Por Luiza Fortes
Criado em 06/12/23
Fotos: Reprodução / Divulgação
Terça-feira, 5 de dezembro de 2023, foi divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, o resultado do PISA 2022.
Aplicada de 3 em 3 anos, na última vez que a avaliação ocorreu o mundo ainda não tinha ideia que passaria por uma epidemia como foi a do coronavírus. Essa é a primeira vez que podemos conferir quais foram os impactos da pandemia no processo de aprendizagem dos alunos ao redor do globo, especialmente dos brasileiros.
O Pisa avaliou mais de 690 mil estudantes de 15 anos em 81 países no mundo. O que mais impressionou os avaliadores é que no ano de 2022 o ramo da matemática teve uma queda muito notável quando comparada com as avaliações anteriores.
Este ano o PISA foi um pouco diferente das demais edições. O foco da prova de 2022 foi Matemática, o que significa que a maioria das questões da prova foram voltadas para essa área do conhecimento.
Os alunos de territórios asiáticos tiveram mantiveram seu primeiro lugar no pódio com as melhores notas, destacam-se Japão, Coreia e sobretudo Singapura, que obteve os melhores resultados em todas as áreas da prova.
No entanto, a prova, aplicada desde 2000, nunca teve a impressionante queda de 4 pontos em matemática como foi observada na amostra aqui abaixo:
Essa diferença foi apontada não só no Brasil, mas em outros países do globo que até então mostravam resultados superiores a cada edição.
Um ponto importante na avaliação mundial, é que foi percebido que alunos que passam mais tempo diante de telas como celulares e tablets tiveram pior desempenho no Pisa 2022.
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Assim como os alunos de outros países, a crise sanitária também afetou a aprendizagem dos estudantes brasileiros. Seguindo a tendência mundial, o Brasil apresentou queda nas três áreas avaliadas: Leitura, Matemática e Ciências, mas quando comparadas aos números globais, podemos ver que a queda é um tanto quanto menos acentuada.
A matemática, considerada por muitos estudantes uma área difícil, foi a que mais recebeu impacto. De 2018 a 2022, a nota caiu de 384 para 379. E quando olhamos para trás podemos ver ainda mais essa diferença, há 10 anos a média era 389.
De acordo com os critérios do comitê de avaliação, uma alteração considerada “aceitável” fica em torno de 2,24 pontos. A queda brasileira em matemática apresenta 5 pontos, o dobro da margem comum, sendo assim podemos dizer que nossos adolescentes não absorveram o conhecimento de forma adequada para o seu desenvolvimento pleno em sociedade, o que preocupa o sistema brasileiro de educação.
Nas outras áreas podemos ver uma alteração abaixo do esperado, mas menos expressiva do que essa. Em Leitura, por exemplo, o desempenho dos estudantes passou de 413 para 410, mostrando que metade dos brasileiros de 15 anos estão abaixo do nível básico de leitura, ou seja, não conseguem identificar informações em um texto mesmo que elas estejam explicitamente ali.
Já em Ciências podemos observar uma diferença que também pode ser considerada como estabilidade, a nota que até 2018 era de 404, caiu ligeiramente para 403, por isso foi considerada a menos preocupante neste momento.
Apesar de declinar nas médias em comparação a si mesmo nos anos anteriores, o Brasil apresentou certa estabilidade quando comparado aos outros países. Hoje, dentre 81 posições ocupamos o 52º lugar no ranking mundial, mas poderíamos e deveríamos ser melhores.
Os resultados mostraram que os estudantes estão 70% abaixo do desempenho considerado básico para a idade, isso quer dizer que nos próximos anos, poderemos ver jovens adultos sem habilidades matemáticas básicas para viverem em sociedade.
Além disso, o Brasil ficou atrás de países como Arábia Saudita, Peru, Costa Rica e Colômbia, ou seja, não ocupamos o primeiro lugar nem mesmo na América Latina. Em matemática o Brasil subiu de 71º para 65º, mas ainda assim se encontra longe da média mundial, que é 472 pontos.
Esse quadro negativo na aprendizagem dos jovens estudantes no Brasil, se deve a vários fatores, entre eles, o fato de que a aprendizagem não é unificada em nosso país, para isso alguns defendem a criação de um Sistema Nacional de Educação.
Já outros especialistas como Priscila Cruz, presidente do Movimento Todos Pela Educação, atribuem esse desempenho insatisfatório à má formação que os docentes brasileiros têm, principalmente em exatas. Há ainda aqueles que consideram que os conteúdos vistos em sala de aula não são ensinados de forma aplicável na vida cotidiana, fazendo com que haja pouco interesse no que está sendo passado em sala de aula.
A sigla PISA refere-se ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (em inglês, Programme for International Student Assessment). Este programa é coordenado pela OCDE.
A prova PISA é aplicada a cada três anos e tem como objetivo avaliar o desempenho dos estudantes de 15 anos em três áreas: Leitura, Matemática e Ciências. Além disso, ela procura avaliar a capacidade dos estudantes de aplicar seus conhecimentos e habilidades para resolver problemas do mundo real.
O programa coleta informações sobre o ambiente educacional e fatores que podem influenciar o desempenho dos alunos, proporcionando uma visão abrangente dos sistemas educacionais em diferentes países.
A avaliação PISA é considerada uma ferramenta importante para comparar o desempenho educacional entre os países participantes e identificar tendências ao longo do tempo. Ela fornece insights valiosos para os formuladores de políticas educacionais em todo o mundo.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 06/12/23. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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