Por Daya Lima
Criado em 04/05/22
A adolescência é uma fase bem delicada, é um período dedicado ao aprofundamento dos projetos de vida, personalidade, interesses, uma fase em que os hormônios começam a borbulhar. Portanto, todo cuidado, precaução e aconselhamento são bem-vindos para evitar uma indesejável gravidez.
O problema é crônico em nosso país e afeta principalmente meninas negras e pobres.
“A maternidade precoce tem uma série de consequências com impactos profundos para o futuro das meninas: além dos riscos físicos, como hipertensão arterial gestacional, anemia e partos prematuros, elas tendem a abandonar os estudos, não se profissionalizam e ficam mais sujeitas à violência doméstica”, diz Cynthia Betti, diretora da Plan International Brasil.
Por isso a prevenção é fundamental, uma vez que 66% das gestações adolescentes não são planejadas.
Foi o que aconteceu com a técnica de enfermagem Danyelle Melo, que engravidou aos 16 anos:
“É um turbilhão de emoções, é aquele medo do que vai vir, você não sabe como vai ser a experiência, é uma perspectiva de futuro quebrada, você não sabe como vai ser seu futuro, se vai conseguir realizar seus sonhos se você vai conseguir sustentar aquela criança, sua cabeça dá um nó”, relatou Danyelle.
Um dos obstáculos da gravidez na adolescência também é o desenvolvimento do corpo e a capacidade de suportar uma gestação. O corpo físico muda, as emoções mudam.
Além disso, tem os riscos da vulnerabilidade para o desenvolvimento físico da mãe e do bebê. Quando falamos de adolescência, falamos de um período entre os 12 até 19 anos, e dentro dessa faixa de idade, as pessoas têm diversos níveis de desenvolvimento físico, crescimento da estrutura óssea e modificação hormonal.
Leia mais: Raio-X da gravidez na adolescência no Brasil
O envolvimento e compromisso dos pais é essencial para essa fase, bem como o acompanhamento dos adolescentes na Atenção Primária à Saúde. Uma conversa aberta, sem medos e tabus, é a melhor forma para desenvolver conhecimentos e atitudes saudáveis.
Quando se tornam pais, esses adolescentes acabam por pegar um ‘atalho’ para a vida adulta, adiantando responsabilidades e compromissos que poderiam ser vividos num momento mais oportuno.
Mesmo contando com o apoio da família, Daniely ainda viveu as incertezas do futuro.
“Os meus pais viveram isso comigo, eles me ajudaram muito e me ajudam até hoje com a criação dos meus filhos. Eu fiquei sem rumo também, eu não sabia como seria o meu futuro, o que eu queria da minha vida e eles me ajudaram muito”, relatou a técnica.
De acordo com o Unfpa (Fundo de População das Nações Unidas), a cada mil brasileiras, entre 15 e 19 anos, 53 se tornaram mães em 2020, enquanto a média mundial é de 41.
Ao todo, são 1.150 bebês que nascem diariamente de mães adolescentes, de acordo com a Plan International Brasil e o Instituto Planejamento Familiar.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 04/05/22. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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