Créditos: Freepik

Instituto Villamil

Criado em 17/12/21

Cesariana: o que ninguém te contou

Compartilhe

A cesariana é um procedimento cirúrgico que serve para extrair o bebê “à força” do útero de sua mãe, por via abdominal, ou seja, para o nascimento do bebê por um lugar que não seja pela vagina. Ela é caracterizada por um pequeno corte que é feito acima do púbis da mãe. Esse corte começa no abdômen e termina no útero e, ao todo, para haver esse parto, o cirurgião precisa passar por sete camadas de tecido e, finalmente, alcançar o bebê ali dentro. A recomendação dessa cirurgia sempre deve ocorrer quando houver riscos envolvidos. Então, a não realização da cesariana coloca as duas vidas em perigo (mãe e bebê) nesses casos nos quais ela é imprescindível de ocorrer.

Mas, afinal, para que serve a cesariana?

Primeiramente, é necessário você compreender que a cesariana é uma cirurgia, ou seja, é um método invasivo e que expõe a mulher a diversas complicações, como o maior risco de infecções. Então, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cesariana deve ocorrer quando o parto normal puder causar complicações ou trazer risco de vida, tanto para a mãe, quanto para o bebê. 

Portanto, a cesariana deve ser realizada quando ela realmente for necessária, a fim de evitar um problema grave para o feto ou para a mãe, ou seja, quando realmente o parto natural não é/está sendo viável e está causando, por exemplo, o estado fetal não tranquilizador.

Como é a cesariana?

Em primeiro lugar, a cesárea pode acontecer antes ou depois da mamãe já ter entrado em trabalho de parto. Em qualquer um dos casos, a primeira coisa a se fazer é colocar a mamãe para se sentar e aplicar nela a anestesia em sua coluna vertebral. Após isso, haverá a colocação de um cateter nela para favorecer a administração da medicação e a aplicação de uma sonda, para conter a urina, também vai ocorrer.

Em segundo lugar, o próximo passo vai ser a realização, pelo médico, de um corte de, aproximadamente, 12 centímetros na parte inferior do abdômen, perto da “linha do biquíni”. Há o corte de cerca de 7 camadas de tecido para alcançar o bebê.

Em terceiro lugar, quando o médico retirar o bebê de dentro da barriga da mãe, o pediatra avaliará se a respiração do bebê está correta. Na medida em que o médico retira a placenta, a enfermeira pode mostrar o pequenino para a sua mamãe e promover esse primeiro contato entre eles.

Por fim, a última etapa da cesariana é fechar os cortes. Para isso, o médico deverá costurar todas as camadas de tecido que ele cortou durante o parto.

Quais os riscos da cesárea?

Primeiramente, vocês não podem se enganar pensando que realizar uma cesariana é algo  simples e fácil de fazer. Muito pelo contrário: realizar uma cesárea não deve ser tão comum e recorrente quanto ocorre no Brasil. Inclusive, devido ao grande número de incidências oriundas de cesarianas desnecessárias, o Ministério da Saúde lançou no ano de 2016 novas diretrizes sobre a realização do parto cesárea visando, assim, aumentar a ocorrência de partos normais. 

Logo, adotar as diretrizes acima é necessário, porque realizar uma cesárea, sem haver uma recomendação dela, é tão arriscado quanto não realizar a operação em casos de necessidade.

Alguns dos riscos aumentados, quando há a realização de uma cesárea, são:

  • Infecção, 
  • Hemorragia, 
  • Morte ou morbidade pela anestesia, 
  • Risco de desenvolver uma endometriose,
  • Risco de haver um acretismo placentário, 
  • Riscos associados à saúde do bebê, como a ocorrência de problemas respiratórios.

Ademais, é válido ressaltar que essa cirurgia em questão também afeta o contato da mãe com o seu bebê. Um exemplo que justifique isso seria o leite demorar mais para descer quando o parto for cesariana. Isso ocorre, pois, como esse tipo de parto não é “natural”, ou seja,  a saída do bebê será via uma cirurgia, a mãe não irá liberar os hormônios necessários para o aleitamento ocorrer, como a prolactina e ocitocina, durante o parto. Como consequência disso, haverá malefícios para a amamentação e o contato da mãe com o seu bebê, pois o cérebro não receberá de imediato uma “mensagem” informando que o bebê nasceu e, consequentemente, o leite não irá descer tão instantâneo.

