Atividade física após a gestação: prática beneficia recuperação do corpo e mente da mulher

O pós-parto é uma fase de mudanças complexas na vida e também no corpo da mulher. Além de exigir muito cuidado com o recém-nascido, o período também representa drásticas alterações hormonais no organismo que podem aumentar os níveis de cortisol (hormônio do estresse). Inclusive, a atividade física é uma das maiores aliadas para auxiliar a mulher nessa fase de grandes mudanças.

É importante salientar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% das mulheres grávidas e 13% das puérperas apresentam um transtorno mental, e a depressão pós-parto pode atingir de 10 a 20% das puérperas. Já a American Psychiatric Association afirma que 8,5% dos episódios de depressão pós-parto se desenvolvem no início da gravidez.

Para quem não sabe, os exercícios físicos ajudam a evitar a depressão pós-parto, diminuem o estresse e colaboram para o aumento da disposição e a energia para as atividades. Outro benefício é fortalecer o abdômen e a pelve, o que facilitará no combate à flacidez da barriga e diástase.

Também é de grande valia lembrar que as atividades físicas beneficiam o corpo com tamanha intensidade, que podem ser até mesmo adaptadas para durante o período gestacional, respeitando as condições individuais de cada gestante. Durante os exercícios físicos, hormônios benefícios como a serotonina são liberados e os níveis de cortisol diminuem.

No entanto, a pergunta de muitas mulheres é: “Quando é possível retomar ou iniciar a prática de atividades físicas?” Bem, o período normal indicado pelos médicos é de 15 dias para parto normal e 45 a 60 dias para cesariana. Mas lembre-se: a retomada de atividades físicas deve ser gradativa e individualizada conforme o quadro pós-parto de cada mãe. A intensidade deve ser de leve a moderada, respeitando o limite e adaptação do corpo.

Outro detalhe fundamental é em relação ao período de amamentação, que exige certos cuidados, pois a atividade física intensa ou vigorosa nesta fase pode aumentar o nível de ácido láctico nos músculos devido ao stress pós treino e trazer cólicas ao bebé. Por isso, o melhor é que, independentemente do nível de treino, por questão de segurança, as mamães realizem a atividade física após alimentarem os bebês, quando já estarão com os seios mais vazios.

Observe também que 10 minutos diários de atividade moderada para mães que estão completamente destreinadas e não praticavam atividade física antes da gestação já é o suficiente e pode ser associado a práticas de caminhadas ou yoga – exercícios que ajudam a conectar e relaxar o corpo.

Além disso, a frequência deve ser de 3 a 5 vezes na semana. As atividades podem ser associadas em paralelo com atividades cardiovasculares, com acúmulo de 150 minutos semanais na frequência de 40 a 60% de intensidade da capacidade máxima.