Efeito colateral! Relatório mostra os riscos da pandemia de Covid-19 para mães e crianças

O relatório “Every Woman, Every Child, Every Adolescent” (Toda mulher, toda criança, todo adolescente), publicado em julho de 2020, no painel independente das Nações Unidas revelou que “a Covid-19 está tornando uma situação ruim pior”, em relação à saúde das mulheres, mães e crianças. 

De acordo com o documento, divulgado pelo BBC News, o contexto da pandemia pode tirar a vida de mais de 400 mil crianças com menos de cinco anos, por conta de interrupções nos serviços de saúde. Isso porque, com o agravamento da crise sanitária, os profissionais de saúde estão sendo transferidos da maternidade para atender pacientes com Covid-19. Consequentemente, a atenção aos recém-nascidos e as mães fica desfalcada.

Já em relação à mortalidade materna, as consequências da pandemia de Covid-19 podem provocar novas 24,4 mil mortes. O relatório ainda alerta que 13,5 milhões de crianças deixaram de ser vacinadas contra doenças fatais e cerca de 370 milhões de crianças deixaram de receber refeições nas escolas. 

Outro dado alarmante é que aproximadamente 66 milhões de crianças correm o risco de cair na extrema pobreza. Em paralelo, as mulheres estão cada vez mais vulneráveis à depressão e à ansiedade. Além disso, pode haver mais 15 milhões de casos de violência contra mulheres e meninas a cada três meses de confinamento. 

O que relatório diz sobre o Brasil

O documento ressalta uma preocupação com o aumento da mortalidade infantil. Foi apresentado um levantamento de 193 países, nas seguintes categorias: “superado”; “avançado”; “intermediário”; e algo como “correndo atrás”. Os dados são de antes da pandemia de Covid-19, entre 2015 e 2018. O Brasil é classificado cinco vezes no item “superado”: índice de mortalidade materna; taxa de crianças natimortas; mortalidade infantil; mortalidade abaixo dos cinco anos; e registro civil de óbitos. Já no índice de mortalidade adolescente (10 a 19 anos), o país aparece como intermediário.