Por Priscilla Negrão

Criado em 24/04/20

Fotos: Reprodução / Divulgação

Governo de SP anuncia volta às aulas em julho com rodízio de alunos e começando pela educação infantil, priorizando quem tem pais que trabalham fora

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Enfim a notícia que pais e alunos mais esperam: as aulas presenciais vão voltar em julho em São Paulo. O plano de reabertura das escolas públicas do Estado de São Paulo foi apresentado nesta sexta-feira, 24/04, em coletiva de imprensa com o governador João Doria e o secretário de Educação de SP, Rossieli Soares. A reabertura será gradual e regionalizada, com previsão a partir de julho, com a implementação de um rodízio de alunos, para que seja garantida uma distância mínima de segurança entre os estudantes em sala de aula e começando pela educação infantil (de 0 a 5 anos), priorizando filhos de pais que trabalham fora, e depois retomando as aulas dos alunos do ensino fundamental e médio.

Vale reforçar que se trata de uma previsão. Pode ser antes de julho como pode ser depois, pois tudo depende do andamento da pandemia do coronavírus no Estado de SP em abril e maio. Dependendo de como for o pico da doença, o Centro de Contingência do Coronavírus pode decidir por antecipar a abertura das escolas como adiar. A Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) vai seguir a recomendação do centro.

Lembrando que os alunos do ensino estadual já tiveram as férias de julho antecipadas (leia aqui) e agora só terão férias no final do ano.

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As datas de retorno poderão ser diferentes entre as regiões do estado, isso porque as escolas serão liberadas de acordo a incidência de casos de coronavírus na região em que estão.

Públicas x particulares x municipais

As regras para a retomada das aulas valem para todos os colégios públicos estaduais, mas as escolas municipais devem provavelmente seguir a mesma estratégia da Seduc-SP, de retorno gradual, com foco em diagnóstico e estratégia de acolhimento, reforço e recuperação. “Nosso plano foi elaborado observando o que outros países têm feito para voltar com as aulas presenciais”, explica o secretário.

No caso das escolas privadas, elas não são obrigadas a seguir a mesma regra das escolas estaduais, mas é uma recomendação da Seduc-SP que considerem esse mesmo cronograma. As escolas particulares podem montar seu próprio calendário, desde que cumpram as 800 horas exigidas para este ano, já que os 200 dias letivos já foram flexibilizados. Sendo assim, com o fim da quarentena, as escolas particulares poderiam, tecnicamente, reabrir e retomar as suas aulas presenciais.

Contudo, como são empresas, só teremos certeza de como será a reabertura das escolas privadas após o dia 8 de maio, quando está previsto a divulgação do cronograma do “Plano São Paulo” pelo governador João Dória.

Considerando que hoje, na coletiva de imprensa, o governador mostrou que os índices de isolamento na capital andam abaixo do esperado, a expectativa é de que a reabertura das escolas particulares não seja feita antes de julho, até porque caso as taxas de isolamento continuem caindo, a quarentena na capital pode ser estendida pelo governo estadual e a flexibilização do isolamento previsto para 11 de maio pode ser adiada.

Vale destacar ainda que entidades do setor, como a Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), foram consultadas durante a elaboração do plano de reabertura das escolas pela Seduc-SP e devem se alinhar ao setor público, reabrindo as escolas de maneira gradual em julho.

Como vai ser a reabertura

Para alunos de creches e unidades de educação infantil, o retorno pode ser antecipado, mas isso depende do aval do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo. Segundo Soares, como será feito um rodízio de alunos na escola, os pais com filhos na educação infantil que trabalham fora terão prioridade nesta primeira fase de retomada das aulas, desde que comprovem não ter com quem deixá-los.

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“Quando e onde começam as liberações ainda vai depender da autorização do Centro de Contingência do Coronavírus. Essa primeira liberação será exclusivamente para mães trabalhadoras, para famílias que comprovadamente não têm com quem deixar seus filhos”, explicou o secretário.

A retomada das aulas presenciais para os alunos do ensino fundamental e médio está prevista apenas para julho, em sistema de rodízio, com a redução do número de estudantes por turma. Rossieli explica: “Não retornaremos com todos os estudantes na escola em um mesmo dia. Em uma sala de 35 alunos, por exemplo, não é possível manter uma distância de 1,5 metro entre eles. Então, vamos retomar com um dia de aula para uma parte da turma e o outro dia para os demais”.

Nos dias que os alunos não tiverem aulas presenciais, deverão seguir estudando pelo sistema de educação remota de suas escolas. Os alunos do setor público estadual e municipal começaram semana passada a ter aulas efetivamente pelo sistema remoto (leia mais aqui).

Segundo o secretário, na primeira semana da retomada, os alunos serão avaliados sobre eventuais prejuízos de aprendizado durante o período de suspensão das atividades presenciais. Na segunda semana, ainda de forma escalonada, as equipes darão prioridade ao acolhimento dos alunos.

As primeiras semanas serão utilizadas também para que professores planejem estratégias de reforço e recuperação. O planejamento será baseado nos resultados das avaliações realizadas durante a primeira semana do retorno às aulas.

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Universidades

O secretário não descartou a possibilidade de alteração na datas de realização das provas da primeira fase dos vestibulares das três universidades paulistas, USP, Unicamp e Unesp. “Se for necessário, Sua assinatura vale muito. dependendo do que acontecer nos próximos meses, vamos trabalhar com uma eventual alteração se houver necessidade”, disse.

Segundo ele, as instituições já alteraram o calendário previsto inicialmente para adiar o prazo de inscrição dos estudantes.

“Nossa primeira preocupação não é com a aplicação, mas com o direito dos estudantes de realizarem as inscrições [ao vestibular]. As universidades já adaptaram seus calendários para que as inscrições fossem mais tardias e evitar que acontecesse esse primeiro grande prejuízo aos estudantes, já que é na escola estadual onde a maioria faz esse processo”, disse.

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Soares criticou o cronograma estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que manteve o prazo de inscrição até 22 de maio. “A escola é quem ajuda o aluno a fazer inscrição e essa é nossa principal crítica em relação ao Enem nesse momento”, disse.

Confira como foi a coletiva de imprensa e o anúncio da reabertura das escolas:

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 24/04/20. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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