Cinco atitudes para criar crianças antirracistas

Chamou a atenção de muitos a participação de pessoas brancas nos protestos após o assassinato de George Floyd, em Minneapolis. Isso demonstra que pessoas brancas podem ter participação no combate ao racismo.

Então separei cinco atitudes que podem colaborar para a formação de indivíduos com consciência racial e, possivelmente, antirracistas:

1. Crianças precisam ter relações com negros e negras, que não de subalternidade: quando a criança só tem relações com negros onde ela, hierarquicamente, é superior, o laço, por mais genuíno que possa ser, é construído com base em uma posição de superioridade. Quando esse elo é feito em um cenário em que ambas estão na mesma posição hierárquica, a ideia de superioridade tende a se desfazer;
2. Contar a verdadeira história da escravidão: uma das formas mais eficazes de submissão é negar a história de luta do povo oprimido. E é isso que os currículos escolares fazem quando o assunto é a história da escravização negra. Vários abolicionistas negros, como Luiz Gama e Maria Firmina, sequer são mencionados nas escolas, revoltas, como a do Malês, são maquiadas para tirar o protagonismo negro e também não se fala sobre a importância dos quilombos, as heroínas negras, etc.;
3. Consumir entretenimento negro: quando for assistir a um desenho ou dar um livro infantil, dê preferência aos que tenham negros e negras como protagonistas. Todos os meios de massa e todos os produtos da indústria cultural têm um impacto gigantesco no imaginário infantil. Ele pode criar ou reforçar imagens e preferências. A cultura da mídia oferece modelos daquilo que significa ser homem ou mulher bem-sucedido, poderoso ou importante, também fornece o material com que muitas pessoas constroem o seu senso de classe, etnia e raça;
4. Crianças precisam entender o privilégio racial: explique que a população negra possui os piores indicativos sociais, os menores índices de escolarização, de salários e de acesso a bens e serviços, assim como maiores índices de mortalidade, quando comparados com a população branca.  Esses dados, que devem ser falados em uma linguagem apropriada para a idade da criança, servem para atentar sobre a desigualdade racial brasileira. Para esse ponto funcionar é fundamental que o item dois dessa lista esteja em curso e a criança entenda que esses índices em nada têm a ver com competência e sim com desigualdade racial que se inicia com a escravização negra;
5. Dê o exemplo! Crianças, principalmente até os cinco anos, imitam tudo que veem nos adultos. Elas aprendem emulando comportamentos que veem, a partir dos modelos sociais com os quais crescem e interagem. Logo, nós temos papel importante. Ou seja, adulto, consuma MUITOS intelectuais negros, é muito importante que você entenda a visão negra do mundo para que seu ensinamento para os pequenos seja genuíno. Também parte de você dar exemplos de combate ao racismo e indignação diante de atos racistas. Nenhum dos exemplos anteriores irão funcionar se vistos apenas na teoria

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