A partir de 1º de julho de 2025, bebês de 12 meses no Brasil passarão a receber uma dose de reforço da vacina meningocócica ACWY, que ampliará a proteção contra a meningite bacteriana.
A mudança envolve a substituição da dose de reforço da vacina meningocócica C, que até então protegia apenas contra esse sorotipo da bactéria, para uma fórmula que inclui proteção também contra os sorotipos A, W e Y. A ampliação da proteção visa prevenir não só a meningite, mas também a meningococcemia, infecção generalizada no sangue, que pode ser fatal.
Até o momento, os bebês brasileiros recebem três doses da vacina meningocócica C: aos 3, 6 e 12 meses de idade. A alteração, a partir de julho, acontece somente na dose de reforço, que será substituída pela vacina ACWY.
Com isso, os bebês passarão a ser imunizados contra os quatro principais sorotipos da bactéria Neisseria meningitidis (A, C, W e Y), ampliando a cobertura e diminuindo o risco de infecção por esses agentes.
A meningite meningocócica é uma doença grave, que pode levar a complicações severas, como danos cerebrais permanentes ou até a morte.
Em 2025, o Brasil já registrou 361 casos de meningite causada pela bactéria Neisseria meningitidis, com 61 mortes. O aumento de casos nos últimos anos, especialmente devido ao sorotipo W, gerou uma preocupação crescente entre especialistas.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece a vacina meningocócica ACWY, mas ela é aplicada em crianças entre 11 e 14 anos de idade. Com a nova estratégia, a dose de reforço da vacina meningocócica C será substituída pela ACWY para bebês de 12 meses.
No entanto, as crianças que já receberam as três doses da vacina meningocócica C não precisarão tomar a dose de reforço com a ACWY neste momento.
Para as crianças que não foram vacinadas com a meningocócica C aos 12 meses, será possível completar o esquema vacinal com a nova vacina ACWY, antes de completarem 5 anos de idade.
O Ministério da Saúde do Brasil, em uma nota técnica sobre a mudança, reforçou a importância da vacinação na redução da incidência de meningite bacteriana. A nota aponta que a ampliação da proteção com a vacina ACWY deve contribuir significativamente para o combate às formas mais graves da doença, não apenas nas pessoas vacinadas, mas também na população em geral.
A mudança está alinhada com as Diretrizes para o Enfrentamento das Meningites, propostas pelo Brasil dentro do contexto global da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além da meningite causada pelo meningococo, o SUS também oferece vacinas contra outros agentes infecciosos que podem causar meningite, como o pneumococo e o Haemophilus influenzae.