Eu sou fã do escritor Sérgio Vaz há anos. E hoje vim dividir uma novidade que me emocionou: ele vai lançar um novo livro chamado “Coração de Criança Não Morre” na Flip 2025, em Paraty. Já começa com o título que aperta o peito, e olha que eu nem li ainda.
Mas o que me faz escrever sobre isso aqui, é que sinto que esse livro tem tudo a ver com o que eu acredito quando falo de infância, memória, afeto, e das formas que a gente encontra para se curar das nossas faltas e transformá-las em força. Sérgio, que sempre escreveu sobre a quebrada, sobre as dores e belezas do cotidiano, agora olha pra dentro, pro menino que ele foi.
créditos: @sergiovaz
“Esse cara achou que estava pronto para voltar ao passado e cuidar daquela criança abandonada. Mas ele se surpreende, porque a criança também o ensina muita coisa”, diz ele. E eu não sei você, mas isso já me pega num lugar fundo.
O livro, que sai pela Global Editora, vai estar disponível em três formatos: impresso, e-book e audiolivro, o que é ótimo, porque amplia o acesso pra todo mundo. Tem projeto gráfico assinado por Mauricio Negro, artista que trabalha temas ligados à ancestralidade, à cultura popular e à identidade brasileira.
O lançamento vai ser durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), um dos eventos mais simbólicos da nossa literatura. Eu acho simbólico demais que seja lá. Porque a obra do Sérgio sempre teve esse lugar de resistência, de ocupar espaços. E agora, aos 60 anos, ele chega à Flip com um livro que é, ao mesmo tempo, memória e recomeço.
A proposta do livro é construir uma ponte entre quem lê e quem escreve, especialmente para quem ainda não tem o hábito da leitura. “Pensei esse livro para ser o primeiro de pessoas que nunca leram”, conta ele. E aí a gente entende que não é só um livro. É um gesto. É abrir a roda. É estender a mão.
Se você também cresceu na periferia, se teve alguma perda difícil de digerir, ou se apenas guarda com carinho o seu jeito criança de ver o mundo, acho que esse livro vai bater em você do jeito que já está batendo em mim, só de saber que ele existe.
Mal vejo a hora de ter esse livro nas mãos. E, se a sorte ajudar, ouvir o Sérgio lendo um trechinho. Daqueles momentos que a gente guarda pra sempre. Quem sabe até rola uma conversa, uma entrevista…
Promessas de criança
Parei pra pensar também em quantas vezes na vida adulta eu me peguei tentando lembrar da pessoa que fui. De tudo que sonhei e do que deixei pra depois. Me perguntei: o que a minha criança ainda pode curar em mim? Quais promessas fiz pra ela e ainda não cumpri?
Talvez esse livro chegue como uma bússola pra reencontrar essa menina, não pra protegê-la, mas pra ouvi-la. Porque, como o Sérgio disse, às vezes é a criança quem ainda tem muito pra me ensinar.
Um desses sonhos é a alegria de publicar ainda mais minhas ideias por aí! Quem sabe, não é mesmo?
Pensando em tudo isso, lembrei também das crianças que estão por perto. Aproveitei as férias de julho pra preparar uma lista com livros infantis cheios de afeto e compartilho o nosso guia com passeios legais pra fazer com as crianças. Uma boa chance de estar junto, criar memórias e, quem sabe, cuidar um pouco da nossa criança interior também.
Sérgio Vaz é poeta, escritor e ativista cultural. Ele criou a Cooperifa, um grupo que incentiva a cultura e a literatura nas periferias do Brasil. Escreveu vários livros, como Colecionador de Pedras e Flores da Batalha, usando a poesia para ajudar a transformar a vida das pessoas.
Mauricio Negro nasceu em São Paulo em 1968 e estudou Comunicação Social. Seu trabalho fala sobre a cultura brasileira e suas raízes. Morou na França e publicou livros em vários países. Ele faz ilustrações, escreve e participa de eventos sobre a cultura indígena, africana e afro-brasileira. Já ganhou prêmios no Brasil e no exterior, e mostrou seu trabalho em exposições em cidades importantes como Bolonha e Tóquio.
A Global Editora, criada em 1973, se dedica a publicar autores e temas que valorizam a cultura brasileira. Já lançou nomes importantes da literatura, como Cecília Meireles e Cora Coralina, e é conhecida como “A casa da literatura brasileira”. Faz parte do Grupo Editorial Global, que inclui editoras para crianças, temas de meio ambiente, autores nacionais e internacionais, e livros de ciências e educação.
