Fotos: Reprodução / Divulgação

Cristiane Mayra e Leila dos Reis

Criado em 27/04/21

Por que as crianças sofrem mais com infecções no nariz, ouvidos e garganta?

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Se tem algo que causa temor e angústia nos pais é ver o filho doente. Independente da gravidade do caso, o sofrimento dos pequenos costuma gerar uma sensação de impotência. Nesse sentido, infecções recorrentes no nariz, nos ouvidos e na garganta são uma das principais causas a tirar o sono dos pais, principalmente nos primeiros anos das crianças.

Afinal, por que o processo infeccioso nessas regiões do corpo é mais comum em crianças do que em adultos? Parte da explicação está na imunidade mais baixa dos pequenos, que só será formada definitivamente na pré-adolescência.

Os tecidos de proteção local da criança na garganta e no nariz são as amígdalas e a adenoide. De forma natural, a criança tem a higiene um pouco mais defasada do que a do adulto, pois leva tudo à boca, inclusive as mãos. Dessa forma, sua imunidade tem que trabalhar muito mais. E onde se produz essa imunidade local? Nas amígdalas e na adenoide, que aumentam de tamanho para produzirem mais células de defesa. É aí que ocorre a hipertrofia da adenoide e da amígdala, que tem como consequências as infecções de garganta, nariz e ouvido.

A criança que está escola tem contato com todo mundo. Assim, a escola é o principal fator de disseminação das infecções nas crianças. Entretanto, os pais não devem esperar o passar dos anos para buscar tratamento médico.

Essas infecções de repetição podem prejudicar a criança. Vamos deixar essa criança sofrendo e tomando antibióticos uma vez por mês, destruindo, portanto, a imunidade do seu intestino? Temos exemplos de crianças que tomam antibiótico todos os meses. Terminam um, passam alguns dias bem e ficam doentes de novo. 

Para caracterizar essa repetição, falamos no mínimo de 3 a 4 vezes com infecções em um ano. No entanto, tudo depende da intensidade da doença. Se a criança sente muito os efeitos das infecções, não consegue fazer nada, não consegue ir à escola, já é indicação de tratamento cirúrgico. O melhor é prevenir.

Alguns outros sintomas ajudam os pais a identificarem se a criança está sofrendo com as infecções recorrentes. Dificuldades auditivas, ronco, sono muito agitado e dificuldade de alimentação são alguns deles.

Às vezes, os pais entendem que as infecções são normais, pois eles também tiveram durante suas infâncias. O tempo vai passando, eles deixam de tratar e perdemos o momento correto para realizar o diagnóstico e o tratamento. Isso tem extrema importância. 

Para que a criança tenha um bom desenvolvimento físico e psicológico, é preciso que todos os seus sistemas – de imunidade e de crescimento, por exemplo – estejam em evolução. O hormônio de crescimento é produzido durante a madrugada. Se a criança não dorme direito, provavelmente não terá um desenvolvimento adequado. A recomendação, portanto, é sempre procurar um otorrino para verificar essas questões.

Ao diagnosticar problemas na adenoide ou nas amígdalas, frutos de infecções recorrentes, o tratamento inicial irá priorizar soluções clínicas, com o uso de medicamentos e vacinas.

Se o tratamento clínico não é suficiente ou eficaz, é indicado o tratamento cirúrgico. Alguns casos, no entanto, requerem cirurgia de imediato. Na apneia do sono, por exemplo, a indicação primordial é cirúrgica, pois a criança pode sofrer paradas respiratórias enquanto dorme. Sempre buscamos o tratamento clínico, mas a cirurgia pode ser necessária em alguns cenários.

Na maioria dos casos, as cirurgias de amígdalas e adenoide são feitas em conjunto. Os pais, no entanto, devem se preparar para o pós-operatório do procedimento, já que a criança precisa permanecer em repouso e pode reclamar de algumas dores. O ideal é que essas cirurgias sejam realizadas ainda na infância, desde que haja indicação médica. O adulto passou mais tempo com esse problema e naturalmente sentirá muito mais dor após o procedimento cirúrgico.

Sobre Cristiane Mayra e Leila dos Reis:

Otorrinolaringologistas do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia.

Sobre Cristiane Mayra e Leila dos Reis:

Otorrinolaringologistas do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia.

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 27/04/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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