Da Redação
Criado em 27/11/19
Fotos: Reprodução / Divulgação
De acordo com a reportagem da CNN (veja link aqui) um homem de 63 anos morreu, na Alemanha, após contrair uma infecção rara através da lambida de seu cachorro. Infecção foi causada pela bactéria Capnocytophaga canimorsus, comumente encontrada na boca de cães e gatos, mas muito raramente transmitida para humanos.
Antes desse caso os médicos acreditavam que a única forma dos animais passarem essa bactéria para humanos era através de uma mordida. No entanto, o paciente alemão que morreu não foi mordido e seu caso foi estudado em um artigo (link aqui, imagens fortes) produzido pelos médicos do Red Cross Hospital, que fica na cidade de Bremen, Alemanha, e publicado no European Journal of Case Reports in Internal Medicine.
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No começo, o homem apresentou sintomas similares a uma gripe. Poucos dias depois, a doença evoluiu com a aparição de hematomas por todo o corpo, acompanhados de descoloração e necrose de partes da pele. O homem foi medicado mas a doença evoluiu rápido e ele faleceu por falência múltipla de órgãos. Após o registro do caso, os médicos recomendaram no artigo que os donos de animais de estimação que apresentarem sintomas similares aos da gripe devem procurar atendimento hospitalar, ao invés de se medicar com antigripais comuns.
Esse não é o primeiro caso dessa gravidade. Em maio, a CNN relatou outro caso, desta vez de Marie Trainer, do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, que teve pernas e mãos amputadas após contrair essa mesma bactéria após seu cachorro lamber uma ferida aberta que ela tinha na perna.
A CNN relata ainda um terceiro caso, de 2018, no Estado de Wisconsin, de Greg Manteguel, 48 anos, que teve o nariz, rosto, mães e pés comprometidos pela mesma bactéria após ser lambido pelo seu cachorro.
De acordo com o Dr. Stephen Cole, professor de microbiologia veterinária na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a bactéria Capnocytophaga canimorsus faz parte da flora bacteriana de 74% dos cachorros e está normalmente presente em sua saliva. “Geralmente ela não causa nada muito significante, mas se ela entrar pelo lugar errado, no paciente errado, com uma imunidade mais baixa, como bebês, pode gerar infecções severas. É raro, mas acontece”, afirma o médico.
Vale lembrar que essa não é a única bactéria que pode passar dos pets para os humanos. Entre as zoonoses mais comuns está a bactéria Pastuerella, transmitida pela saliva de gatos e cachorros, por mordidas e arranhões. Outra bactéria é a Salmonellla, E. coli, Clostridia e a Campylobacteria, que vivem no intestino dos bichinhos e podem transmitir doenças intestinais severas para humanos, por meio do contato com fezes. Como os animais lambem suas partes íntimas, pode ser transmitida por lambidas. Há ainda os parasitas e vermes, que também são transmitidos pela lambida, sendo os mais severos a Giardia e a Cryptosporidia.
Por outro lado, há pesquisas que mostram que deixar as crianças conviverem com a flora bacteriana dos pets ajuda a desenvolver a imunidade. Há pesquisas que mostram, por exemplo, que crianças com asma podem se beneficiar do convívio com cachorros por causa de uma bactéria presente no intestino dos cães.
Tenho pets e crianças. E agora?
Diante desses casos, o que podemos aprender? O Dr. Cole explica que ninguém precisa se preocupar e sair doando os seus pets. “Os benefícios de ter pets superam em muito os riscos. Eles nos fazem mais felizes e até mais saudáveis, desde que a interação seja sempre feita de uma forma segura”.
A recomendação do médico é jamais deixar que os animais lambam feridas ou cortes abertos, nem que passema língua sobre olhos, boca, genitais e mucosas em geral. Ele recomenda ainda sempre lavar as mãos após o contato com o animal, redobrar a higiene com pessoas de saúde mais frágil – bebês, idosos, pacientes de câncer – e no caso de mordidas sempre procurar atendimento médico o quanto antes.
Além disso, é preciso manter a saúde dos pets em dia. O Companion Animal Parasite Council dos Estados Unidos recomenda seguir programas regulares de vacinação e vermifugação, exames anuais de fezes e tratamento anti parasitas, controle de pulgas, decartar corretamente e diariamente as fezes dos animais com ferramentas adequadas, cobrir as caixas de areia quando não estiverem em uso, limpar sempre muito bem as fritas e vegetais para consumo e principalmente lavar sempre as mãos após contato com animais, principalmente as fezes.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 27/11/19. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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