Risco de surto de sarampo é o mais alto dos últimos 30 anos: doença pode ser fatal, mas vacina está disponível nos postos de saúde

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta, nesta segunda-feira (13), sobre o risco de surto de sarampo no continente americano. O risco é considerado o mais alto dos últimos 30 anos, e a organização pede que os países retomem a cobertura vacinal infantil e atualizem os planos de resposta ao sarampo para evitar a volta da transmissão endêmica do vírus.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus que afeta principalmente crianças e pode levar a complicações graves, como pneumonia, encefalite e até mesmo a morte.

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, Ana Caetano, o continente americano havia ficado livre do sarampo em 2016. Entretanto, com a baixa cobertura vacinal, essa realidade voltou.

De acordo com o documento divulgado pela Opas, os surtos mais significativos ocorreram no Brasil, onde a circulação endêmica continua. Entre 2018 e 2021, 26 crianças menores de 5 anos foram vítimas da doença no país. Nas duas décadas anteriores, apenas um óbito havia sido registrado.

A redução na cobertura vacinal é apontada como uma das principais causas do ressurgimento da doença. Segundo Ana Caetano, nos últimos anos, houve uma redução muito grande nessa cobertura vacinal, especialmente no Brasil, onde a cobertura teve uma queda de 50% no último ano.

Em 2021, apenas seis países do continente atingiram o nível recomendado de 95% de cobertura com duas doses da vacina. E outros dez países relataram cobertura inferior a 80%. Até 2015, o percentual de brasileiros protegidos pelas vacinas atingia as metas de público-alvo. Entretanto, com o retrocesso da imunização, a porcentagem voltou aos níveis da década de 1980.

Campanha de vacinação infantil no Brasil

Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde anunciou a campanha de multivacinação contra poliomielite e sarampo nas escolas, que deve ocorrer a partir do mês de maio. A campanha tem como objetivo atualizar a caderneta de vacinação das crianças e adolescentes, garantindo a proteção contra diversas doenças, incluindo o sarampo.

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia destaca que o esclarecimento da população é um aliado para o enfrentamento da doença. É importante informar a população corretamente, que a vacina é necessária para evitar que haja um surto de sarampo no Brasil. A desinformação pode levar a movimentos anti-vacina e à disseminação de fake news sobre as vacinas.

A vacinação é a melhor forma de prevenir a doença e evitar surtos. É importante que todos os pais e responsáveis levem seus filhos para receberem as doses recomendadas e fiquem atentos à caderneta de vacinação.

Quantas doses da vacina contra o sarampo devemos tomar, da infância até a vida adulta?

Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil, a recomendação é que as pessoas recebam duas doses da vacina tríplice viral ao longo da vida, sendo a primeira dose aos 12 meses de idade e a segunda dose aos 15 meses a 4 anos de idade, conforme calendário de vacinação.

No entanto, em alguns casos específicos, como em situações de surtos de sarampo, por exemplo, é recomendado que pessoas de até 29 anos de idade que tenham recebido apenas uma dose da vacina, recebam a segunda dose para completar o esquema vacinal.

Já para as pessoas de 30 a 49 anos de idade que não têm comprovação de vacinação, é recomendado que recebam uma dose da vacina tríplice viral.

Onde tomar vacina do sarampo

Em São Paulo, a vacina contra o sarampo pode ser tomada em postos de saúde públicos, unidades básicas de saúde (UBS) e centros de saúde. Também é possível encontrar algumas clínicas particulares que oferecem a vacina.

Para encontrar um posto de saúde próximo de sua localidade, você pode consultar aqui o site da prefeitura de São Paulo.

No site é possível buscar por endereço ou por região, além de informações sobre a vacinação contra outras doenças. É importante verificar os horários de funcionamento e a disponibilidade da vacina antes de se dirigir ao local.

Com informações da Opas, prefeitura, ONU e Agência Brasil.