Não era só a mulher do D. Pedro I! Espetáculo “Leopoldina, Independência e Morte” mostra a verdadeira história da imperatriz

Estamos perto do bicentenário, então esta é uma oportunidade para compreender mais a fundo a história brasileira. Leopoldina viveu em uma época em que as mulheres ficavam sempre em segundo plano.

Em cartaz a partir de 07 de setembro, a peça “Leopoldina, Independência e Morte” vai mostrar como, mesmo sendo mulher, a imperatriz teve um papel importante no processo de independência do Brasil. estabelecendo uma relação entre o passado e o presente.

Leia mais: 07 de setembro! Confira uma lista de passeios e atrações para fazer com a criançada no feriado da Independência

02 de setembro

Uma curiosidade mostrada no palco é que foi no dia 2 de setembro que, como regente interina durante a viagem de Dom Pedro I a São Paulo em 1822, Leopoldina reuniu o conselho de ministros e decidiu pela separação de Portugal, ratificada depois por seu marido no famoso e oficial 7 de setembro.

Sobre a imperatriz Leopoldina 

Descendente dos Habsburgos, uma das famílias mais poderosas do início do século XIX, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, capital da Áustria, em 22 de janeiro de 1797. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de Maria Teresa da Sicília. Deixou sua terra natal rumo ao Brasil para casar-se com Dom Pedro I, em um matrimônio arranjado típico daquela época, tornando-se a primeira imperatriz do Brasil.

Leopoldina chegou ao Brasil com 19 anos, morreu aos 29 e engravidou nove vezes. Articuladora e estrategista, foi responsável por ações cruciais para a política da época, mas seu grande feito como estadista não foi reconhecido até os dias atuais: enquanto regente interina durante viagem de Dom Pedro a São Paulo, ela reúne os ministros e decide pela independência do Brasil no dia 2 de setembro de 1822.

Na peça, ela clama pela autoria do momento histórico e questiona a escolha do dia 7 de setembro para sua celebração.

Gostava de teatro e literatura e falava vários idiomas, além de ser botânica e mineralogista. Segundo Maria Rita Kehl, “D. Pedro continuava dependendo de Leopoldina; ela o orientava politicamente, comunicava-se com representantes de países estrangeiros com mais desenvoltura, falava mais línguas e era mais culta do que ele. Mas Pedro vingava-se da superioridade da esposa desmoralizando-a como mulher”.

Conforme a paixão de D. Pedro por Domitila (Marquesa de Santos) se tornava pública e ela ficava cada vez mais poderosa, Leopoldina e o projeto político que representava foram perdendo força. Morreu após um aborto, deixando cinco filhos, entre eles o sucessor do trono, Dom Pedro II.

No espetáculo do CCBB, Leopoldina é interpretada por Sara Antunes, indicada ao prêmio APCA de melhor atriz por sua atuação em “Anjo de Pedra” e o ator Plínio Soares, dá vida à José Bonifácio, o maior aliado de Leopoldina. O ator também integra o elenco da série sobre a independência criada por Luiz Fernando Carvalho para a TV Cultura (com estreia prevista em setembro).

Leia mais: Contagem regressiva! Museu do Ipiranga reabre em setembro em comemoração ao bicentenário da Independência. Ingressos serão vendidos a partir do dia 03

CCBB

A peça fica em cartaz até o dia 16 de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil com ingressos a partir de R$ 15, vendidos nas bilheterias do CCBB.

As apresentações acontecem às sextas-feiras, às 19h e aos sábados e domingos, às 17h, com exceção do dia 07 que será encenada às 17h e 9 de setembro, com apresentação às 19h.

Recomendada a partir de 12 anos. “Leopoldina, Independência e Morte” foi selecionada no Edital ProAC 35/2021 – programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo que celebra os 200 Anos da Independência do Brasil.