Fotos: Reprodução / Divulgação

Ana Lídia Zerbinatti

Criado em 04/11/21

Como identificar sintomas de depressão em crianças e jovens e o que fazer

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Pesquisa do IBGE revela que as meninas estão sentindo mais a saúde mental negativa do que os meninos. O estudo foi realizado com adolescentes de 13 a 17 anos e informa que para 29,6% das meninas a vida simplesmente não vale a pena. Entre os meninos, o índice daqueles que também pensam da mesma forma está em 13%. Cerca de 40% das meninas não aceitam o próprio corpo, enquanto que entre os garotos o número chega a 24,5%. Outro ponto de atenção é com relação ao bullying na escola: 57,8% das meninas e 20% dos meninos disseram já ter sofrido. Esses são indícios de que jovens e adolescentes podem estar com quadro de depressão.

Para evitar que este quadro se agrave mais, é fundamental estar próximo, dar atenção e ter um acompanhamento médico. Isso envolve a participação direta da família, amigos e professores. Para facilitar a identificação dos sintomas e saber o que deve ser feito para ajudar os adolescentes neste momento tão difícil, listamos algumas dicas que podem ser colocadas em prática pelas pessoas próximas. A seguir estão os detalhes:

  1. Saber o que é a depressão e quais fatores a desencadeiam

A depressão é uma doença multideterminada. Não existe uma única causa, mas um grupo delas. É a resposta do nosso organismo para um conjunto de fatores quando passamos por perdas significativas na nossa vida. Por exemplo, traumas físicos e/ou emocionais; problemas familiares, acadêmicos, no relacionamento, entre outros. Isso traz mudanças ao estado psíquico da pessoa até o ponto em que ela acaba adoecendo. Ou seja, uma desestrutura na rotina, da perda de sentido, significado e de propósito na vida dessa pessoa.

  1. Tomar cuidado com a massificação das redes sociais

Os maiores índices de depressão, automutilação e suicídio entre crianças e adolescentes estão correlacionados com a massificação do acesso às redes sociais. Por exemplo, segundo investigação do jornal norte-americano The Wall Street Journal, um relatório interno realizado pelo Facebook informa que o Instagram, que faz parte da mesma empresa, está relacionado a danos à saúde mental de adolescentes. O estudo informou que 13% dos usuários britânicos e 6% dos norte-americanos relataram ter pensamentos suicidas em decorrência do uso do aplicativo. Este pode ser um indicativo do perigo do uso excessivo das redes sociais porque pode proporcionar a perda de referência do que está próximo da realidade dele. São padrões excessivos de felicidade, sucesso, beleza inacessíveis que podem levar à depressão.

  1. As consequências na saúde mental ocasionadas pela pandemia

A pandemia trouxe uma perda muito grande na rotina de socialização. Momentos de lazer foram prejudicados e isso pode ocasionar problemas de saúde mental. O primeiro passo é que as famílias observem seus filhos, como se comportam, expressam suas emoções, quem são seus amigos. Quanto mais a gente conhece, mais tem vínculo familiar e consegue se aproximar para fazer a intervenção e estar atento aos sinais. É muito comum ouvir de famílias que sofrem com casos de depressão, de automutilação ou mesmo de suicídio que o jovem não falou nada. Muitas vezes, a gente não está prestando atenção nos sinais daquela depressão

É importante conhecer os sintomas da depressão e, principalmente, seus filhos porque o que mais se destaca é a mudança de comportamento daquela criança ou adolescente. Geralmente, é uma apatia, falta de vontade de fazer as coisas. Porém, faz parte do comportamento dos jovens, principalmente os adolescentes, ficarem mais entediados e com falta de interesse. Por isso, não é apenas a mudança em si, algo que acarreta em prejuízos para aquele jovem. Por exemplo, se a família começa a perceber que a pessoa não quer mais sair com os amigos, perdeu o interesse em atividades de que antes gostava, reclama de ter que ir à escola, começa a ter dificuldade na escola, perda ou excesso de peso e sono. A partir de qualquer desses indícios, é preciso ficar atento.

  1. A importância da relação integrada entre família e escola

A escola também precisa conhecer seus alunos, estar atenta a esses sinais e fazer os encaminhamentos adequados. A escola deve orientar a família. O mesmo vale para a família e ambos precisam atuar de forma conjunta. A disciplina de educação socioemocional ajuda a prevenir para que o aluno possa se conhecer melhor, expressar o que sente, se aproximar mais dos amigos, família e professores, conseguir pedir ajuda quando necessário, gerenciar e reduzir situações de estresse. É importante que a pessoa com depressão tenha um acompanhamento médico porque se trata de uma doença e que as pessoas em volta criem uma rede de apoio ao paciente. É papel da família, escola e amigos estar presente, incentivar e acompanhar o tratamento porque mostra à pessoa que ela não está sozinha.

Sobre Ana Lídia Zerbinatti:

Psicóloga e consultora Educacional.

Site: https://escoladainteligencia.com.br

Sobre Ana Lídia Zerbinatti:

Psicóloga e consultora Educacional.

Site: https://escoladainteligencia.com.br

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 04/11/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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