Línguas indígenas! Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação é a nova exposição do Museu da Língua Portuguesa

Reconhecer a importância da cultura indígena como parte da riqueza imaterial brasileira é valorizar a própria origem do povo brasileiro. E para isso acontecer, um caminho é aproximar as pessoas das línguas faladas pelos índios brasileiros.

Assim, que tal aproveitar para levar seu filho visitar o Museu da Língua Portuguesa e a sua mais nova exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação?

Por dentro da exposição

Os visitantes podem caminhar por todos os espaços sem a necessidade de estabelecer um trajeto de ‘início’ e ‘fim’, como se atravessasse por um ‘rio de palavras’ escritas em diversas línguas indígenas.

Em um deles, há floresta de línguas indígenas representando a “grande diversidade existente hoje no Brasil”. Neste espaço também é possível conhecer a sonoridade de várias palavras.

Outra sala chamada “Língua é Memória” traz conflitos em territórios indígenas desde o século XVI até os dias atuais, contadas por objetos arqueológicos, obras de artistas indígenas, registros documentais, mapas, recursos audiovisuais e multimídia.

A mostra trouxe também um tambor feito a partir de uma tora única e cedido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. O tambor poderia ser usado em celebrações ou rituais.

Por fim, na sala “Palavra tem Poder”, o público poderá conhecer linguagens artísticas com exibição de produções de autoria indígena. Uma curiosidade: de acordo com o Censo realizado pelo IBGE em 2010, viviam no Brasil naquele ano 896.917 pessoas que se declararam indígenas.

A Exposição segue no Museu da Língua Portuguesa até abril de 2023, os ingressos custam entre R$ 10 e R$ 20 e podem ser comprados pela internet. Crianças até 7 anos não pagam e aos sábados todos entram gratuitamente.

Você sabe o que é Nhe’ẽ Porã?

“Nhe’ẽ” significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e “porã” significa belo, bom. A tradução poderia ser algo como ‘belas palavras’ ou ‘boas palavras’.

Por isso, a exposição é um convite para os visitantes conhecerem a variedade e a riqueza das línguas dos povos indígenas, além de mostrar a maneira com que eles interagem com a natureza e se organizam em grupo.

A proposta também é mostrar a contribuição dos povos originários para a construção do patrimônio cultural comum da língua portuguesa por meio das diversas línguas indígenas.

Década Internacional das Línguas Indígenas

O projeto teve patrocínio do Instituto Cultural Vale, do Grupo Volvo e da Petrobras, com apoio de Mattos Filho – por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Tem também apoio da UNESCO, por conta da Década Internacional das Línguas Indígenas.

Cooperaram ainda o Instituto Socioambiental, Museu da Arqueologia e Etnologia da USP, Museu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi.