As brincadeiras na educação infantil são fundamentais para o aprendizado de habilidades muito importantes, como a fala, a socioafetividade, a cognição e a coordenação motora. Muitas crianças têm passado mais tempo em suas casas, mais isoladas com suas famílias e com restrições de convivência com outras crianças desde o ano passado. O brincar não é somente um passatempo; como muitos especialistas atestam: “enquanto as crianças se divertem, estão aprendendo e desenvolvendo diversas habilidades”, enfatiza Nathalia Pontes, psicopedagoga e mestre em Educação.
Segundo Nathalia, não é à toa que existem tantas brincadeiras na educação infantil e que o foco das escolas e creches esteja voltado para o brincar, “que carrega importante função pedagógica também”, completa a especialista, que também é gerente de produto do Kinedu.
Confira a seguir algumas dicas do Kinedu de como usar as brincadeiras para ajudar as crianças a desenvolverem suas habilidades e para a família ter momentos de qualidade e lazer.
O “faz de conta”, por exemplo, ajuda a exercitar a criatividade e a imaginação, que, por sua vez, estimula a capacidade dê os pequenos resolverem problemas. Em um jogo de competição, crianças aprendem a lidar com as suas frustrações, com o “ganhar e perder”, além de entenderem o espírito esportivo e o poder da colaboração.
Nessas brincadeiras, bebês e crianças também conseguem elaborar vínculos afetivos e sociais, o que ajuda no desenvolvimento socioafetivo. Ao brincar com o seu filho, você perceberá que ele gosta de fazer as mesmas atividades várias vezes. O que para nós, adultos, é repetitivo, para as crianças, é uma maneira de reforçar as conexões neurais. Isso porque se as sinapses não foram usadas, elas tendem a ser desativadas. “Ou seja, quanto mais os pequenos utilizam as conexões neurais, mais elas se firmam, e a maneira de fazer isso é repetindo os estímulos”, afirma Pontes. Sendo assim, se o seu filho chamar você para fazer a mesma brincadeira pela décima vez, não estranhe e incentive-o.
Você sabe como brincar com o seu filho de maneira produtiva? É comum que os pais não saibam variar as brincadeiras. Por isso, separamos algumas dicas que vão ajudar a planejar atividades que sejam estimulantes.
Quando a criança já fala, é mais fácil saber do que ela gosta de brincar. Mas, e quando são bebês, o que fazer? Até o primeiro ano de vida, os pequenos gostam de brincadeiras que têm interação com outras pessoas. A atividade “Cadê o bebê? Achou!” é uma das preferidas dos bebês, e ajuda a desenvolver o conceito de permanência do objeto, que os ajuda a lidar com a ansiedade de separação.
É normal que os pequenos não se interessem tanto por brinquedos nessa idade. Entretanto, se você quiser usar os brinquedos, aposte nos que são mais chamativos, como os chocalhos e outros que emitem sons.
Já as crianças maiores, com mais de um ano, adoram blocos de encaixar, instrumentos musicais, entre outros que piscam, brilham e reproduzem sons. Isso é ótimo para desenvolver novas habilidades. Uma brincadeira bem interessante para crianças de mais de dois anos é o faz de conta, que trabalha o desenvolvimento cognitivo. Você pode oferecer um telefone de brinquedo, comidinha de mentira ou até fantasias; deixe que seu filho solte a imaginação!
Crie um ambiente em que a criança possa ter acesso a vários brinquedos, objetos e liberdade para brincar à vontade. Um lugar em que possa rabiscar, desenhar e pintar, por exemplo, é ótimo para que seu filho desenvolva habilidades cognitivas e de coordenação motora fina.
A variedade de itens é interessante para que a criança explore e descubra sons, cores e texturas diferentes, trabalhando seus sentidos. Não estamos falando de coisas caras. Um simples pote bem fechado com grãos de feijão dentro se torna um item interessante e estimulante. Lembre-se de deixar esses objetos à mão do seu pequeno para estimular a independência dele.
A fala é mais uma habilidade que pode ser desenvolvida por meio das brincadeiras na educação infantil. O “falar com brinquedos” é uma ótima atividade para isso. Nela, você incentiva a criança a falar sobre um determinado objeto. Seu filho tem um bicho de pelúcia preferido? Você pode usá-lo!
Pergunte ao pequeno como o objeto se chama. Depois, convide-o para incluir o brinquedo em suas atividades, como tomar um lanche. Peça para o seu filho responder perguntas simples na terceira pessoa. Por exemplo: o bichinho está com fome? O que ele quer comer? Tudo isso ajuda na linguagem e na imaginação.
Uma das maneiras que as crianças têm de aprender é por meio da imitação. Sendo assim, você pode fazer a brincadeira da sombra, incentivando o seu filho a imitar o que você estiver fazendo. Para trabalhar a capacidade linguística, é interessante que você descreva e nomeie as ações. Viu como, além de divertida, essa atividade ajuda em diversas áreas do desenvolvimento infantil?
Chega uma hora em que os bebês se cansam das brincadeiras, principalmente quando são superestimulados. Você pode perceber isso quando, durante a atividade, seu filho fechar os olhos, chorar e virar a cabeça ou ficar muito agitado. Nesse momento, é preciso dar uma pausa de alguns minutos até que o pequeno se acalme. Depois, podem retomar o que estavam fazendo ou partir para a próxima tarefa.
De toda forma, o tempo sem fazer nada também é ótimo para o bebê explorar sozinho, treinar a espera e se divertir em sua própria companhia. “É gostoso brincar junto, principalmente para aprender ação, reação, estímulo e resposta, mas também é importante que o bebê brinque sozinho para aprender a criar, imaginar e, principalmente, se divertir de forma autônoma”, conclui Pontes.
Experimente essas dicas e observe os sinais que o seu filho der. Aos poucos, você irá perceber quanto tempo a brincadeira deve durar, quando é hora de passar para a próxima atividade ou o que atrai o interesse do seu pequeno. Boa diversão!