Dra. Priscila Zempulski Dossi
Criado em 18/08/21
Uma das maiores expectativas dos pais em relação aos seus filhos é quanto ao aprendizado da linguagem falada: quando nos primeiros anos, a criança começa a desenvolver a comunicação oral. É unânime, todos os pais desejam ver seus filhos balbuciarem as primeiras palavrinhas, não é mesmo?
Um assunto muito relevante, motivo de consulta com pediatras, fonoaudiólogos, e principalmente com psiquiatras infantis, é o atraso da fala.
Quando falamos em atraso da fala, precisamos ver se de fato, trata-se de um atraso ou um desvio da fala.
O “Atraso da Fala acontece quando a criança não atinge a quantidade e a qualidade de palavras esperada para a idade que ela tem. Isso pode acontecer por diversos motivos, que vão desde uma falha na audição, passando por alterações do neurodesenvolvimento, como as deficiências intelectuais e o autismo em si.
Já o “Desvio da Fala”, é a fala disfuncional, aquela que não dá para compreender o que a criança está querendo dizer. Outras causas também envolvem os distúrbios específicos de linguagem ou Apraxia da fala, que acontece quando a criança sabe o que quer dizer, mas seu cérebro falha ao planejar a sequência de movimentos para produzir os sons.
A Ecolalia pode ser um sinal de autismo, e é um distúrbio de desenvolvimento de fala e linguagem. É quando a criança repete o que ela mesma fala ou o que outra pessoa fala, sendo alguém da família, ou outras pessoas que convivem com a criança. Pode acontecer também com desenhos assistidos, ou outras fontes de sons, como por exemplo: Se alguém fala a palavra “água”, a criança repete “água”, como um eco, sendo que ela pode repetir qualquer coisa que ouvir, desde palavras, a frases inteiras.
A ecolalia tem por costume não ter a intenção comunicativa, mas somente a repetição de um som; ela é como uma estereotipia da voz.
E não podemos esquecer, principalmente hoje em dia, de falar dos malefícios causados não só para a fala, mas, no desenvolvimento geral da criança, que é a exposição excessiva às telas eletrônicas associada a falta de estímulos, principalmente para os menores de 2 anos de idade.
“Tem sido comum mães chegarem ao consultório preocupadas com esses sinais, perguntando: “Dra. Meu filho é autista?”, porém, para saber o diagnóstico é necessária uma avaliação melhor, mais minuciosa, e não se baseia somente no atraso da fala.
Os sinais e sintomas precisam ser avaliado por um psiquiatra infantil, em conjunto com outros profissionais, como um fonoaudiólogo e uma equipe interdisciplinar. Se faz necessária uma investigação completa, com a elaboração de um plano de intervenção para o paciente.
E não podemos esquecer do mais importante: Quanto antes for feito o diagnóstico, melhor, pois assim, aproveitamos o que chamamos de neuroplasticidade, a capacidade de adequação e novas conexões que o cérebro infantil possui nos primeiros anos de vida.
Voltando a falar sobre a fala, a oriento o seguinte: “Não acredite quando alguém comentar que seu filho é preguiçoso e por isso, ele não fala, ou que toda criança tem o tempo certo para falar e você deve esperar. Não espere! Se você tem dúvidas sobre a fala de seu filho, ou nota um certo atraso, busque auxílio profissional o quanto antes.
Com um ano de vida a criança já consegue falar duas ou três palavras além de “mamãe” e “papai”. Com um ano e seis meses ela já consegue falar mais de dez palavras além de nomes de pessoas. Com dois anos, a criança já tem um vocabulário com mais de cinquenta palavras e ela consegue formar frases com duas ou três palavras. Com três anos ela já superou todas essas etapas. Com quatro, essa criança já deve falar bem, de modo claro é compreensível.
Como psiquiatra infantil e como profissional médico, precisamos pensar nos dois grupos de causadores do atraso na fala, podendo ser uma causa orgânica, neurológica, de fato, ou ainda uma causa ambiental.
Falando de causa neurológica, temos os transtornos de desenvolvimento, por exemplo, 40% das crianças com TDAH podem ter um atraso de fala. Transtornos cognitivos como deficiência intelectual, pode ter um atraso de fala.
Às vezes a criança pode ter uma lesão estrutural. Por isso é necessária uma investigação por parte do médico, para saber se de fato ela apresenta alguma lesão ou uma disfunção neurológica.
Em se tratando de causas ambientais, precisamos pensar na prematuridade, no pré-natal, se foi bem acompanhado ou se houve alguma intercorrência no período ou no parto; Se a mãe teve um trabalho de parto prolongado, se a criança teve asfixia, se faltou oxigênio no cérebro do bebê. Se houveram causas infecciosas no período neonatal, como meningite, toxoplasmose, herpes, dentre outras. “Podem existir muitas causas peri-parto que precisam ser bem avaliadas, que podem levar ao futuro atraso da fala da criança, por isso mais uma vez insisto na busca de um diagnóstico precoce.
Sobre Dra. Priscila Zempulski Dossi:
é médica psiquiatra com especialização em psiquiatria infantil e da adolescência pela UNICAMP. Dra. Prisicila Dossi também é especialista em Transtornos do peri-parto.
Site: https://prisciladossi.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/prisciladossipsiquiatra
Sobre Dra. Priscila Zempulski Dossi:
é médica psiquiatra com especialização em psiquiatria infantil e da adolescência pela UNICAMP. Dra. Prisicila Dossi também é especialista em Transtornos do peri-parto.
Site: https://prisciladossi.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/prisciladossipsiquiatra
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 18/08/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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