Ana Luisa Bartholo
Criado em 28/04/21
A adoção de crianças e adolescentes é um tema cada vez mais presente e mais discutido, mas muitos casais que querem realizar o sonho de adotar um filho ainda têm dúvidas sobre por onde começar e o que fazer. Confira alguns dos mitos e verdades sobre a adoção:
1 – O processo de adoção é muito burocrático e, por isso, quem quer adotar fica anos esperando por uma criança.
MITO. Essa é uma das frases mais faladas por quem não está envolvido com o assunto. Em geral, o tempo de espera está mais relacionado ao perfil escolhido do que ao processo de habilitação em si. Existem casos de adoção tardia (tecnicamente, de crianças acima de 3 anos), em que os habilitados recebem seus filhos em poucos dias. Por outro lado, a espera por crianças menores é maior, porque é justamente esse o perfil de criança mais procurado.
O importante é desmistificar que, necessariamente, o processo é ‘burocrático’. A habilitação depende de fatores como a disponibilidade da equipe técnica do fórum e o preparo dos candidatos a pai ou mãe para adoção. O que muita gente não sabe é que esses profissionais trabalham fundamentalmente para a criança que será adotada. Além disso, precisam realizar várias entrevistas com os candidatos até terem certeza de que recomendar a habilitação ao Juiz é o caminho a seguir. De toda forma, o tempo até se ter o filho nos braços pode sim ser longo, mas, não necessariamente, por causa do processo da adoção.
2 – É possível escolher o perfil da criança?
VERDADE. Durante as entrevistas com o psicólogo, os candidatos à adoção informam qual é o perfil desejado para o seu filho – gênero, idade, raça, se aceitam doenças pré-existentes (graves e/ou leves, tratáveis ou não) e se aceitam irmãos. Apesar de mudanças recentes, a maioria ainda opta por bebês ou crianças até 2 anos, o que torna a procura por esse perfil muito maior do que o número de crianças que estão em situação de adoção. Por isso, o processo tende a demorar, já que há muitos candidatos na fila.
Por outro lado, a adoção tardia tem crescido como consequência da discussão ampliada sobre o assunto. Grupos de apoio como o nosso discutem com os participantes questões ligadas à adoção tardia, além de relatar diversas histórias felizes. E ainda, iniciativas como o Adote um Boa noite, lançado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, vieram para diminuir esse hiato entre habilitados e crianças e adolescentes à espera de uma família.
3 – Existem mais crianças à espera de adoção do que pessoas habilitadas.
MITO. De acordo com os dados atuais do CNA (Cadastro Nacional da Adoção), existem quase 43 mil pessoas habilitadas em todo o País, enquanto que há 4.142 crianças disponíveis para adoção. Por que então há tantas crianças sem um lar? Justamente pelas questões do perfil. A maioria que aguarda uma família são crianças mais velhas ou adolescentes; 70% são negras ou pardas, 60% têm irmãos, e muitos têm doenças graves. Enquanto isso, quase 60% dos habilitados querem uma criança de até 4 anos. Essa conta dificilmente se fechará.
4 – Pessoas solteiras não podem adotar.
MITO. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, “podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil”. Portanto, não há exigência formal de ser casado – aliás, famílias monoparentais formadas por adoção são cada vez mais comuns. O que normalmente acontece na avaliação de candidatos solteiros é a equipe técnica aprofundar a discussão sobre a ‘rede de apoio’ do pretendente. Isso porque a adoção monoparental traz alguns desafios adicionais, que podem ser superados pela presença dessa ‘rede’, isto é, de membros da família estendida (como irmãos ou pais do pretendente) ou mesmo de amigos próximos.
5 – Se eu adotar uma criança, corro o risco de a mãe biológica reaparecer e levar o meu filho?
MITO. A regra geral é a criança só ser encaminhada para adoção depois da destituição do Poder Familiar da mãe e/ou o pai biológicos. Uma vez disponível para adoção, a criança permanecerá acolhida em um abrigo até que seja localizada a pessoa ou família habilitada compatível com o seu perfil. Mas muita gente ouve falar sobre histórias em que um familiar entra na justiça e coloca a família formada por adoção em risco de perder o seu filho. Há exceções e é preciso avaliar caso a caso. Ainda há muita gente que busca caminhos de adoção irregulares, à margem da Justiça, como a “adoção à brasileira”, na qual a mãe biológica dá à criança à pessoa ou casal adotante sem passar pelos trâmites legais. Parece ser um atalho, mas as consequências podem ser devastadoras, inclusive risco de os adotantes terem que devolver a criança. Assim, o melhor caminho a seguir é fazer tudo dentro da lei. Ele pode ser mais longo, mas certamente será o mais cuidadoso e correto.
Sobre Ana Luisa Bartholo :
É mãe por adoção da Gabriela e biológica da Beatriz. Formada em administração de empresas e com MBA pela Universidade de Chicago, dirige as atividades de marketing de uma instituição inglesa no Brasil. Ana frequentou e atuou como voluntária em grupos de apoio à adoção entre 2013 e 2018, até que em 2019 fundou, com mais quatro amigos, o Grupo Trilhar, que orienta pais e mães por adoção, através de reuniões mensais.
Site: https://falecomgrupotrilha.wixsite.com/grupotrilhar
Telefone: (11) 96601-7004
Sobre Ana Luisa Bartholo :
É mãe por adoção da Gabriela e biológica da Beatriz. Formada em administração de empresas e com MBA pela Universidade de Chicago, dirige as atividades de marketing de uma instituição inglesa no Brasil. Ana frequentou e atuou como voluntária em grupos de apoio à adoção entre 2013 e 2018, até que em 2019 fundou, com mais quatro amigos, o Grupo Trilhar, que orienta pais e mães por adoção, através de reuniões mensais.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 28/04/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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