Por Denise Oliveira

Criado em 19/01/23

Foto: Senivpetro/Freepik

Epidemia silenciosa: casos de miopia entre crianças e adolescentes crescem 134% na capital

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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou um aumento de 134% nos casos de miopia entre crianças e adolescentes na cidade de São Paulo, no período de 2019 a 2022. O crescimento pode ser explicado pelo uso excessivo de aparelhos eletrônicos. 

O aumento foi observado entre pessoas de até 19 anos. Em 2019, a secretaria constatou 866 casos da doença entre a população dessa faixa etária. Em 2020, foram 584; e em 2021, a SMS registrou 1.720 casos.

No acumulado de janeiro a setembro de 2022, foram computados 2.026 casos de miopia. Os dados são da Coordenação de Epidemiologia e Informação (Ceinfo), da SMS.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica a miopia como uma epidemia, devido ao isolamento social nos últimos anos, já que as pessoas ficaram mais tempo em casa e, consequentemente, passaram mais tempo em frente às telas. A estimativa da entidade é de que até 2050, 50% da população mundial será afetada pela doença. 

De acordo com a oftalmologista da Coordenadoria de Regulação da SMS, Luciana Emi Sasaki Assae, o uso prolongado de aparelhos eletrônicos, sem pausas, pode aumentar as chances da criança se tornar míope, apesar de fatores genéticos e hereditários também determinarem o diagnóstico. 

Como saber se meu filho é míope?

Segundo a especialista, as crianças dão alguns sinais de que estão com dificuldades para enxergar:

  • Queixar-se de dor de cabeça;
  • Coçar os olhos frequentemente;
  • Desinteresse por atividades escolares;
  • Cerrar os olhos para enxergar melhor.

Os pais devem ficar atentos e levá-las ao oftalmologista, se for o caso. É recomendado consulta com o especialista ao menos uma vez ao ano.

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Qual o tempo de tela ideal para cada idade?

O manual de orientação #Menostelas #Maissaúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) traz recomendações sobre o uso das telas na infância e adolescência. 

De acordo com o documento da entidade, os pais devem evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente, e limitar o tempo de uso de aparelhos eletrônicos a uma hora por dia para crianças entre dois e cinco anos; e de uma a duas horas por dia, para os pequenos de seis a 10 anos. 

Para os maiores, a SBP recomenda limitar o uso de videogames a duas ou três horas por dia. Ou seja, nada de “virar a noite” jogando. A regra é válida para adolescentes entre 11 e 18 anos. 

E uma recomendação para todas as idades é não ter contato com as telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir para não atrapalhar o sono. 

O que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos pode causar?

A lista de problemas de saúde desencadeados pela utilização de computadores, videogames, tablets e celulares em excesso é grande e vai muito além da miopia.

Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão; transtornos do déficit de atenção e hiperatividade e transtornos do sono são alguns dos problemas que podem afetar as crianças com o passar do tempo.

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Como ‘tirar’ o celular das crianças?

Segundo o manual, oferecer hábitos simples, como atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável, podem ser uma alternativa para tirar o foco dos aparelhos eletrônicos.

Os pais também devem monitorar o uso desses equipamentos, estabelecendo regras de segurança, senhas, filtros apropriados, e criar momentos de descontração em família, com jogos interativos e passeios. 

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 19/01/23. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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