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Vamos refletir: Por que os pais suprem a ausência com presentes?

Podemos iniciar o tema observando que a ausência é assunto não muito discutido no ambiente familiar por quase sempre resultar em um conflito. E ainda por muitas vezes, até mesmo sem perceber, o comportamento de dar presentes ao invés de atenção vem atrelado a uma vida extremamente corrida, onde os pais nem sempre conseguem estar presentes na vida dos filhos como desejam e os motivos são inúmeros. É importante lembrar que isso independe também da condição financeira, em todas as classes sociais o problema persiste em diversos graus.

Quando compensamos uma ausência com presentes para os filhos não calculamos o resultado negativo. Preciso dizer que é ainda pior para as crianças, que estão em processo de formação e tudo que se aprende e se vivencia entre a primeira e a segunda infância fica registrado e influência a vida adulta. A longo prazo, essa estratégia de compensação pode gerar um distúrbio no futuro, além de poder transformar a forma como estas crianças irão enxergar o mundo e as pessoas ao seu redor.

Contudo, a melhor maneira é encarar a realidade sem culpa e colocar presença e qualidade no tempo que se fica com os filhos. Planejar um estilo de vida que inclua na agenda tempo para quem amamos é essencial, e a dica é criar momentos em que possa se desenvolver a intimidade com os filhos, pois isso permite exercitar afeto ao invés de trocas materiais.

É importante também mostrar para as crianças o motivo que o deixa longe em alguns períodos do dia, contando com cautela para não falar apenas das obrigações e necessidade financeira. Falar sobre legado e propósito também pode ser educativo, e compartilhar o impacto de seu trabalho na sociedade pode ajudar muito seu filho na hora dele escolher a vocação.

Mas afinal, como ter um tempo de qualidade com as crianças? Não é algo muito difícil como muitos pensam, mas a palavra-chave neste contexto é a administração de tempo. Para ir muito direto ao ponto eu colocaria esse tema em quatro dicas pontuais:

1- Primeiramente, lembrar em qual do papel de pai ou de mãe e ter ciência que esse encargo é insubstituível e dar o devido valor a esse papel;

2- Não esquecer do autocuidado, alguém doente, cansado ou irritado não consegue ter qualidade em nenhum tipo de relação e acaba deixando de ser um bom exemplo aos filhos;

3- Dialogar e negociar é fundamental, converse com os filhos sobre o que eles gostariam de fazer com você, evite impor ou tentar adivinhar, a margem de erro é enorme, pois o que é divertido e importante para nós, nem sempre é para nossos filhos;

4- Procure realizar atividades junto com seus filhos, assim você otimiza o tempo e ainda aproveita para ensinar e educar, além de aproveitar momentos incríveis. Lembre-se que precisa ser leve, sem cara de obrigação, fazer a lição de casa, lavar louça, arrumar a cama, cozinhar, por exemplo, são gestos possíveis.

Quando falamos em compensação de ausência por presentes, podemos entrar em um outro tema muito importante para se tratar com os pequenos: a educação financeira.

Portanto, vale lembrar a importância de apresentar o planejamento financeiro para as crianças, pois quanto mais cedo, maior será a consciência em relação ao dinheiro. Precisamos ser um bom exemplo para os filhos, pois eles veem os pais como referência e estão sempre observando seus atos.

Para falar sobre finanças com as crianças é necessário respeitar a faixa etária; uma criança de 6 anos aprende de uma forma diferente que uma criança de 10 anos, mas ambas são capazes de ampliar seu repertório a partir de experiências vividas.

E com o Dia das Crianças se aproximando, essa pode ser uma excelente oportunidade de ensinar a escolher o presente ou lidar com o dinheiro recebido da família. Como por exemplo, na experiência dentro loja, com o processo de compra temos a oportunidade fazer várias reflexões sobre arquitetura de escolha.

Quando meus filhos recebem a mesada ou algum dinheiro de presente, ensino a guardar uma parte do dinheiro para projetos futuros e destinar outra parte para comprar o que eles quiserem. Fora isso, costumamos comprar brinquedos ou presentes apenas nas datas comemorativas: Dia das Crianças, Natal, Páscoa e aniversário. Apenas quatro vezes por ano, pois isso nos permite exercitar afeto ao invés de trocas materiais no restante do ano, e assim preencher nosso tempo com arte, natureza e cultura.

Criado em 23/08/21
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