Por Viviane Porto
Criado em 06/08/25
Sempre que essa época chega, uma memória da minha infância se acende.
Um gesto simples, que ainda influencia minha forma de ver a escola, o cuidado e o afeto.
E hoje, compartilho aqui.
Enquanto professores revisavam planejamentos e pais retomavam a rotina, algo se repetia todos os anos: crianças choravam, reclamavam dor de cabeça. Sentiam saudade de casa, da mãe, do colo.
Era comum. E compreensível.
Depois de semanas junto de seus vínculos mais íntimos, estar novamente em um espaço coletivo podia causar insegurança, ansiedade, estranhamento.
Mas quando eu era criança, naquele ambiente escolar em que cresci, havia uma resposta simples e milagrosa para esse choro.
Minha mãe era merendeira de escola pública.
E sempre que uma criança reclamava de dor ou tristeza, antes de atitudes mais urgentes, as professoras a levavam até a cozinha.
Ali, minha mãe recebia com um sorriso que parecia saber exatamente o que fazer.
Entregava um copo d’água filtrada e dizia:
“Esse aqui é um remedinho especial.”
Era só água.
Mas ninguém saía igual.
Junto com o copo, vinha a conversa leve, o toque no cabelo, o avental que secava a lágrima sem julgamento.
A dor passava.
A saudade se acomodava.
E a escola, de repente, voltava a ser abrigo.
Esse gesto era uma forma de cuidado que eu nunca esqueci.
Porque era cuidado feito com afeto, escuta, presença.
Hoje, como escritora, redatora e futura professora, escrevo sobre experiências culturais, educativas e familiares com a memória desse filtro de barro sempre presente: filtrando angústias, amenizando ausências, temperando o cotidiano e sendo ferramenta para que famílias se divirtam, se conectem e se reconheçam.
Voltar às aulas também é isso:
Cuidar do que não se ensina no quadro.
Acolher o que não cabe no currículo.
E lembrar que o afeto é ponte para feitos grandiosos.
Bom retorno!
canva
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 06/08/25. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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