Luís Ricardo Cicaroni
Criado em 01/12/21
Dia 30 de novembro é celebrado o Dia de Doar. O movimento, que começou em 2012 nos Estados Unidos, já está em 85 países – incluindo o Brasil – e, além de ser uma ação em prol dos necessitados ao estimular a prática da doação, tem como objetivo promover nações mais solidárias. E, ao contrário do que se pensa, este assunto não é e nem pode ser somente um papo de adulto! Falar sobre doação e, mais do que isso, torná-la uma prática recorrente, é um assunto que independe da faixa etária.
De acordo com o relatório de desenvolvimento humano divulgado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento, o Brasil está entre os 10 países mais desiguais, atrás somente das nações do continente africano. Para mudar essa realidade é preciso, entre outras coisas, de muita solidariedade – um valor que pode ser cultivado desde a infância.
Então, antes de ensinar a doar, é importante proporcionar reflexões desde cedo, pois somente dessa forma será possível desbanalizar a extrema pobreza. As crianças precisam ter consciência de que não é normal as pessoas morarem na rua, revirar lixo ou precisar de ajuda para sobreviver. À vista disso, se você tem dúvidas de como provocar essa reflexão no seu filho é só lançar uma pergunta: você gosta e é feliz com a sua vida? A partir disso, é possível puxar relações com o fato de muitas pessoas não terem acesso às mesmas oportunidades que ele tem e mostrar como isso impacta a vida de todos.
Pensar em situações que envolvem a cidadania não precisa ser entediante e robótico. A ideia é que o assunto que gira em torno da sociedade seja algo comum, como um papo promovido de forma natural em um momento de lazer, por exemplo.
Para auxiliar no desenvolvimento do raciocínio e, consequentemente, ajudar a criança a entender melhor os problemas enraizados na cultura brasileira, você pode revisitar os aprendizados em história e viajar ao passado para relembrar os tempos de colonização, bem como a burguesia versus proletariado e passar sobre o período de escravidão.
Propor às crianças que elas pensem nas causas dos problemas é essencial para sua própria formação enquanto cidadão. Isso porque, além de livrá-la da alienação, você a faz pensar em políticas públicas, o que o governo poderia fazer para mudar a situação de extrema pobreza e também no seu papel para mudar o cenário atual e futuro.
Por outro lado, quando direcionamos o assunto aos menores, a comunicação precisa acontecer de forma diferente. Afinal, na faixa dos dois ou três anos ainda não é viável estimular essa reflexão profunda e repleta de contexto. Contudo, engana-se quem acha que nesta fase eles não compreendem as coisas. Ao contrário, os pequenos são espertos e podem aprender lições para a vida toda por meio dos gestos, exemplos e atitudes.
Sendo assim, para ensinar desde cedo a empatia e solidariedade, basta chamá-los para a ação. Por exemplo: se há um brinquedo que ele não toca há algum tempo, ao invés de apenas doar, é interessante exercitar o motivo. Experimente explicar o quanto aquele brinquedo pode ser o motivo de alegria para outra criança já que para ele não é mais algo tão legal. E reforce no diálogo que essa doação só foi possível porque o objeto estava em perfeito estado.
A mesma atitude também é indicada para os maiores. Passado pelo conceito de contextualização sobre as causas da desigualdade econômica no país e os direitos do cidadão, é hora de agir e chamá-los também para separar aquela roupa ou sapato que não lhes servem mais e que ainda continuam ótimos. O jogo que tem todas as peças, mas deixou de ser novidade também pode fazer parte dessa coleta e, além disso, tem também os alimentos, materiais de limpeza, higiene pessoal entre outros.
Sabemos que nem sempre é possível montar uma cesta básica inteira para doar, mas, de repente, na compra do mês, dá para separar um ou mais itens para doação. Esse valor é construído por pequenas atitudes constantes e ao unir todas as frentes você consegue ensinar a importância de doar e como doar até quando não há nada sobrando. É assim, refletindo e agindo, que será possível construir uma sociedade mais justa e, consequentemente, formar cidadãos que se enxergam enquanto agentes de transformação.
Sobre Luís Ricardo Cicaroni:
Coordenador do Núcleo de Ações Sociais (NAS) do Colégio Augusto Laranja, de Moema, São Paulo.
Sobre Luís Ricardo Cicaroni:
Coordenador do Núcleo de Ações Sociais (NAS) do Colégio Augusto Laranja, de Moema, São Paulo.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 01/12/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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