Fotos: Reprodução / Divulgação

Lúcia Maria Roberto

Criado em 24/05/19

O que fazer naquele momento de birra do seu filho “sem perder a cabeça”

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Tenho recebido muitas solicitações de pais pedindo uma orientação de como lidar com a BIRRA de seus filhos.

Vamos lá… Sei que este comportamento das crianças põe à prova a paciência e os limites dos pais, mas creio que entender um pouco o que ele significa no processo de desenvolvimento psicológico pode ajudar a aumentar a tolerância para a birra, que aparece com mais frequência na faixa etária dos 2 aos 4 anos.

Acreditem…trata-se de uma forma saudável da criança expressar emoções, sentimentos, vontades e necessidades, pois está desenvolvendo sua personalidade, porém ainda não tem elementos psíquicos para expressar-se da forma adequada; só querem satisfazer rapidamente a necessidade do momento. A medida que vão crescendo a tendência e diminuir este comportamento (se não abrandar ou mesmo tornar-se mais constantes, deve-se procurar a ajuda de um profissional).

Entretanto, para lidar com o momento, vamos para algumas estratégias que podem ajudar:

  • Em um acesso de birra, o ideal é criar uma distração que tire o foco do momento, por exemplo: mostrar algo interessante que esteja ao redor, se estiver em casa, chamar a atenção para algo na TV ou para um brinquedo, porque as crianças se concentram em um só tema por pouco tempo, por isso é fácil distraí-las.
  • Algumas vezes a criança só precisa liberar sua frustração, portanto proporcionar um pouco de privacidade pode ajuda-la a com a raiva que pode ter se apresentado na forma de birra. Levá-la para um lugar reservado contribui para que vá aprendendo a ter autocontrole.
  • Outra forma de tentar conter a birra é buscar conversar com a criança usando um tom de voz calmo mas firme, assim ela vai entender que você não está impactado com sua atuação. Crianças menores ainda têm pouco vocabulário, muitas vezes usam a birra para expressar o que não encontram em palavras, se você for falando o que está entendendo destas performances vão se acalmando, dizer por exemplo: “Vejo que você ficou muita brava com isso…”. Para ter um bom resultado neste diálogo é importante agachar-se para ficar da altura dela.
  • Sabe o “cantinho do pensamento”?! Esta é uma boa estratégia para utilizar, deixá-la por algum tempinho sozinha, mas antes abordar sobre o que estava errado no seu comportamento e as consequências negativas que lhe acarretou, tem um efeito positivo. Deixar claro que só pode sair com a autorização da mãe ou do pai, pois de modo geral as crianças detestam ficar isoladas, normalmente acalmam-se rápido com promessas de que não vão repetir o comportamento indesejado. (Só cuidado com este tempinho, não pode ser muito longo e nunca esqueça de tirá-la de lá, caso contrário, o efeito é bem negativo)
  • Agora, uma ação que até pode ser difícil de você executar neste momento de irritabilidade, mas que tem um resultado positivo é o abraço. Um abraço firme, acolhedor, tem um resultado muito bom para acalmar a criança sem precisar ceder ao que ela quer; o importante é focar no estado emocional e não no pedido que acabou em birra. Neste momento o silêncio é que tem que prevalecer, não diga nada, só abrace forte e gostoso.

Claro que é uma situação desesperadora para os pais e manter o controle muitas vezes é difícil, mas firmeza, serenidade, autoridade são atitudes que precisam ser exercidas neste momento de birra para conter a criança e mostrar que tem outras formas de adquirir o que se deseja e até de que nem sempre conseguimos o que queremos.

E para trazer a situação para a normalidade é importante se atentar para algumas atitudes que NÃO se deve fazer, pois podem contribuir para entender ainda mais o desconforto do momento. São elas:

  • Não se deve ceder à birra porque se fizer isso seu filho vai entender que para ter aquilo que quer é só repetir o comportamento; vai achar que é uma ação normal e pode se tornar em um ciclo vicioso.
  • Não se deve utilizar de força física, jamais bater na criança, a birra põe sou só já se apresenta como uma ação violenta, uma descarga de tensão; se você também expressar agressividade só potencializará o ocorrido.
  • Não se deve brigar, gritar com a criança em público, isso a expõe mais negativamente, podendo se sentir humilhada aumentando assim sua irritabilidade e consequentemente sua performance.

O importante é pararmos para refletir que, quanto mais (nós adultos) buscarmos identificar, aprimorar ou até incorporar as características de Amor, Atenção, Carinho, Autoridade, Firmeza, Segurança em nossas personalidades; nossos comportamentos ajudarão a diminuir a birra das crianças.

Sobre Lúcia Maria Roberto:

Psicóloga com mais de 27 anos de experiência na área clínica com abordagem da psicanálise, especialização em Psicologia Clínica com ênfase em Psicossomática e especialização em Psicologia Hospitalar.

Instagram: https://www.instagram.com/psicologa.luciaroberto/

Sobre Lúcia Maria Roberto:

Psicóloga com mais de 27 anos de experiência na área clínica com abordagem da psicanálise, especialização em Psicologia Clínica com ênfase em Psicossomática e especialização em Psicologia Hospitalar.

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 24/05/19. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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