Por Viviane Porto
Criado em 11/04/24
Divulgação: Canva
Na última terça-feira (9), uma importante medida foi oficializada, marcando um avanço significativo na proteção dos direitos das crianças e adolescentes no ambiente digital. Por meio da Resolução nº 245, publicada no Diário Oficial da União, o Brasil estabeleceu a necessidade de desenvolver uma política nacional de proteção da criança no ambiente digital.
Coordenada pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em conjunto com o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), esta iniciativa visa promover ações integradas e multissetoriais para enfrentar e erradicar diversas formas de violência, abuso e exploração que ocorrem no mundo virtual.
Entre as diretrizes estabelecidas pela resolução, destacam-se a promoção do uso equilibrado e positivo das tecnologias, o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, a inclusão digital e a cultura de proteção de dados. Além disso, a resolução determina que as provedoras de serviços digitais adotem medidas para combater a exclusão digital, o capacitismo e outras formas de violações de direitos humanos.
Um aspecto fundamental da política é garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso seguro ao ambiente digital, com conteúdos e serviços compatíveis com seus direitos e interesses. Para isso, é essencial a participação ativa do público infantojuvenil no desenvolvimento de políticas e programas relacionados aos ambientes digitais, levando em consideração suas necessidades e níveis de autonomia.
Autoridades públicas e provedores de produtos e serviços digitais também têm a responsabilidade de difundir informações sobre o uso saudável e seguro da tecnologia, levando em conta os efeitos dessas ferramentas no desenvolvimento social e neurológico das crianças e adolescentes, especialmente na primeira infância.
Esta resolução representa um marco importante na proteção das crianças e jovens brasileiros no ambiente digital, reafirmando o compromisso do país em garantir um ambiente online seguro e saudável para o desenvolvimento integral da infância e adolescência.
Um artigo da Fiocruz destaca a preocupação crescente com a intoxicação digital entre crianças, causada pelo acesso precoce a dispositivos como celulares e computadores. A pesquisa Tic Kids online Brasil 2019 revela que 89% das crianças entre 9 e 17 anos eram usuárias da internet, com 95% utilizando o telefone celular para acessá-la.
Há mais informações impactantes sobre esse estudo, considerando crianças de 11 a 12 anos, veja: 20% passaram por situações ofensivas na internet e somente 7% relataram o que aconteceu. E ainda, 22% tiveram contato com pessoas desconhecidas na internet.
A Tic Kids online Brasil (2018), também relatou sobre problemas gerados pela exposição a conteúdos sensíveis, (20% alimentação ou sono, 16% autolesão, 14% suicídio, 11% uso de drogas), experiências de cyberbullying (26%) e acesso a conteúdo sexual (16%). Além disso, 24% dos entrevistados relataram passar muito tempo online, e 25% tiveram dificuldade em controlar o tempo de uso.
A Sociedade Brasileira de Pediatria destaca a importância dos primeiros 1000 dias e dos primeiros anos de vida, bem como da idade escolar e adolescência, no desenvolvimento cerebral e mental das crianças. Diferentes estímulos sensoriais, como toque, visão, som e olfato, influenciam a arquitetura e função dos ciclos neurobiológicos. O contato humano, especialmente com os pais e familiares, é vital para o desenvolvimento saudável, com atenção especial durante a primeira infância.
É crucial uma abordagem equilibrada entre o mundo digital e offline para garantir o desenvolvimento saudável das crianças.
O Conanda é um órgão que protege os direitos das crianças e adolescentes, criado em 1991 pela Lei nº 8.242. Ele trabalha com o governo e a sociedade civil para definir políticas e fiscalizar ações relacionadas a essa população. Além disso, gerencia o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente (FNCA). Seus membros são do governo e de entidades não governamentais, e suas atribuições incluem fiscalizar ações, definir diretrizes locais, acompanhar o orçamento nacional. Sua criação foi motivada pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
O Instituto Alana é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para garantir os direitos das crianças e adolescentes por meio de programas, projetos e parcerias. Fundado em 1994, em São Paulo, busca priorizar os jovens em todas as decisões da sociedade. Suas atividades incluem advocacia, comunicação eficaz e apoio jurídico, visando promover um desenvolvimento integral da infância em diferentes contextos.
fontes: Agência Gov, Governo Federal Brasileiro, Instituo Fiocruz, Instituto Alana e Sociedade Brasileira de Pediatria.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 11/04/24. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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