Dra. Quésia Villamil
Criado em 09/09/21
Ao contrário do que você pode imaginar, o diabetes gestacional não é tão raro. O diabetes do tipo mellitus é a complicação clínica mais comum do período gestacional. Estima-se que a sua incidência, apenas no Brasil, seja de 2,5% a 7,5%.
Você sabe o que pode promover diabetes durante a gestação? Sabe os problemas que ele pode causar, tanto para as gestantes, quanto para os seus bebês? Aqui, nesse post, você terá as respostas para esses questionamentos e saberá como deve fazer para tratar essa doença, durante esse período gestacional, e para evitar as possíveis consequências dela.
O que é o diabetes gestacional?
Durante a gestação, é normal a mãe apresentar adaptações na produção hormonal, que visam permitir o desenvolvimento do seu bebê. Uma dessas modificações é a “resistência à insulina”, ou seja, há a redução da ação da insulina (hormônio), que é responsável pela “captação” de glicose livre na corrente sanguínea. A placenta é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina. Como resultado direto disso, o pâncreas irá produzir maiores quantidades desse hormônio, a fim de compensar essa falta dele. Porém, em algumas mulheres, isso não irá ocorrer e promoverá o quadro de “Diabetes Gestacional”, caracterizado exatamente pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia) devido à redução da quantidade de insulina, logo, da sua ação também.
De uma maneira geral, não existe um consenso sobre o critério diagnóstico mais adequado para o diabetes gestacional. Da mesma forma, não há consenso em relação ao critério mais apropriado para a seleção de gestantes que devem ser investigadas para esse problema.
Uma solução para isso é realizar o rastreio da glicemia em jejum em todas as gestantes logo no primeiro trimestre da gestação, e os resultados desse exame que apresentarem valores acima de 92 mg/dL já é um indício para os profissionais começarem o acompanhamento dessa gestante desde o princípio e evitar que ela desenvolva diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher. A presença de sintomas não é comum. Por isso, é recomendado também que ao longo da gestação, todas as gestantes, a partir da 24ª semana (início do 6º mês) de gravidez, realizem exames periódicos que indiquem como está a glicose em jejum e a glicemia após estímulo da ingestão de glicose.
O diagnóstico de “diabetes gestacional” propriamente dito é feito caso a glicose no sangue venha com valores iguais ou maiores a 92 mg/dl no jejum ou 180 mg/dl e 153 mg/dl respectivamente 1 hora e 2 horas após a ingestão do açúcar. As manifestações de uma hiperglicemia, glicosúria (quantidade de glicose elevada na urina) e a cetoacidose são muito comuns em gestantes com a desordem, logo, são indicativos de diagnóstico de diabetes gestacional.
Observação: É bom lembrar que esses achados estão presentes em um nível mais avançado da gestação. Isso significa que apresentar essas manifestações logo no primeiro trimestre da gravidez, geralmente, é indicativo de que a paciente já tinha essa doença previamente (mesmo sem saber), o que não necessariamente caracterizaria diabetes gestacional.
Não deixe de realizar os exames que o seu médico solicitar e de realizar um acompanhamento com ele, pois isso é essencial para haver a observação e monitoramento de achados característicos que indicam a presença do diabetes durante a gestação.
Após ser diagnosticada com diabetes gestacional, o seu endocrinologista e obstetra irá realizar o controle do seu diabetes gestacional. Esse controle é feito, geralmente, por meio de uma adequação nutricional, então ir em um nutrólogo ou nutricionista é muito importante também. A gestante necessita ajustar para cada período da gravidez as quantidades dos nutrientes que serão ingeridos. Uma outra conduta importante é a realização das práticas de atividade física. Essa medida possui grande eficácia para a redução dos níveis da glicemia, ou seja, da glicose no sangue. Vale ressaltar que a atividade deve ser feita somente depois de avaliada se existe alguma contra-indicação, por exemplo, o risco de trabalho de parto prematuro.
Devemos considerar também que algumas gestantes não conseguem alcançar um controle adequado do diabetes apenas com o balanceamento da dieta e a prática dos exercícios físicos. Logo, para esses casos, há a indicação de realizar o uso de insulinoterapia. Essa utilização da insulina é segura durante a gestação e o seu objetivo é normalizar a quantidade de glicose materna, impedindo a hiperglicemia.
Outra conduta fundamental é a realização da monitorização com a glicemia capilar para o acompanhamento do diabetes gestacional é análise da efetividade do controle. Essa monitorização deve ser realizada diariamente, pelo menos 3x/dia. Associado a isso, o acompanhamento e a avaliação fetal, por meio de ultrassonografia obstétrica (ultrassom) deve ser realizado, para verificar qualquer alteração, como no tamanho do bebê, que pode estar maior ou menor do que o esperado para o período gestacional e no volume do líquido amniótico.
É importante destacar que, quando o diabetes gestacional é tratado de maneira adequada, haverá um excelente desfecho na gravidez, e as complicações citadas acima, não irão ocorrer. Os bebês nascerão saudáveis e a mãe permanecerá com saúde.
Aproximadamente 6 semanas após o parto, a mulher que teve diabetes gestacional deve realizar um novo teste oral de tolerância à glicose, sem estar em uso de medicamentos antidiabéticos. Essa conduta é necessária, porque o histórico de diabetes gestacional é um importante fator de risco para desenvolvimento de diabetes tipo 2 ao longo da vida adulta e na senilidade.
Um fato importante é que o aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes permanente após o parto. No entanto, é essencial a manutenção de uma alimentação balanceada e com a prática regular de atividades físicas para evitar o desenvolvimento de diabetes tipo 2 após o parto.
Então, para garantir uma vida saudável e o seu bem-estar, bem como o do seu bebê, priorize a sua saúde, continue acompanhando os seus médicos, realizando exames periódicos e não deixe de realizar exercícios físicos e a ingestão de uma dieta balanceada.
Sobre Dra. Quésia Villamil:
Médica Ginecologista e obstetra, fundadora do Instituto Villamil
Site: https://www.institutovillamil.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/draquesiavillamil
Sobre Dra. Quésia Villamil:
Médica Ginecologista e obstetra, fundadora do Instituto Villamil
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 09/09/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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