Por Priscilla Negrão

Criado em 18/09/24

Fotos: Reprodução / Divulgação

Conta adolescente no Instagram: o que a Meta não te contou, mas você precisa saber antes de abrir uma para seus filhos

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O Instagram, plataforma de mídia social da Meta, anunciou ontem, 17 de setembro de 2024, a implementação de um novo conjunto de medidas de segurança voltadas para adolescentes. Sob a marca “Instagram Teen Accounts”, as mudanças prometem oferecer maior controle parental sobre as atividades online dos jovens, além de prometer proteger os usuários adolescentes de conteúdos impróprios e interações indesejadas.

No entanto, especialistas alertam que essas medidas, embora pareçam positivas, não tornam o Instagram um ambiente seguro para crianças e adolescentes. Na verdade, são manobras estratégicas para evitar o avanço de regulamentações que podem, essas sim, limitar a atuação da Meta, que é dona do Facebook, Instagram e Whatsapp.

E mais: essas medidas anunciadas pela Meta ontem transferem, de forma inadequada a responsabilidade pelas proteções dos adolescentes nas redes sociais totalmente para os pais, de forma a isentar a rede social e seu algoritmo.

Será que a nova conta para adolescentes é segura mesmo? Será que vale a pena o risco? Será que o modo adolescente obrigatório muda realmente alguma coisa? Tire aqui todas as suas dúvidas e entenda de verdade o que muda na vida dos pais com a novidade do Instagram, o que fazer para proteger crianças e adolescentes nas redes sociais, e principalmente: entenda a manobra da Meta por trás da nova conta para adolescentes no Instagram.

Porquê a Meta quer tanto o público adolescentes?

A Meta não desiste do público teen nem os retira da plataforma porque adolescentes são uma parte essencial de sua estratégia de crescimento e engajamento. O público jovem é dedica muitas horas para o uso de redes sociais, impulsiona tendências, cria conteúdos virais e, como muitos desejam ser influenciadores, gera um volume significativo de interações que alimentam o algoritmo da plataforma.

Além disso, os adolescentes representam futuros consumidores que podem garantir a longevidade e relevância das plataformas da Meta. Essa faixa etária também é atraente para anunciantes, já que influenciam tendências de consumo.

Apesar dos riscos à saúde mental e das críticas sobre a exploração do público jovem, a Meta continua investindo em manter esses usuários na plataforma. A empresa equilibra sua responsabilidade de segurança com o interesse em manter esses jovens engajados, o que ajuda a impulsionar o faturamento publicitário e a presença da marca no mercado.

O que é a nova “conta adolescente” do Instagram?

O novo sistema introduz uma série de restrições automáticas para usuários menores de 18 anos, com foco especial em adolescentes com menos de 16 anos. Esses adolescentes serão colocados automaticamente em contas privadas e não poderão alterar essa configuração sem a aprovação dos pais. Eles também terão suas interações limitadas, só podendo ser contatados por pessoas que já seguem, enquanto suas interações públicas serão restringidas.

Além disso, as contas terão um controle mais rigoroso sobre o tipo de conteúdo que os adolescentes podem ver. A Meta afirmou que esses usuários serão colocados na configuração mais restritiva de controle de conteúdo sensível, limitando a exposição a materiais como violência ou conteúdos sexualmente sugestivos.

O tempo de uso também será controlado, com notificações para que os adolescentes saiam do aplicativo após 60 minutos de uso diário –  algo similar ao que o TikTok faz, e que bem sabemos, não tem gerado resultados reais.

O “modo sono”, ativado entre 22h e 7h, desativará notificações e enviará respostas automáticas a mensagens diretas, evitando distrações noturnas.

Quando vai ser lançada a “conta adolescentes” no Brasil?

De acordo com estes dois comunicados da Meta (aqui e aqui), as mudanças para as “Contas de Adolescentes” no Instagram serão implementadas nos próximos 60 dias nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália. No Brasil e em outros países da América Latina, as novas regras entrarão em vigor a partir de janeiro de 2025.

Essas alterações serão aplicadas automaticamente tanto para novas contas quanto para as contas já existentes de adolescentes, ou seja, todos os usuários nessa faixa etária terão suas configurações ajustadas automaticamente.

Além disso, a Meta, empresa controladora do Instagram, afirmou que pretende expandir esses recursos para suas outras plataformas, como Facebook, WhatsApp e Threads, reforçando o compromisso de aplicar as mesmas medidas de segurança em todas as suas redes​.

