Legado de artistas brasileiros é tema da exposição inédita “Oficina Molina – Palatnik”, no Sesc Avenida Paulista

Para quem ainda não conferiu, a exposição inédita “Oficina Molina – Palatnik” ficará em cartaz até o dia 27 de março no Sesc Avenida Paulista. Trata-se de uma produção especial que reúne o trabalho de dois grandes artistas brasileiros conhecidos pelo prazer da invenção: Abraham Palatnik (1928-2020) e Mestre Molina (1917-1998). O público pode visitar a exposição presencialmente, de terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h, com agendamento prévio pelo site do Sesc, a fim de evitar aglomerações. As visitas têm duração de 45 minutos e o uso de máscaras é obrigatório durante a permanência no local. A entrada é gratuita. 

A mostra traz um diálogo sobre o repertório dos dois artistas, que prezam pelo movimento e engenhosidade. Abraham Palatnik, que faleceu em maio do ano passado de Covid-19, é o pai da arte cinética no Brasil. Introduziu o movimento mecânico e luz em uma obra apresentada na primeira Bienal de São Paulo.  

A exposição traz para o público todo o legado desse inventor nato, com as obras da série Objetos Cinéticos, criadas por ele a partir de 1964. Estão no acervo da mostra os Objetos Cinéticos CK-8 (1966-2005) e o P-28 (1971-2000), compostos por esferas coloridas que simulam planetas em órbita e são controlados por motores e eletroímãs. 

Em 70 anos de carreira, Palatnik participou de várias exposições no Brasil e no mundo, como a 32ª La Biennale di Venezia, Itália (1964). Suas obras estão nos acervos do Museu Arte Moderna de Nova York ( MoMA ) e de Arte Moderna de São Paulo ( MAM ). 

Já Manuel Josette Molina tornou-se conhecido como Mestre Molina após uma exposição no Sesc Santos. Possui obras feitas com objetos rústicos e recicláveis, como madeira, lata, borracha e cordas. É considerado um inventor de brinquedos. Na mostra, o público pode conferir alguns trabalhos do artista que estão no Acervo Sesc de Arte. Tem “A Vida de Cristo”, obra de 7,5 metros que representa os momentos da vida de Jesus, além de “Marcenaria Natal” (1969-1974) e “Palácio dos Fantasmas” (1969-1974). 

Mestre Molina só começou a inventar objetos aos 52 anos, produzindo geringonças, com várias figuras artesanais e materiais que se movem por meio de engrenagens. Em 1985, foi contratado pelo Sesc Pompeia, onde permaneceu disseminando a arte popular até o fim de sua carreira. O Acervo Sesc de Arte possui 25 obras do artista.