Fotos: Reprodução / Divulgação

Christian Dunker e Cláudio Thebas

Criado em 01/04/22

Eles merecem ser ouvidos! Veja 7 dicas para escutar o pequenos e fazer com que eles também te escutem

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É muito importante escutar a criança como um sujeito. Isso significa reconhecer sua responsabilidade no que ela diz. Adultos costumam entender a noção de responsabilidade em sentido contratual ou jurídico. No entanto, responsabilidade quer dizer, antes de tudo, capacidade de produzir uma resposta, ou ainda cuidar de uma promessa.

Frequentemente, os adultos confundem escutar crianças com obedecer crianças. Por exemplo, decisões importantes que envolvem a família, como mudança de casa, ou de escola, viagens e grandes aquisições, convida a que escutemos nossas crianças. Essa é uma prática muito interessante, tanto pelos pontos de vista inusitados, que muitas vezes aparecem, quanto pelo aprendizado de como se pode participar de uma decisão, sem que esta seja vivida apenas na gramática de quem manda e quem obedece.

Escutar crianças muito pequenas pode envolver mudanças de atitudes corporais, como abaixar-se, alterar a voz ou encontrar a distância que coloca o outro em um bom lugar para dizer. Algo muito importante na escuta de crianças é o acompanhamento de suas investigações e o curso de suas curiosidades. Neste caso, é importante acompanhar muito de perto o tempo de elaboração da criança, o momento e os termos que ela usa para formular suas próprias hipóteses, bem como o vocabulário específico na qual elas acontecem.

Escutar crianças, neste contexto, pode envolver a criação ou oferta de narrativas que permitam o andamento da questão, mais do que respostas, que muitas vezes respondem à expectativa de desempenho e evolução impostas pelos adultos.

O choque de línguas entre crianças e adultos não deve ser negado, mas entendido como um conflito produtivo. Para escutar uma criança como sujeito é preciso supor que sua discordância com os adultos é também parte de sua luta por autonomia e independência.

  1. Falar em primeira pessoa
    Fazer isso ajuda a assumir a responsabilidade sobre o que se sente. Por exemplo, você pode afirmar: “Estou triste porque você viajou”, deixando no ar que o outro criou um estado desagradável para você. Em vez disso, a formulação poderia ser: “Estou triste porque eu necessito me sentir seguro e sua viagem me desestabilizou”.
  2. Responsabilidade com o que se diz
    Existe a tendência de “falar o que o outro quer ouvir”. E dizendo o que o outro quer ouvir, o que a situação quer ouvir, o que a situação exige, o que a rotina impõe, vamos nos acovardando. Assim, vamos também embrutecendo e empobrecendo nossos modos de dizer.
  3. Exponha o que sente
    Expor com sinceridade o que se sente, mesmo que sejam afetos menos nobres, ajuda a sustentar a sua posição. Lembre-se: qualquer coisa pode ser dita a qualquer pessoa, desde que encontremos as palavras certas.
  4. Cuidado com a denegação
    Quando olhar para uma situação, tente localizar o “não” que a organiza. Evite começar frases por “não”. Principalmente: perceba quando for a quinta ou sexta vez que você repete um “não” ou um “mas” quando responde ao seu interlocutor.
  5. Respeite o fluxo: pedir, receber, dar e retribuir
    Em geral, as conversas são trocas sociais que começam por uma demanda. Localizar o que alguém precisa é o primeiro movimento que precisa ser respeitado. Falar é pedir, ainda que não saibamos o que estamos pedindo. Compreensão, atenção, dinheiro, amor, obediência, respeito, tanto faz o que está sendo pedido, mas é pelo pedido que a relação de fala é uma relação de troca.
  6. Corra riscos, com cuidado
    Escutar é um ato de coragem. Nunca se sabe o que virá quando se abre uma porta. Por isso é compreensível a atitude de bolha na qual indiretamente regulamos quem e o que queremos escutar, e quem deve ficar de fora dos nossos circuitos de escuta.
  7. Distinguir: culpa, responsabilidade e implicação
    Com frequência, produzimos culpados unicamente para não nos perguntar sobre nosso nível de responsabilidade, e nos contentamos com a responsabilidade moral apenas para não confrontarmos nosso próprio desejo. A responsabilidade e a implicação acontecem em silêncio, a culpabilidade e a denúncia são ruidosas. Por isso, exteriorizamos em palavras o que não conseguimos conciliar com o silêncio em nós mesmos. Responsabilizar aponta para a solução. Culpar aponta para o problema.

Sobre Christian Dunker e Cláudio Thebas:

Christian Dunker e Cláudio Thebas publicaram em 2019 o livro “Fala que eu não te escuto — o palhaço e o psicanalista”. Christian Dunker e Cláudio Thebas abordam neste livro, com bom humor e profundidade, um tema comum para ambos os ofícios: como escutar os outros? Como escutar a si mesmo? E como a escuta pode transformar pessoas?

Site: https://www.youtube.com/channel/UCF6VjYfikYP2vfUx3c6GvVw

Sobre Christian Dunker e Cláudio Thebas:

Christian Dunker e Cláudio Thebas publicaram em 2019 o livro “Fala que eu não te escuto — o palhaço e o psicanalista”. Christian Dunker e Cláudio Thebas abordam neste livro, com bom humor e profundidade, um tema comum para ambos os ofícios: como escutar os outros? Como escutar a si mesmo? E como a escuta pode transformar pessoas?

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 01/04/22. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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