Primeiro banho do recém-nascido: quando ele deve ocorrer?

A chegada de um bebê é um momento de novos desafios, dúvidas e aprendizados. Até mesmo o banho, um hábito tão normal na rotina adulta, gera inseguranças e incertezas quando falamos de recém-nascidos. Trata-se de algo compreensível, afinal o momento certo da primeira higienização e a frequência são importantes para manter a saúde em dia e evitar consequências à pele dos pequenos.

É essencial compreender que o banho nos recém-nascidos deve ser iniciado apenas quando já há estabilidade térmica da criança, o que, segundo a Organização Mundial da Saúde, ocorre após 24 horas do nascimento.

Respeitar esse prazo tem duas razões importantes e a primeira delas está associada à presença do vérnix na pele dos recém-nascidos. A substância é formada por uma combinação de secreções e permite a maturação adequada da pele, assim como sua proteção contra o líquido amniótico e suas enzimas.

O vérnix também tem papel antibacteriano e antioxidante e atua como um lubrificante que auxilia no momento parto. Como sua lista de benefícios não se extingue depois do nascimento, é preciso aguardar para dar o primeiro banho para preservar a presença da substância no corpo do bebê. Reter o vérnix, por exemplo, determina a melhor hidratação da pele e a maior proteção contra microrganismos patogênicos, pois a substância proporciona pH menor (e mais fisiológico) e reduz o eritema.

O segundo importante motivo para aguardar o prazo de 24 horas de nascimento até o primeiro banho é a amamentação. Quando o primeiro banho é realizado de forma precoce, pode haver uma interrupção desnecessária da amamentação ou maior risco de hipotermia e desconforto respiratório.

Após o período, o ideal é que o banho seja dado com produtos capazes de garantir uma eficaz barreira cutânea – caso dos sabonetes líquidos específicos para as peles sensíveis de recém-nascidos e de lactantes. Outros cuidados que devem ser tomados em relação ao banho estão relacionados à temperatura da água e à frequência.  A orientação é que a opção recaia sob o banho de imersão, como numa banheira, para promover menor perda de calor e maior conforto ao bebê – tudo isso com a manutenção da temperatura da água entre 37 Cº e 37,5 Cº.

A duração do banho também merece atenção. O ideal é que o processo tome de 5 a 10 minutos – diariamente ou mesmo 2 ou 3 vezes na semana. O importante é que áreas das pregas, do cordão umbilical e aquelas onde as fraldas mantêm contato com o corpo do bebê sejam devidamente higienizadas.

Por fim, uma das dúvidas frequentes é sobre o uso dos hidratantes. Eles podem entrar na rotina de cuidados com a pele dos bebês, mesmo no período neonatal. A preferência é que sejam usados após o banho, diariamente ou pelo menos três vezes na semana. E, assim como os lenços umedecidos, é preciso ficar atento para escolher opções livres de substâncias irritantes como álcool e fragrâncias.