Como evitar que os medos comuns da infância se tornem patológicos

Todos nós temos alguns medos que são perfeitamente comuns, principalmente quando crianças, conforme passamos por diferentes fases. Quando pequenas, as crianças têm receio de entrar em lugares desconhecidos ou diferentes daqueles que estão acostumadas, medo de se machucar e de ficar longe dos pais, por exemplo.

Mais adiante, medo do sobrenatural, da morte. Barulhos estranhos podem soar assustadores!

Isso é fisiologicamente comprovado, pois desde o nascimento já temos uma estrutura básica cerebral, denominada cérebro reptiliano, que é responsável pelas fortes emoções, e não pela racionalização. Em contrapartida, a compreensão racional se dá pela área do córtex pré-frontal em desenvolvimento.

Conforme a criança cresce e se desenvolve, os motivos disparadores da sensação de medo mudam, pois o cérebro se torna capaz de compreender racionalmente seu entorno, um medo ilusório, como por exemplo “se machucar ao descer um degrau”, pode ceder espaço para um novo medo, como por exemplo “não ter um bom desempenho escolar”.

Algumas regiões do cérebro completam o seu desenvolvimento por volta dos 21 anos , regiões estas responsáveis pela racionalização, em um processo de desenvolvimento contínuo, enquanto que áreas mais primitivas, como o cérebro reptiliano, composto pela região límbica, tronco encefálico e a amígdala já estão formadas desde o nascimento, pois são responsáveis por garantir os instintos básicos de sobrevivência. Ele, o cérebro reptiliano, aciona reações como: correr ou atacar? Fugir de um adversário, ou enfrentar? Por isso, é natural que o medo exista, pois ele parte dessa sensibilidade ligada às emoções intensas.

Então compreendemos que conforme envelhecemos nosso cérebro se desenvolve, os medos infantis dão lugar aos medos complexos, aprendemos a nos autorregular e a lidar com situações de medo de diferentes formas… Com o tempo, a criança vai crescendo e, caso trabalhemos nessa compreensão, ela aprenderá a controlar suas reações e a lidar com aquilo que a amedronta.