Meta empurra a responsabilidade para os pais

Apesar dos avanços, especialistas questionam se as novas medidas realmente resolvem os problemas de segurança online dos adolescentes. Embora a Meta esteja oferecendo mais ferramentas de supervisão, na prática ela está buscando se insentar de responsabilidades e transferir uma responsabilidade significativa para os pais, que não te controle do algoritmo da Meta e além disso, mesmo com ferramentas de controle, nem sempre estão preparados para exercer essa função de filtro digital dos filhos de forma eficaz.

Vamos lembrar que muitos pais nasceram quando a internet sequer existia e muitos têm dificuldade de lidar com essa avalanche de informações, dados e novos termos.Na prática, a parcela de pais que vai realmente adotar as ferramentas de supervisão e usar de forma efetiva, é muito pequena, e nem conseguimos saber quantos são, porque a Meta não é transparente e não divulga esses dados.

Os pais superprotegem as crianças no mundo offline, mas as deixam completamente desprotegidas no mundo online

No Brasil o cenário preocupa, já que a maioria das crianças está navegando sem supervisão adequada. Dados da TIC Kids Online Brasil 2023 revelam que 95% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos já acessam a internet, sendo que muitos têm seus próprios perfis em redes sociais. Entretanto, apenas 28% dos pais utilizam filtros ou configurações que restrinjam o contato de seus filhos com conteúdos inadequados, e a pesquisa não detalha como eles usam esses filtros, e se usam da forma correta.

Esse problema é amplificado pela própria pesquisa interna da Meta, que revelou que menos de 10% dos adolescentes no Instagram utilizam os controles parentais disponibilizados. Esse baixo índice de adesão sugere que, mesmo com a introdução dessas ferramentas, muitos pais podem não usá-las de maneira ativa, deixando os adolescentes expostos a riscos online.

Além disso, há lacunas importantes nas novas políticas que podem comprometer a eficácia dessas medidas. A Meta não esclareceu, por exemplo, como vai coletar e validar dados de parentesco, especialmente para pais que não têm contas nas redes sociais ou que não possuem o conhecimento técnico necessário para gerenciar essas configurações.

Isso levanta questões sobre como a empresa garantirá que adolescentes que precisam de supervisão parental estejam realmente protegidos.

Muitos interesses e pouca segurança

Uma das promessas centrais da Meta com as novas contas de adolescentes é limitar a exposição a conteúdos sensíveis, como vídeos de brigas ou procedimentos estéticos. Contudo, especialistas argumentam que essa redução de exposição pode ser insuficiente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no Brasil exige que os adolescentes tenham “nenhuma exposição” a conteúdos prejudiciais, e não apenas uma redução. A Meta sugere apenas reduzir exposição a conteúdos inadequados, mas não garante que seu algoritmo vai remover todo conteúdo sensível do feed dos adolescentes.

A Meta também não detalhou sobre limitações de acesso a esses conteúdos quando o adolescente fizer uma busca com palavra chave no Instagram. Isso gera muitas dúvidas sobre o quão segura pode ser essa nova “conta adolescente”do Instagram.

Outro ponto relevante é o uso do algoritmo para selecionar conteúdos. Embora o Instagram permita que adolescentes escolham os tópicos que preferem ver nas abas Explore e Reels, especialistas alertam que isso pode reforçar o viés de confirmação, onde os adolescentes acabam consumindo apenas o que já gostam, sem exposição a novas ideias ou pontos de vista.

“A forma que o jovem consome mídia define os valores dele por toda a vida”, alerta o sociólogo Gabriel Rossi, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em entrevista para a Folha de S.Paulo.

Isso pode impactar o desenvolvimento do pensamento crítico dos adolescentes e contribuir para uma visão de mundo limitada. E mais: essa visão de mundo limitada pode vir dos próprios pais, fazendo uma má utilização dessas ferramentas de supervisão.

Por exemplo, em lares onde os pais são abusivos ou supercontroladores, essas novas funções podem ser usadas de forma inadequada, limitando a liberdade dos adolescentes de explorarem informações sobre política, religião ou identidade sexual.

“Essa supervisão, se mal utilizada, pode ser prejudicial, especialmente para jovens em ambientes familiares problemáticos, onde o controle excessivo pode aumentar os riscos”, afirma Jason Kelley, diretor de estratégias de segurança da Electronic Frontier Foundation (EFF), uma organização que defende os direitos civis no mundo digital, em entrevista ao TechCrunch.

Apesar da promessa de segurança, essa supervisão parental pode colocar adolescentes em uma posição vulnerável, especialmente quando suas escolhas e necessidades de privacidade entram em conflito com o controle exercido pelos pais.

A Meta decide o que seu adolescente deve ver?

