Novidades sobre o desenvolvimento da vacina do coronavírus para crianças: a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos autorizou a vacina contra covid-19 da Pfizer e da parceira BioNTech para uso em crianças a partir de 12 anos, ampliando o programa de vacinação do país. Essa aprovação abre caminho para, quem sabe, uma futura aprovação da Anvisa para o uso da vacina da Pfizer em adolescentes no Brasil.
A vacina está disponível nos EUA sob uma autorização de uso emergencial para pessoas a partir dos 16 anos. A Pfizer/BioNTech disseram que iniciaram o processo de aprovação total para essas idades na semana passada. Nesta segunda-feira (10), a FDA afirmou que estava fazendo alterações para incluir milhões de crianças de 12 a 15 anos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos estados que disponibilizassem a vacina aos adolescentes mais jovens imediatamente. “A ação de hoje permite que uma população mais jovem seja protegida da Covid-19, aproximando-nos de retornar a um senso de normalidade e acabar com a pandemia”, disse a comissária em exercício da FDA, Janet Woodcock, em um comunicado.
“Os pais e responsáveis podem ter certeza de que a agência realizou uma revisão rigorosa e completa de todos os dados disponíveis, como fizemos com todas as nossas autorizações de uso emergencial da vacina contra a covid-19.”
A maioria das crianças com covid-19 desenvolve apenas sintomas leves ou nenhum sintoma. No entanto, as crianças também correm o risco de adoecer gravemente e ainda podem transmitir o vírus, apesar das pesquisas recentes indicarem que elas não são as grandes transmissoras do vírus como foi divulgado no início da pandemia.
Em março, a farmacêutica Moderna começou estudos para aferir a eficácia em crianças entre 6 meses e 11 anos, nos Estados Unidos e Canadá. A Pfizer fez um estudo com 2.000 adolescentes de 12 a 15 anos, que começou em outubro e foi concluído agora, com a liberação da vacinação para essa faixa etária. O laboratório também tem estudos em andamento para crianças de 5 a 11 anos.
Em fevereiro, a Universidade de Oxford, que colaborou no desenvolvimento da vacina da AstraZeneca, também disse que iria começar testes semelhantes. Apesar disso, com parcela grande do mundo precisando de imunização e com o baixo risco de letalidade da doença para crianças, esse é um debate que intriga cientistas e líderes políticos.
Nos Estados Unidos, desde que a pandemia começou, 332 pessoas com menos de 18 anos morreram de covid-19, de um total que já ultrapassa os 560.000. No Reino Unido, de um total de 130.000 mortes, apenas 37 tinham menos de 20 anos.
Para muitos cientistas, a imunização de crianças e adolescentes não cumpre o papel de proteger essas pessoas, mas sim os adultos com quem elas convivem diariamente. Vacinar essa parcela da população, especialmente as que têm mais de 12 anos, é um dos argumentos da atual discussão alcançar a imunidade de rebanho, que reduziria a taxa de transmissão do coronavírus a um R menor que 1. Ou seja, a doença infectaria cada vez menos pessoas e se tornaria uma preocupação menor.
Além disso, algumas evidências apontam que o número de reações e efeitos colaterais das vacinas contra a Covid é mais alto quanto mais jovem você for. Mas para poder calcular esse risco com precisão, as farmacêuticas deverão testar o imunizante nos mais jovens, começando pelos adolescentes até as crianças pequenas, para monitorar de perto as respostas imunológicas e os índices de efeitos colaterais, a fim de fornecer às Agências Reguladoras os dados de que precisariam para autorizar o uso das vacinas nessa faixa etária.
Com informações da Agência Brasil