Da Redação
Criado em 05/12/24
Foto: Reprodução/instagram
Um caso ocorrido em um voo entre São Paulo e Belo Horizonte colocou em debate temas como direitos do consumidor, convivência social, exposição nas redes sociais e o impacto emocional de conflitos em espaços públicos. A história, amplamente repercutida na última semana, envolve Jeniffer Castro, uma passageira que se recusou a ceder seu lugar para uma criança, e foi gravada por outra passageira, gerando uma onda de reações na internet.
O caso ganhou notoriedade após um vídeo publicado no perfil @marycomciencia no TikTok, onde a usuária, filha de Eluciana Cardoso, que filmou o incidente, criticava Jeniffer por “falta de empatia” com crianças. No vídeo, Jeniffer aparece usando fones de ouvido, evitando interação, enquanto é criticada pela voz de Eluciana. A criança ao centro do episódio chorava ao fundo.
“Estou gravando a sua cara porque você não tem empatia com as pessoas”, diz Eluciana na gravação. A postagem rapidamente viralizou, mas a repercussão teve um efeito inesperado: a maior parte dos internautas tomou partido de Jeniffer, apontando que ela não tinha obrigação de ceder seu assento.
A confusão começou quando Aline Rizzo, mãe da criança, acomodava outro filho, cadeirante, no avião. O filho mais novo, de 4 anos, sentou no assento ao lado da avó, lugar previamente comprado por Jeniffer. Ao retornar, Jeniffer pediu para ocupar seu assento, o que gerou a frustração da criança. A mãe retirou o menino do lugar e tentou confortá-lo em outro assento.
Segundo testemunhas, a criança chorou e gritou durante parte do voo, o que levou outros passageiros, incluindo Eluciana, a intervir. Jeniffer manteve-se firme, afirmando que aquele lugar era seu por direito.
A polêmica ganhou novas camadas com a descoberta de que Jeniffer havia pago um valor extra pelo assento, caracterizado como “Conforto”, com mais espaço e localização privilegiada. A questão levantou debates sobre a responsabilidade de passageiros em ceder lugares em situações semelhantes.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reforçou que a troca de assentos não é obrigatória, exceto em casos relacionados à segurança ou sob orientação da tripulação. Crianças devem estar acompanhadas de um adulto responsável, mas não há regulamentação sobre a escolha específica do assento.
Após a viralização, Jeniffer Castro foi apelidada de “diva do avião” e acumulou mais de um milhão de seguidores no Instagram. Apesar do apoio, a bancária relatou sofrer ameaças e ofensas. “Estou com medo, me sinto perseguida”, disse em entrevista ao programa Encontro.
A advogada de Jeniffer informou que está tomando medidas legais contra Eluciana e sua filha por difamação e exposição indevida. O uso de imagens sem autorização pode gerar indenizações por danos morais.
Por sua vez, Eluciana pediu desculpas públicas, afirmando que perdeu o controle ao gravar o vídeo e reconhecendo que sua ação causou dor às partes envolvidas.
Aline Rizzo, mãe do menino, também enfrentou ameaças e ataques online. “Eu não xinguei, não filmei, não ofendi. Apenas pedi desculpas”, disse. Aline reforçou que a intenção nunca foi constranger Jeniffer.
Especialistas em psicologia infantil comentaram sobre a frustração da criança e o papel dos pais em ensinar limites. Fernanda Landeiro, doutora em saúde, explicou que “a birra é uma reação comum” e destacou a importância de validar os sentimentos da criança enquanto se mantém a firmeza nas regras.
O episódio reabre discussões sobre os limites entre direitos individuais e o convívio social. Até que ponto as redes sociais devem ser usadas para expor conflitos pessoais? E como lidar com as conseqüências psicológicas e legais dessas exposições?
Com a promessa de processos e a retirada do vídeo original das redes, o caso permanece como um exemplo do impacto da vida digital em espaços compartilhados. Mais do que uma polêmica, a história é um reflexo das complexas relações humanas em tempos de hiperconectividade.
Confira o polêmico vídeo:
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 05/12/24. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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