Fotos: Reprodução / Divulgação

Seletividade alimentar é uma característica do espectro autista que pode ser melhorada

O autismo não é caracterizado como uma doença, mas sim uma condição neurológica, responsável pelo desenvolvimento e comportamento de uma pessoa e como ela percebe o mundo, portanto não há cura. Porém, muitos avanços foram feitos nos últimos anos e a estimulação precoce multidisciplinar tem apresentado resultados extremamente satisfatórios no tratamento de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). 

Uma das características mais comuns nestes indivíduos é a seletividade alimentar, ou seja, uma forte resistência em ingerir determinados alimentos e texturas. Em muitos casos a criança leva esse hábito até a fase adulta e mesmo assim não desenvolve de modo satisfatório esta ocorrência. 

Ao longo da minha carreira, atendi casos de seletividade extrema, porém, é possível aplicar técnicas simples capazes de reverter o quadro de seletividade em crianças com TEA. O primeiro passo é identificar o grau de seletividade e onde está a maior dificuldade, se é na textura, na apresentação do prato ou até mesmo nas cores. 

Inicio meus atendimentos entendendo as dificuldades que os pais enfrentam durante as refeições, depois é hora de observar a criança. Por essa razão, para os experimentos no consultório tenho uma cozinha onde alguns alimentos são apresentados e preparados para a criança. Após entender a problemática, utilizo técnicas que envolvem a criança no processo do preparo até que chegue ao prato e ela já tenha familiaridade e inclinação a provar o alimento. 

A criança precisa participar para conhecer e reconhecer os sabores e cores dos alimentos, só assim é possível se familiarizar e introduzir texturas diferentes. As resistentes a texturas podem desenvolver alguns problemas de deglutição, dentição e até a fala. Sabendo a comunicação também é atingida por crianças com TEA, sugiro incluir no tratamento os processos de introdução alimentar e seletividade, uma vez que contribui também para o desenvolvimento da fala, já que o ato de mastigar também fortalece os músculos da face e da garganta. 

A estimulação precoce em crianças com TEA minimiza muitos danos e garante que seu desenvolvimento e relação com os demais seja menos impactada e proporcione uma melhora na qualidade de vida. 

Criado em 12/11/21
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