Alta da pressão do olho das crianças: Glaucoma não é só coisa de adulto e também pode afetar crianças

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, estima-se que o glaucoma afeta entre 1% e 2% da população com mais de 40 anos em todo o mundo, o que representaria cerca de 3 milhões de pessoas. Porém, outros dados apontam que 65 milhões de pessoas têm glaucoma, sendo esta doença a maior causadora de cegueira irreversível no mundo.

Muitas pessoas acreditam que essa doença, silenciosa e assintomática, causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento visual, afeta apenas adultos e idosos. No entanto, o que acaba ficando em segundo plano é que a doença também pode ser diagnosticada em crianças. O glaucoma congênito, como é chamado, é uma doença rara, na maioria das vezes, hereditária e está presente em um a cada dez mil nascidos e pode levar à cegueira, caso não seja descoberta a tempo. 

Assim como em adultos, a condição que acomete recém-nascidos e crianças até três anos, é causada pela danificação do nervo que liga os olhos ao cérebro, podendo estar associado ao aumento da pressão intraocular. Porém, diferentemente dos tipos que acometem adultos e idosos, o glaucoma congênito, na maioria das vezes, não é silencioso. No bebê, ele apresenta do que é chamada de uma tríade clássica: lacrimejamento, sensibilidade à luz e espasmo palpebral.  No entanto, o que acaba chamando mais atenção é o aumento do globo ocular com o olho bem grande e saltado. Além disso, a íris vai ganhando uma cor azulada.

É importante ressaltar ainda que o glaucoma congênito normalmente está associado a outras anomalias do desenvolvimento do globo ocular e doenças como a rubéola congênita. Porém, independente dos sintomas, o acompanhamento da saúde ocular é importante em todas as fases da vida. Embora o glaucoma não tenha cura, a detecção precoce e o tratamento podem evitar a perda progressiva da visão, levando à cegueira irreversível.   

O diagnóstico de glaucoma da infância se dá por meio do exame dos olhos da criança, medindo a pressão ocular. Obrigatório em todas as maternidades, o Teste do Olhinho é muito importante para o diagnóstico precoce. O exame pode identificar doenças que produzem opacidade no olho, como catarata congênita, os tumores da infância, as doenças infecciosas, a retinopatia da prematuridade e o glaucoma congênito. 

Em adultos exames como por exemplo, acuidade visual, biomicroscopia, tonometria (mensuração da pressão intraocular), gonioscopia, campimetria computadorizada, paquimetria, tomografia de coerência óptica do nervo, retinografia, estereofoto de papila, fundo de olho, devem ser realizados com frequência.  

Um dos principais tratamentos é o colírio anti hipertensivo. Mas, assim como nas demais doenças, a automedicação não é a melhor saúde. O oftalmologista é quem pode indicar a melhor opção. O colírio prescrito para tratamento do glaucoma, geralmente, é indolor e possui leves efeitos colaterais. No entanto, algumas pessoas não conseguem se adaptar a esse tipo de medicação.

No geral, os principais fatores de risco são idade e antecedentes familiares. Como disse, o glaucoma não tem cura, mas tem tratamento e é preciso segui-lo tim tim por tim. Muitas pessoas literalmente se esquecem de aplicar o colírio nos horários recomendados pelo médico, principalmente por não darem muito valor à atuação do remédio em relação ao problema. Falta, portanto, entendimento de que, no caso de lesão do nervo óptico, cada gotinha faz toda a diferença. 

Glaucoma é coisa séria e precisa ser tratado.