Quantas horas tem que ficar em jejum antes da cesárea?

Os especialistas recomendam que antes dessa cirurgia a mulher faça um jejum de 4 horas de alimentos líquidos e 8  horas de alimentos sólidos.

Quanto tempo demora para fazer uma cesárea?

A realização de uma cesariana é variável. Tudo depende individualmente do quadro da mulher que irá passar por essa cirurgia:

  • Depende se é a primeira cesariana ou se há cesarianas anteriores. 
  • Há também o fator a ser considerado de se é uma cesariana em ausência ou em trabalho de parto. 

Mas, no geral, fazer uma cesárea varia entre 30 a 60 minutos.

Qual a realidade do Brasil em relação à quantidade de cesarianas realizadas?

Segundo a OMS, o número ideal de realização de cesáreas deve ser cerca de  10% a 15%. A realidade do Brasil é muito diferente do ideal que a OMS determina.

Dessa forma, os dados do Ministério da Saúde relatam ainda que aproximadamente 40% dos partos que ocorrem na rede pública no Brasil são cesáreas. Mas, esse número que já está alto, ainda consegue ser maior na rede particular, chegando a 85%.

É possível ter um parto normal depois de uma cesárea? 

A frase “uma vez cesariana, sempre cesariana” é muito comum. A dúvida e o “tabu” acerca da realização de um parto normal, após uma cesárea, é muito frequente. 

Porém, atenção: no geral, SIM, o chamado  “Vaginal Birth After Cesarean” ( VBAC) ou parto vaginal após cesárea é possível. Isso mesmo que você leu, apesar de muitas pessoas acreditarem que mulheres que já realizaram uma cesárea não podem, em uma outra gestação, ter um parto normal, elas estão enganadas. O mito de ” uma vez cesariana, sempre cesariana” está associado ao fato de possíveis riscos existentes ocorrerem. No entanto, esses riscos não necessariamente irão impedir um parto normal de ocorrer, após uma cesárea.

Quais são os riscos de eu realizar um parto normal após já ter realizado uma cesariana ?

A realização de um parto normal, após cesárea, apresenta alguns riscos como infecção, hemorragia e outras complicações. Um risco raro, porém grave, é a ruptura uterina, ou seja, a cicatriz presente no útero, decorrente da cesariana prévia, se romper. Embora seja rara, essa complicação é muito grave e pode prejudicar, tanto a mãe, quanto o bebê. 

É válido ressaltar que, atualmente, os riscos da realização de um parto normal, após a mulher já ter tido uma cesariana previamente, são pequenos. Assim, estima-se que menos de 1%, ou seja, uma probabilidade de 1 a cada 1000 mulheres podem sofrer com essa ruptura uterina. No entanto, quando se identifica algum risco adicional à ruptura uterina, o parto vaginal não deve ser indicado.

Apesar desse pequeno risco, a OMS  indica que deve e pode haver cerca de  60% a 80% de submissão das gestantes a um parto normal, depois da primeira cesárea, sem riscos graves para a saúde da mãe e do bebê. Logo, o VBAC pode e é perfeitamente possível de ocorrer.

ATENÇÃO: cada caso é um caso, cada mulher é individual. Então, cada uma possui um quadro de saúde diferente da outra e é muito importante que o obstetra saiba e compreenda os motivos da cesariana prévia, a forma que ela ocorreu, para que assim, ele consiga avaliar as circunstâncias da atual gestação e a possibilidade e a segurança em relação à realização de um parto normal.

Por que durante um VBAC a minha cicatriz uterina pode se romper?

É fato que na cesariana o médico realiza o corte no útero, para haver a saída do bebê e, nessa região, haverá a formação de uma cicatriz. Essa cicatriz é caracterizada por ser em uma região de tecido mais frágil e suscetível a romper quando as contrações do útero se iniciarem durante o parto normal. Caso haja a ruptura, é necessário agir rapidamente para conter o sangramento.

Assim, mesmo o risco de haver uma ruptura uterina ser pequeno, ele deve ser considerado e o seu ginecologista-obstetra deve ter muito cuidado, pois esse risco é existente. Deve-se haver a análise de qual foi o tipo de corte realizado no seu útero e apenas observar a cicatriz na pele é inviável saber isso, esse detalhe tão importante. Então, a realização dessa análise mais minuciosa é possível, através dos registros médicos da cesariana anterior, por isso é importante levá-los ao seu obstetra, para que ele possa analisá-los.

