Quando o leite de vaca pode ser introduzido na alimentação das crianças?

O leite é um alimento indispensável para o desenvolvimento das crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, quando os dentes dos pequenos ainda estão sendo formados.

No caso de impossibilidade do aleitamento materno nos primeiros meses de vida, os pais tendem a optar pelas fórmulas infantis ou o leite de vaca.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), o leite de vaca é composto por 13% de componentes importantes para a alimentação das crianças, como cálcio, potássio, fósforo, além de vitaminas A e B, os outros 87% são água. É um alimento indicado tanto para os pequenos a partir de um ano quanto para crianças maiores.

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Consumo do leite nos primeiros meses de vida

O Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos de 2019, do Ministério da Saúde, recomenda que, para bebês de até 4 meses, na impossibilidade de aleitamento materno, o mais indicado é oferecer fórmula infantil (em pó) ou leite de vaca diluído, de acordo com orientações de profissionais de saúde.

Já para crianças a partir de 9 meses de idade, a fórmula infantil pode ser substituída pelo leite de vaca integral.

“A criança alimentada com leite de vaca modificado precisa receber suplementação de vitaminas e minerais, com a orientação de profissionais da saúde. Após 4 meses, não é preciso diluir o leite de vaca integral líquido e o leite em pó pode ser preparado de acordo com o recomendado no rótulo”, diz o documento.

A SBAN divulgou o documento técnico “Consumo do Leite de Vaca de 0 a 36 meses de idade”, que traz a seguinte recomendação:

“No primeiro ano de vida, e na absoluta impossibilidade de aleitamento materno, o Leite de Vaca (LV) não deve ser utilizado, pela quantidade e qualidade de seus nutrientes, inadequadas para esta faixa etária; utiliza-se fórmula infantil. Exceção feita, segundo o Ministério da Saúde, na impossibilidade financeira de aquisição de fórmula, usar LV sob orientação de profissional da saúde. Por outro lado, considerando que o Nutrient Rich Foods Index(58) classifica o LV como de alta densidade de nutrientes,
(contém relativamente mais nutrientes do que calorias em dada quantidade) além de ser de baixo custo, o LV é o alimento recomendado pela maioria das sociedades científicas como sendo adequado para crianças de 1 a 3 anos”,

Leite Tipo A e Leite Longa Vida: você sabe a diferença? 

O leite possui um alto valor nutricional para as crianças e podem ser encontradas em vários tipos. Entre os mais comuns estão os tradicionais UHT e tipo A. Mas você sabe a diferença entre eles?

Segundo Alexandre Wolff, presidente da Xandô, empresa especializada na produção e lácteos, a diferença está na origem e na produção.

Isso porque, o leite tipo A passa por pasteurização em temperaturas mais baixas em relação ao leite tipo UHT, para evitar a proriferação de micro-organismos que fazem mal à saúde, porém, nesse processo, o leite mantém as “bactérias do bem”.

Mesmo após a pasteurização, as proteínas e vitaminas não são perdidas, o que garante nutrientes essenciais para a alimentação saudável das crianças.

Outra diferença é que a validade é mais curta, por ser um leite fresco, logo, é proveniente de um único rebanho. Assim, ao comprar no supermercado, os pais devem ficar atentos ao período que o leite fica na geladeira.

“Há 40 anos, o mundo não era tão conveniente como ele é hoje, em que o leite em caixinha, o chamado UHT, dura três meses na gôndola do mercado. O leite tipo A, de acordo com o Ministério da Agricultura, é um nicho e traz a mesma característica de 40 anos atrás: é um leite puro, de qualidade, que precisa ser refrigerado e tem um shelf life curto de 13, 14 dias”, explica Wolff.

O leite longa vida (UHT), por sua vez, possui um prazo de validade mais extenso, de três a quatro meses (por isso o nome). O leite passa por um procedimento em altas temperaturas, de até 150º, para eliminar bactérias e micro-organismos.