A pandemia expôs diversos problemas sociais, mas um deles foi agravado: ao longo dos dois anos de pandemia de covid-19, mais de 320 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento.
O número de bebês sem o nome do pai no documento equivale a, em média, 6% do total de crianças nascidas no país, maior porcentual desde 2016. Além de sofrerem abalo emocional, sem o convívio do genitor e nem ajuda financeira, os pequenos, muitas vezes, passam dificuldades.
Em números absolutos, 160.407 recém-nascidos foram registrados sem o nome do pai no primeiro ano da pandemia e 167.399 no segundo. Os recordes dos últimos cinco anos ocorreram justamente nos dois anos que têm os menores números totais de nascimentos desde o início da série histórica dos cartórios, em 2003.
Um outro índice registrado pelo portal confirma o problema: os reconhecimentos de paternidade – que podem ser feitos em qualquer momento da vida do indivíduo mediante o desejo do pai – também caíram muito durante o período de emergência sanitária, passando de 35.243 em 2019 para 23.921 em 2020 (uma queda de 32%) e para 24.682 em 2021 (uma redução de quase 30% em relação a 2019).