Quais são os diferentes tipos de cortes da cesárea e qual a relação deles com os riscos durante um VBAC?

Como já citado anteriormente, a cesariana é uma cirurgia e, após a sua realização, haverá uma cicatriz não somente na pele, mas também uma cicatriz no útero, ou seja, dentro do abdome. Essa cicatriz do útero pode ser de diferentes formas, e o tipo dela irá determinar uma maior ou menor chance de rompimento uterino durante trabalho de parto.

Diante disso, o tipo de cicatriz depende do tipo de corte (incisão) no útero, sendo eles:

  • Transversal baixa: É um corte de lado a lado, feito na parte inferior e mais fina do útero. Este é o tipo mais comum de incisão. Ele apresenta um menor risco, uma menor chance de ruptura uterina futura, durante um VBAC.
  • Vertical baixa: É um corte para cima e para baixo, feito na parte inferior e mais fina do útero. Este tipo de incisão está associada a um risco alto de ruptura uterina, se comparado a uma incisão transversal baixa.
  • Vertical alta: Também chamada de “clássica”, é um corte para cima e para baixo, feito na parte superior do útero. Isso, às vezes, é feito para cesariana, nas quais os bebês ainda são muito prematuros. Esse tipo de corte apresenta o maior risco de ruptura uterina futuramente, durante um VBAC.

Quais são os benefícios de se realizar um parto normal?

O parto normal, quando realizado com segurança e com o acompanhamento necessário e adequado,  possui muitos benefícios para a mãe e para o bebê. Assim, devemos considerar e respeitar que o parto é um evento fisiológico.

Logo, lembre-se também que esse tipo de parto, além de beneficiar diretamente a mãe e o filho, proporciona à mulher a oportunidade de ser protagonista em um momento tão especial e transformador.

  • Para a mãe:
    •  Beneficiar a amamentação. Uma vez que há a liberação de alguns hormônios, como a ocitocina e a prolactina, durante o trabalho de parto, eles irão acelerar a “descida” do leite. Então, logo ao nascer de seu bebê, a mãe já tem leite para ele.
    • A perda de sangue é consideravelmente menor, na maioria dos casos.
    • O período de recuperação do parto vaginal é mais curto que o da cesariana. Essa  rápida recuperação é algo muito importante de ocorrer.
    • Não será feita uma cirurgia, ou seja, sem os riscos de um procedimento invasivo, nem os cortes e as cicatrizes no abdome. 
    • Promove uma maior segurança para mulheres que planejam ter mais filhos, pois evita alguns problemas de saúde que são relacionados às múltiplas cesáreas.
  • Para o bebê:
    • Há o respeito pelo tempo que o bebê precisa para se preparar para nascer.
    • Um outro exemplo que justifica isso seria o fato de que devido às contrações do útero da mãe, durante o trabalho de parto normal, elas induzem o bebê, ao passar pelo canal vaginal, a produzir um hormônio chamado “cortisol”. Esse hormônio é muito importante para estimular  o bom funcionamento dos pulmões dessa criança que irá nascer.
    • Ao nascer pelo parto normal, ele será todo comprimido, o que incluiu o seu tórax . Como consequência, haverá a “expulsão”, via oral, do líquido amniótico que estava ali presente. Tudo isso proporcionará uma melhor respiração a ele, pois isso irá facilitar a ocorrência do seu primeiro suspiro ao nascer.

*Texto extraído do blog Instituto Villamil

Sobre Instituto Villamil:

É uma clínica de atendimento humanizado à mulher e à criança, que nasceu da união de profissionais apaixonados pela assistência integral à saúde.

Site: https://www.institutovillamil.com.br

Facebook: https://facebook.com/institutovillamil

Instagram: https://instagram.com/institutovillamil

Sobre Instituto Villamil:

É uma clínica de atendimento humanizado à mulher e à criança, que nasceu da união de profissionais apaixonados pela assistência integral à saúde.

Site: https://www.institutovillamil.com.br

Facebook: https://facebook.com/institutovillamil

Instagram: https://instagram.com/institutovillamil

Cadastre-se para ficar por dentro das novidades!

Cadastre-se para ficar por dentro das novidades!

Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 17/12/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

Nossos canais:

Quer falar diretamente com seu público-alvo?

Logo Meu Passeio

® São Paulo para Crianças e Meu Passeio são marcas registradas. Todos os direitos reservados. - desenvolvido por Ideia74