Por Viviane Porto

Criado em 09/11/23

Divulgação: Canva

81% das crianças não se movimentam o suficiente: uso de telas criou epidemia de “analfabetos físicos” e pré-mórbidos, alerta Sociedade de Pediatria

Compartilhe

Brincar mais em telas do que ao ar livre, mais no chat do que em grupos ao vivo, está criando uma geração de “analfabetos físicos”, com alta predisposição para doenças ligadas a obesidade e sedentarismo. Essa geração poderá sofrer muito mais com doenças crônicas e, talvez, ter uma expectativa de vida menor do que a de seus pais. Esse foi o alerta que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu este mês, para sensibilizar pais e cuidadores sobre o que os pediatras estão vendo diariamente em seus consultórios.

Apesar de centenas de pesquisas do mundo todo confirmarem o que todo mundo sabe – uso de telas prejudica o desenvolvimento de crianças e adolescentes de maneiras mais agressivas e assustadoras que podemos imaginar – a cada dia o que vemos são as telas ganhando mais e mais espaço na vida das crianças e adolescentes, com o apoio e patrocínio dos próprios pais.

A epidemia de sedentarismo infantil invadiu os consultórios e agora tem nome: a SBP  emitiu esse alerta sobre o que eles chamam de riscos da inatividade pediátrica. Em termos técnicos, a Tríade da Inatividade Pediátrica (TIP) é um conjunto de transtornos relacionados à falta de exercícios, e o mais preocupante: foi destacada como uma condição pré-mórbida para doenças futuras.

Leia mais: Alerta sobre a importância das crianças brincarem e interagirem com a natureza é emitido pela Sociedade Brasileira de Pediatria

Criança que não se movimenta, fica doente

Crianças e adolescentes precisam ser incentivados a brincar ao ar livre, praticar atividades físicas e desenvolver habilidades motoras.  Mas hoje, as pesquisas revelam que as telas ocupam grande parte do tempo livre das crianças, além de estar presente na escola e nas refeições. Esse comportamento que parece tão inocente  – e é comprado com o uso da TV nos anos 80, 90 e 2000, o que os especialistas fazem questão de destacar que causam efeitos muito diferentes na saúde infantil – precisa mudar, antes que seja tarde.

Para se ter ideia, a inatividade física contribui para 6% a 10% das doenças crônicas, resultando em mais de 5 milhões de mortes anuais. Entre crianças e adolescentes, 81% dos jovens entre 11 e 17 anos são insuficientemente ativos, com declínio de 5% de suas atividades físicas a cada ano durante a transição da infância para a adolescência.

Ou seja, quanto mais crescem, mais sedentários e inativos fisicamente nossos jovens ficam.

A Tríade da Inatividade Pediátrica tem se manifestado devido à crescente inatividade física entre crianças e adolescentes. Engloba:

  1. Transtorno de Déficit de Exercício: O primeiro componente da tríade, este transtorno destaca a gravidade da condição pré-mórbida, alertando sobre a necessidade de uma rotina diária de exercícios físicos integrativos.
  2. Dinapenia Pediátrica: Caracterizada por baixos níveis de força muscular, a Dinapenia Pediátrica aumenta a propensão à inatividade, limitações funcionais e lesões relacionadas à atividade.
  3. Analfabetismo Físico: Refere-se à falta de confiança, competência e motivação para se envolver em atividades físicas, destacando a necessidade de intervenções educacionais e motivacionais.Leia mais: Projeto Natureza de Criança trata o “déficit de natureza” oferecendo imersão lúdica no meio ambiente para crianças e suas famílias

Como tratar? Tire as crianças das telas já!

Não é apenas o quadro de obesidade infantil que sinaliza um quadro de inatividade pediátrica. Crianças magras também estão sujeitas. Para saber se seu filho sofre de inatividade pediátrica, o melhor caminho é consultar o médico pediatra que acompanha a criança, mas há vários sinais que poem sinalizar o quadro: falta de ar, dificuldade de movimentos, desânimo, cansaço, dificuldade de executar aulas físicas e atividades esportivas, e há ainda o quadro clinico a ser avaliado, com exames de colesterol, glicemia e outros.

Em um mundo onde os adultos passam mais de 17 horas por dia nas telas, os pediatras assumem um novo papel crucial na identificação e orientação precoce de crianças e adolescentes com transtorno de déficit de exercício.

Os pediatras vão avaliar a atividade física habitual nas consultas de rotina e considerar as particularidades de crianças com obesidade e além disso, educar os pais sobre os riscos e benefícios da atividade física.

O tratamento inclui coisas simples que fazem toda a diferença na vida de uma criança: participação dos pais ativa na vida dos filhos, estímulo a atividades ao ar livre e limitação do tempo de tela.

Já os educadores e escolas são incentivados a desenvolver programas inovadores para modificar os hábitos sociais em relação à inatividade física. A Tríade da Inatividade Pediátrica é um alerta para pais, profissionais de saúde e educadores. A promoção de um estilo de vida ativo desde a infância é vital para prevenir doenças futuras.

Para ajudar vocês nessa missão, confira aqui nosso Guia de Passeios ao ar livre: Opções para espairecer e se divertir com a família.

fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Cadastre-se para ficar por dentro das novidades!

Cadastre-se para ficar por dentro das novidades!

Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 09/11/23. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

Nossos canais:

Quer falar diretamente com seu público-alvo?

Logo Meu Passeio

® São Paulo para Crianças e Meu Passeio são marcas registradas. Todos os direitos reservados. - desenvolvido por Ideia74