Embora a Meta afirme que está implementando filtros automáticos para proteger adolescentes de conteúdos perigosos, como violência ou imagens sexualmente sugestivas, a definição do que é sensível ou nocivo fica nas mãos  dela e de seus algoritmos e critérios internos, muitas vezes guiados por interesses comerciais.

A empresa, que tem um histórico questionável na moderação de conteúdos prejudiciais, vai determinar sozinha e sem transparência o que ela acha que é adequado ou não para adolescentes consumirem.

Isso significa que conteúdos potencialmente prejudiciais do ponto de vista psicológico, como aqueles que promovem padrões de beleza irreais ou pressionam os jovens a consumirem determinados produtos, podem passar pelos filtros caso tenham apelo comercial.

Além disso, a abordagem da Meta tende a desconsiderar as nuances culturais de cada país. Um “bot” que filtra conteúdo de forma padronizada ignora as particularidades de cada sociedade, onde o que é sensível ou ofensivo varia de acordo com contextos locais.

Isso pode resultar em uma moderação ineficaz, deixando adolescentes expostos a riscos que não são adequadamente monitorados, ou em censura indevida de conteúdos que poderiam ser culturalmente relevantes e inofensivos.

O controle sobre o que é ou não adequado para adolescentes deveria envolver especialistas, como pedagogos, psicólogos, educadores e os próprios pais, que compreendem melhor as necessidades e vulnerabilidades dos jovens.

Confiar exclusivamente na Meta para essa decisão é problemático, pois a empresa tem como prioridade maximizar o engajamento e os lucros, o que pode comprometer sua capacidade de proteger efetivamente os adolescentes.

Adolescentes são especialistas em driblar regras

Embora a Meta tenha implementado restrições para evitar que adolescentes sejam expostos a conteúdos nocivos ou predadores online, os adolescentes continuam encontrando maneiras de contornar esses filtros. Uma dessas táticas envolve o uso de “algospeak”, ou seja, a substituição de palavras para evitar a detecção por algoritmos.

Adolescentes usam termos como “unalive” em vez de “suicídio” e “corn” para se referir a pornografia, escapando assim dos filtros automáticos da plataforma. Segundo Kelley, “será sempre um jogo de gato e rato, onde os adolescentes continuam evoluindo suas estratégias para evitar a detecção”.

Outro desafio é garantir que adolescentes não mintam sobre sua idade para acessar o Instagram sem restrições. Embora a Meta esteja desenvolvendo uma tecnologia baseada em inteligência artificial para detectar perfis de adolescentes que mentem sobre sua idade, essa solução pode não ser suficiente.

Pesquisadores de mídia social apontam que adolescentes frequentemente criam contas falsas, conhecidas como “finstas”, para evitar a supervisão dos pais. Mesmo com o uso de IA, esses jovens podem continuar burlando as restrições, um ponto que os pais devem considerar ao avaliar as novas proteções.

O que está por trás dessa novidade do Instagram?

A nova “conta de adolescente” do Instagram, apresentada como uma iniciativa para proteger os jovens, é, na verdade, uma estratégia da Meta para preservar seu modelo de negócios e aliviar a crescente pressão legal e política.

Enquanto aparenta adotar medidas responsáveis, a empresa está se antecipando a regulamentações que poderiam forçá-la a ser mais rigorosa no controle de conteúdo e no uso de sua plataforma por adolescentes.

Um exemplo dessa pressão regulatória crescente é a lei sancionada recentemente pelo governador da Flórida, Ron DeSantis, do Partido Republicano. A nova lei proíbe redes sociais de criarem perfis para menores de 14 anos e exige que adolescentes de 14 e 15 anos só possam ter contas com a permissão dos pais.

Plataformas que não cumprirem esses requisitos serão encerradas no estado da Flórida. Essa lei reflete uma preocupação crescente em várias regiões dos Estados Unidos sobre a segurança de crianças e adolescentes nas redes sociais.

Além disso, no Congresso dos Estados Unidos, está em debate o Kids Online Safety Act (KOSA), uma legislação que visa impor às plataformas digitais a responsabilidade de proteger crianças e adolescentes de conteúdos prejudiciais, como bullying, exploração sexual, promoção de distúrbios alimentares e outros tipos de conteúdos nocivos.

Se aprovada, será uma das primeiras grandes regulamentações sobre segurança online infantil desde os anos 1990, e forçará as redes sociais a adotarem medidas rigorosas para evitar danos aos jovens usuários.

No Brasil, as regulamentações que limitam o poder das Big Techs e protegem as crianças e adolescentes ainda são muito frágeis e limitadas no Brasil. Por enquanto, o governo criou um grupo de trabalho para desenvolver um guia de uso consciente, com o objetivo de orientar pais e responsáveis sobre como proteger seus filhos.

