Fotos: Reprodução / Divulgação

Pesquisa destaca os efeitos negativos do isolamento social na saúde mental de jovens e adolescentes

A cada ano, cerca de 800 mil mortes por suicídio ocorrem no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. Entre os jovens (15 a 29 anos), é a segunda causa de morte globalmente, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Realmente, a transição da infância para a adolescência representa um período crítico para a vulnerabilidade do comportamento suicida. Para agravar, enfrentamos globalmente um momento de pandemia, com o confinamento impactando diretamente a saúde mental de jovens e adultos.

Uma pesquisa nacional do instituto Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures, vem acompanhando crianças e jovens do ensino público ao longo do isolamento. A falta de motivação, que em maio atingia 46%, chegou a 51% em julho, segundo os responsáveis por 1.556 alunos entre 6 e 18 anos. O percentual dos que estão tristes passou de 36% em junho para 41% em julho. No mesmo período, o de irritados foi de 45% para 48%. E são 74% os que se sentem tristes, ansiosos ou irritados.

Os jovens têm uma maior necessidade de conexão social. A adolescência é uma fase de descoberta de si mesmo e de formação da identidade, e para isso o grupo é muito importante. Ao mesmo tempo é uma fase de desenvolvimento muito sensível. Pesquisas feitas com diversas faixas etárias mostram que, naturalmente, pessoas na faixa etária entre 14 e 17, por exemplo, tem mais chances de desenvolver depressão e ansiedade do que em qualquer outra faixa etária, e a pandemia acentua isso.

A insatisfação não vem apenas como resultado da diminuição de interações sociais. Os adolescentes estão vivenciando um período de insegurança muito novo: preocupação com a saúde; com a situação do emprego e da condição econômica da família; a questão da morte; a  separação repentina de amigos; a interrupção escolar; rotina bagunçada; dieta menos balanceada e atividades físicas prejudicadas.

A recomendação para os pais é que acompanhem e orientem seus filhos da melhor forma. Primeiro, aceitando o sofrimento como natural, ajudando a validar o sentimento do jovem que sofre. É importante que ele se sinta ouvido e compreendido. E a partir desse  lugar  de  vínculo e apoio entenderem juntos, pais e filhos, se existe alguma atitude possível para amenizar essa dor. Ver uma amiga apenas, tomando todo o cuidado, ou então, marcar conversas de vídeo, pode ser uma saída.

É importante que esse jovem tenha alguém que ele confie para desabafar e para falar abertamente. O primeiro passo para ganhar a confiança da criança, do jovem é validando seus sentimentos, acolhendo o que ele está sentindo com empatia. Além dos pais, amigos também são importantes para a elaboração de sentido.

Para finalizar, é importante ressaltar que os momentos de dificuldade são importantes porque quando paramos o piloto automático podemos refletir sobre a nossa vida e adotar valores e objetivos mais coerentes com a nossa felicidade. Quando as pessoas conseguem encontrar sentido e propósito para além de si, elas superam as dificuldades com mais facilidade.


Nota da redação: em algumas situações, a conversa e o apoio de amigos e parentes pode não ser o suficiente. Como qualquer outra doença, a depressão precisa ser cuidado por especialistas. É importante ficar atento para distinguir o que é uma tristeza, do que pode ser depressão e, se perceber que é o caso, converse com seu filho sobre ajuda profissional.

Criado em 10/09/20
Nossos canais:
Quer falar diretamente com seu público-alvo?
anuncie aqui
® São Paulo para Crianças e Meu Passeio são marcas registradas. Todos os direitos reservados. - desenvolvido por Ideia74