Por Priscilla Negrão

Criado em 19/09/24

Canva

Marcha por Justiça Climática acontece no Domingo: milhares se preparam para ocupar as ruas de São Paulo em defesa do meio ambiente

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Em meio a uma crise ambiental sem precedentes, São Paulo se prepara para ser palco de um dos maiores protestos em defesa do meio ambiente no Brasil. No próximo domingo, 22 de setembro, ativistas, movimentos sociais e cidadãos preocupados com o futuro do planeta se reunirão na Avenida Paulista para a Marcha por Justiça Climática. Com o tema “Não queimem as vidas na Terra!”, o evento visa chamar a atenção para as devastadoras consequências das mudanças climáticas e das políticas de exploração ambiental no país.

O Brasil enfrenta uma situação alarmante: biomas essenciais, como a Amazônia e o Pantanal, estão à beira do colapso, afetados por queimadas descontroladas e desmatamento massivo. Dados recentes mostram que, apenas em setembro, foram registrados 23.715 focos de incêndio na Amazônia, enquanto o Centro-Oeste sofre com 18.015 focos, colocando em risco a biodiversidade e a vida das comunidades que dependem dessas regiões. Especialistas alertam que estamos próximos de um “ponto de não retorno”, onde a recuperação desses ecossistemas se tornaria praticamente impossível.

A situação tem se agravado devido à atuação de grandes interesses econômicos. Latifundiários do agronegócio, mineradoras e instituições financeiras são apontados pelos organizadores da marcha como os principais responsáveis por este cenário catastrófico. Esses setores, impulsionados pelo lucro e amparados por políticas governamentais permissivas, têm promovido a destruição em larga escala das florestas brasileiras. As queimadas, além de destruir o meio ambiente, agravam a crise climática, contribuindo para o aumento das temperaturas e para a seca que afeta milhões de brasileiros.

Os impactos dessa devastação são sentidos de forma mais severa pelas populações mais vulneráveis. Comunidades indígenas, quilombolas, pessoas negras, mulheres, LGBTQIAPN+ e moradores de periferias estão na linha de frente dos efeitos da crise climática, mesmo sendo os que menos contribuem para ela. Essas comunidades sofrem com a perda de terras, a poluição do ar e da água e o aumento de doenças respiratórias causadas pela fumaça das queimadas. Mais de 10 milhões de brasileiros já foram diretamente afetados pela destruição dos biomas, e cerca de 1,4 milhão enfrentam a seca, a mais severa dos últimos tempos.

Entre as pautas principais da Marcha por Justiça Climática estão o controle popular das terras e florestas, a reforma agrária e a defesa dos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Os manifestantes também reivindicam o fortalecimento da agricultura familiar e agroecológica, vista como uma solução sustentável para a produção de alimentos e para a preservação do meio ambiente. Diferentemente do agronegócio, que prioriza a produção de commodities como soja e carne bovina, a agricultura familiar é responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil, incluindo itens essenciais como feijão, mandioca e hortaliças.

“Estamos vivendo uma emergência climática, e é hora de agir. A exploração desenfreada dos recursos naturais está nos levando ao colapso, e são os mais pobres que pagam o preço mais alto”, afirma Marina Souza, uma das organizadoras da marcha e ativista do movimento ambiental. “Precisamos de uma mudança radical no modelo de desenvolvimento. O Brasil tem potencial para ser um líder em sustentabilidade, mas estamos indo na direção oposta, destruindo nossas florestas e colocando em risco a vida de milhões de pessoas.”

Além das pautas relacionadas ao meio ambiente, os manifestantes exigem a revogação do arcabouço fiscal, que, segundo eles, tem prejudicado o investimento em políticas sociais e ambientais essenciais para enfrentar a crise climática. Também está em pauta o fortalecimento de órgãos públicos como o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que têm sofrido com cortes de verbas e restrições operacionais nos últimos anos.

A marcha deste ano faz parte de um movimento global por justiça climática, que tem ganhado força em várias partes do mundo à medida que os efeitos das mudanças climáticas se tornam mais visíveis e destrutivos. Para os organizadores, a participação popular é essencial para pressionar governos e corporações a adotarem medidas mais rigorosas de proteção ambiental e de transição para uma economia sustentável.

O evento está marcado para as 14h, com concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), um dos pontos mais icônicos da Avenida Paulista. A expectativa é que milhares de pessoas de diferentes partes do país participem do ato, que deve incluir discursos de lideranças indígenas, representantes de movimentos sociais e ativistas climáticos, além de performances artísticas e manifestações culturais em defesa do meio ambiente.

A urgência da mudança

A seca prolongada, as queimadas recordes e o aumento das temperaturas são apenas alguns dos sinais de que o Brasil está no centro de uma crise climática que requer ação imediata. Cientistas alertam que, sem uma mudança drástica nas políticas ambientais e na forma como tratamos nossos recursos naturais, o futuro do país – e do planeta – está seriamente comprometido.

Com a marcha, os manifestantes esperam pressionar o governo e a sociedade a adotarem soluções reais e imediatas para frear o colapso ambiental. A mensagem principal é clara: as vidas na Terra estão em jogo, e o tempo para agir está se esgotando.

Serviço:

Evento: Marcha por Justiça Climática
Data: 22 de setembro de 2024
Horário: 14h
Local: Avenida Paulista, em frente ao MASP, São Paulo – SP

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 19/09/24. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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