Mentir é uma ação muito comum desenvolvida com o processo evolutivo do ser humano, uma mentirinha às vezes não dói, né? De acordo com o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, ao mentirmos, deixamos claro que além da realidade em que vivemos, existe um outro mundo inacessível em cada um de nós, na nossa imaginação. Normalmente, mentimos quando há necessidade de alcançar algum objetivo. Ativando assim, o modo de sobrevivência, por medo de sofrer punições ou enfrentar consequências.
Porém, mentir de forma exagerada traz prejuízos ao cérebro, ao criar uma espécie de ciclo vicioso por conta da liberação de um neurotransmissor chamado dopamina. Essa compulsão altera a forma do cérebro trabalhar e, se isso acontecer na infância, a criança pode simplesmente não conseguir mais dizer a verdade e pode se tornar um adulto estrategista e frio, desencadeando desde cedo problemas como a depressão, a ansiedade e a negatividade em relação à própria vida.
As crianças estão mais aptas a mentir por conta da fase de desenvolvimento cognitivo. Com a sensação de prazer que algumas mentiras podem trazer, as crianças podem acabar desenvolvendo uma mania. Essa mania, pode gerar uma desregulação neuronal e criar distúrbios mentais
A mitomania pode ser tratada com uma intervenção clínica denominada Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que tem como objetivo trabalhar sobre a negatividade interiorizada pelo paciente. Os estímulos exteriores são vistos como fatores negativistas e segregacionistas pelas crianças que têm uma compulsividade em mentir, ou seja, as sinapses são modificadas perante a realidade interiorizada pelas pessoas que já possuem um distúrbio neuronal.
Segundo análises de especialistas, ao verificar a reação do cérebro humano na hora de mentir, a pessoa tenta inibir suas emoções para não sofrer punições. Com a prática constante da mitomania, a criança pode começar a criar estratégias de forma compulsiva para ludibriar as pessoas. Em caso de mentira e a percepção dela, os pais deverão conversar com as crianças, mostrando que tal ato não deve ser repetido, sem criar algum tipo de receio traumático.