Enquanto isso, a Meta, que já enfrenta uma série de processos judiciais e críticas por não proteger adequadamente os adolescentes, está adotando medidas preventivas, como essas novas “contas de adolescente” anunciadas ontem, para evitar o avanço dessas legislações mais rígidas e desmobilizar movimentos sociais contra redes sociais, como o Desconecta no Brasil.

O diretor executivo do Instagram, Adam Mosseri, disse ao The New York Times que as novas políticas podem afetar a popularidade da plataforma entre os adolescentes, prejudicando seu crescimento e engajamento. Embora ele afirme que o Instagram está “disposto a correr riscos para fazer progressos”, na prática, nada mudou.

A Meta continua focada em manter os adolescentes engajados, ignorando as demandas por legislações mais rígidas. O objetivo real segue sendo sustentar o modelo de negócios da empresa, baseado na retenção desse público.

Por isso que tantos especialistas no mundo receberam essas medidas de “proteção aos adolescentes”, anunciadas pela Meta, com muito ceticismo.

Jason Kelley, da Electronic Frontier Foundation (EFF), destaca que essas ações são uma tentativa de evitar regulamentações mais severas que poderiam impactar diretamente seus interesses comerciais e seu modelo de negócios, particularmente em um momento em que as preocupações sobre a segurança dos adolescentes online estão no centro do debate público e político.

“A Meta está tentando demonstrar que já está fazendo o que a legislação exigiria, para evitar ser obrigada por lei a implementar mais mudanças”, alerta Kelley.

E agora, pais, o que fazer?

Para os pais, a promessa de maior supervisão e controle sobre o que seus filhos adolescentes veem e fazem no Instagram pode parecer um alívio à primeira vista. No entanto, é importante enxergar além das aparências e reconhecer as limitações dessas ferramentas. Por trás dessas inovações, continua existindo um sistema profundamente prejudicial que está impactando seriamente a saúde física e mental dos jovens.

O pediatra Daniel Becker, um dos mais respeitados especialistas em saúde infantil, destaca que o uso excessivo de redes sociais está diretamente ligado ao aumento de transtornos como ansiedade, depressão e até suicídio entre adolescentes.

Dados recentes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS reforçam essa preocupação, mostrando que, pela primeira vez, crianças e adolescentes estão mais ansiosos que os adultos.

A hiperconexão impulsionada pelas redes sociais — muitas vezes sem supervisão adequada — tem transformado a infância e a adolescência em um período de constante pressão social, comparação e busca por validação digital.

O próprio pediatra argumenta que estamos diante de uma “amputação da infância”: o tempo gasto nas redes está privando os jovens das experiências essenciais para o desenvolvimento saudável, como brincar, interagir presencialmente e desenvolver habilidades socioemocionais.

Mesmo com as novas configurações mais restritivas, Becker e outros especialistas apontam que as crianças e adolescentes ainda estão vulneráveis aos perigos que o Instagram e outras plataformas podem apresentar. Portanto, a pergunta final que os pais devem se fazer é: “Vale a pena expor meu filho a esse ambiente?”.

A nova “conta de adolescente” do Instagram pode até prometer mais segurança, mas o fato é que as redes sociais ainda apresentam riscos que vão muito além do que qualquer filtro parental pode controlar.

A Meta continua definindo o que é realmente “conteúdo sensível”, e seus algoritmos, focados no engajamento e no lucro, podem continuar expondo os jovens a conteúdos perigosos, seja psicologicamente ou socialmente.

No final das contas, a melhor escolha pode ser manter as crianças e adolescentes o mais distante possível das redes sociais.

Pesquisadores como Jonathan Haidt, autor do best seller global  A Geração Ansiosa, argumentam que o uso precoce e excessivo das plataformas digitais está diretamente ligado à epidemia de transtornos mentais entre os jovens.

Becker reforça essa visão, sugerindo que redes sociais só sejam permitidas após os 16 anos, quando o cérebro já possui mais maturidade para lidar com as pressões desse ambiente virtual.

É claro que a decisão final cabe a cada família, mas as evidências são claras: o melhor caminho para proteger o bem-estar mental e emocional dos nossos filhos pode ser desconectar, limitar ou adiar ao máximo a entrada deles nas redes sociais.

Afinal, enquanto as plataformas como Instagram continuam a colocar o peso da segurança nos ombros dos pais, é essencial que todos considerem se realmente vale a pena essa exposição.

O mundo real, com suas interações presenciais, brincadeiras ao ar livre e conversas olho no olho, ainda é — e sempre será — o ambiente mais seguro para o desenvolvimento de nossos filhos.

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