: Reprodução / Divulgação

Alinne Rodrigues Belo

Criado em 30/04/21

Pais devem se atentar aos sinais do autismo logo na primeira infância

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O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. O TEA começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) estima que, em todo o mundo, uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista. 

Esse é um transtorno do neurodesenvolvimento em que, apesar de cada criança ser diferente da outra, os pais devem estar atentos a alguns sintomas que são semelhantes. As crianças com TEA apresentam dificuldades ou limitações na comunicação e na interação social, atraso na linguagem verbal e não verbal e dificuldade de socializar com crianças da mesma idade e até mesmo com familiares.

A maioria dos sintomas do transtorno do espectro autista costuma já estar presente entre 12 e 18 meses de vida e há também outros pontos a serem observados. Essas crianças possuem interesses restritos e repetitivos, com comportamentos estereotipados e rígidos, além de dificuldades de tolerar mudanças na rotina. É importante estar atento ainda se a criança perder alguma habilidade que já tinha adquirido, como balbuciar e apontar. Toda regressão é um sinal de alerta para transtornos do desenvolvimento neurológico.

Outras características são crianças que não apresentam sorriso social, não atendem chamado, não reagem a ruídos e sons do ambiente ou se tem reação exacerbada diante de um som específico. Crianças com dificuldade de manter contato visual, que olha nos olhos de maneira rápida, o olhar não é sustentado. 

Elas possuem mais interesse em objetos do que na face das pessoas e se interessam muito por objetos que possuem movimentos repetitivos. Crianças que vocalizam pouco, com dificuldade de tolerar o toque, com distúrbios do sono ou irritabilidade elevada. É importante ressaltar que não é preciso apresentar todos esses pontos em conjunto.

Tratamento

Ao identificar algumas dessas características, o primeiro passo é procurar um pediatra, que depois fará encaminhamento para outros especialistas de áreas como neurologia pediátrica, psiquiatria infantil, pediatria com especialização em comportamento e desenvolvimento. O diagnóstico do transtorno do espectro autista é desafiador, muitas vezes precisa de mais de uma avaliação, pois nem sempre a criança tem todas as características.

Porém, mesmo com a suspeita do autismo, já é importante iniciar o tratamento. Ele é feito com uma equipe multidisciplinar, pode envolver psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, ecoterapeutas, hidroterapia e em alguns casos terapia com psicomotricidade. Serão traçados caminhos que consistem, basicamente, em estimulação e reabilitação de sintomas”. O acompanhamento é individualizado e de acordo com os tipos e os graus dos sintomas apresentados.

O autismo não tem cura, mas é reabilitável e seu tratamento é por tempo indeterminado. Muitas vezes é para a vida toda. O objetivo é fazer com que a criança tenha autonomia, independência, melhora da socialização e desenvolvimento adequado da linguagem. Em muitos casos o tratamento é modificado com o tempo, o número de sessões pode ir variando com cada profissional envolvido.

O transtorno possui três graus: leve, moderado e grave. O leve é quando se torna uma pessoa adaptada, o moderado é quando tem sub-respostas às terapias e o grave é aquele que mesmo com as terapias não possui boa evolução.

Origem

A causa exata do transtorno do espectro autista ainda não foi completamente definida pela medicina. O que se sabe é que tem base genética e esses genes são influenciados por transtornos ambientais, os quais ainda estão em estudos. Além disso, já temos conhecimento que o acúmulo de agrotóxico nos alimentos ao longo dos últimos 30 anos, o uso excessivo de eletrônicos, o consumo de alimentos industrializados e transgênicos estão sim interferindo na expressão dos nossos genes e fazendo com que o espectro esteja cada vez mais presente.

É importante as pessoas estarem mais conscientes. O que a sociedade precisa entender é que, não só o autismo, mas todos os transtornos do desenvolvimento da infância são extremamente prevalentes e comuns no nosso dia a dia e estão se tornando cada vez mais frequentes. É importante que haja esclarecimento da população, das crianças, da escola. Existe muito preconceito porque as pessoas rotulam e não entendem os comportamentos.

Sobre a educação, é preciso acolher e saber conduzir o paciente. As escolas precisam estar mais preparadas para lidar com essas crianças, precisamos avançar. Muitos profissionais das áreas da saúde e educação precisam de treinamento maior. 

Uma coisa que sempre gosto de dizer para todas as famílias que acompanho na neuropediatria é que não existe nenhuma pessoa igual a outra, todos somos diferentes e temos nossas dificuldades específicas, algumas com mais e outras com menos. Precisamos levar para a sociedade o conceito real de empatia, tolerância e colocar isso em prática.

Sobre Alinne Rodrigues Belo:

Médica Neuropediatra.

Instagram: https://www.instagram.com/alinne.neuropediatria/

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 30/04/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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