Casos de coronavírus crescem entre crianças, mas estudos indicam que maioria não desenvolve quadro grave

Apesar de não serem considerados grupo de risco, o número de casos de coronavírus em bebês, crianças e adolescentes aumentou bastante nas últimas semanas, e com a notícia de casos de Covid-19 em dois recém-nascidos no Brasil, na Maternidade Santa Joana (SP), muitos pais estão preocupados.

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O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (2), em coletiva de imprensa, que há duas mortes de puérperas, ou seja, mães no período pós-parto, por COVID-19. Outro dado que chamou a atenção é que o país registrou a primeira morte na faixa etária de 6 a 19 anos.

Contudo, dois estudos divulgados recentemente podem ajudar acalmar o coração dos pais: uma pesquisa concluiu que a taxa de mortalidade entre crianças de 0 a 9 anos chega a 0% – foi publicada na revista científica The Lancet (veja aqui), e avaliou 70.117 casos confirmados de coronavírus na China. O estudo mostra ainda que na faixa etária de 10 a 19 anos, a taxa de letalidade é de 0,01%, com 549 casos confirmados e uma morte.

Esse estudo reforça a tese de que os sintomas do coronavírus são mais leves entre as crianças e complementa outras pesquisas realizadas, como o o estudo publicado no The Pediatric Infectious Disease Journal no dia 13 de marco, feito pela Universidade de Friburgo, na Suíça, com a  Universidade de Melbourne, na Austrália.

Essa pesquisa analisou dados chineses de fevereiro de 2020 revelou que crianças e adolescentes respondiam por apenas 2% das hospitalizações e que no grupo pesquisado não foi registrada nenhuma criança entre as vítimas fatais do Covid-19. No entanto, como as crianças têm menos sintomas, os cientistas levantam a suspeita de que elas são testadas com menos frequência, o que pode levar os números de infectados reais a serem subestimados.

A pesquisa levantou ainda um ponto interessante para os pais ficarem atentos: crianças afetadas pelo coronavírus costumam desenvolver sintomas gastro-intestinais.

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Vale lembrar que todas as pesquisas reforçam que, se por um lado as crianças tem sintomas mais leves, por outro têm a mesma chance de contrair o coronavírus que os adultos e podem transmitir sem saber, por ter os sintomas leves ou ser assintomáticos.

Para os pesquisadores, seria importante realizar testes nessa faixa etária para entender a importância dela na transmissão do vírus para a população. Enquanto isso não ocorre, vamos seguir as recomendações de manter os pequenos distantes dos grupos de risco, como idosos, pessoas com comorbidades e doenças respiratórias.