Da Redação

Criado em 02/04/20

Fotos: Reprodução / Divulgação

Casos de Dengue disparam e doença cresce 61% no País: em menos de três meses foram registrados 441 mil casos e 308 mortes

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À sombra da pandemia global do coronavírus, um antigo inimigo da saúde pública no Brasil segue fazendo vítimas: o mosquito Aedes Aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. Em menos de três meses (até 21/03/20), o Brasil já registrou 441,22 mil casos de dengue, 61,5% acima dos 273,19 mil registrados no mesmo período do ano passado e praticamente seis vezes o número de casos registrado no ano de 2018, quando tivemos 71,52 mil casos neste intervalo, conforme dados do  Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.

Apesar de ser menos letal que o Coronavírus – a Dengue já registra 308 mortes  este ano – sendo 120 mortes confirmadas e 188 em análise – a doença tem alta incidência e acaba gerando muita demanda nos sistemas de saúde. Para se ter ideia do volume, no ano passado foram 1,54 milhão de casos de dengue, e a expectativa do Ministério da Saúde é que esse número de casos seja maior este ano.

Em janeiro, o Ministério da Saúde declarou que 11 estados correm o risco de sofrer surto de dengue. Toda a região Nordeste, o Rio de Janeiro e o Espírito Santo podem ter epidemia do sorotipo 2 da doença.

Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, os casos de dengue no Brasil flutuam. Os anos com altas podem ser explicados pela volta de um dos quatro subtipos da doença no País, mas desde o fim de 2018 o subtipo 2 está sendo registrado, e ele não era observado desde 2008.

Tendência de crescimento

Os dados apontam para uma tendência de aumento nos casos de dengue em todo o país nos próximos meses. O aumento das chuvas este ano e o pouco calor em janeiro “empurraram” a epidemia para os meses seguintes e a situação deve piorar em março e abril.

O avanço da doença levou o Ministério da Saúde a preparar um comitê de operações de emergência para arboviroses, categoria que engloba doenças como dengue, chikungunya e zika. O Ministério informou que já fez a compra de kits de diagnóstico da dengue para todos os Estados e que  distribuiu inseticidas, equipamentos e insumos para as equipes de zoonoses e controle do Aedes aegypti, cujos agentes seguem fazendo as visitas, mesmo com as restrições de isolamento por conta do coronavírus.

A maioria dos casos se concentram em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Cerca de 40% dos casos se concentram em 10 cidades: Ribeirão Preto, Votuporanga, Catanduva, Potim, Mococa, Guararapes, Lorena, Cruzeiro, Lucélia e a capital paulista. O estado lidera os casos de dengue no país. Paraná, com 52,6 mil casos da doença, e Minas Gerais, com 25 mil casos, também se encontram em situação grave.

Apesar do crescimento nos casos de dengue, o país vem registrando queda nas notificações de casos de chikungunya e zika vírus, que também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Até fevereiro, ocorreram 5.980 casos de chikungunya, ante 7.257 em igual período do ano passado. Já os casos de zika foram 579, queda de 52%.

Como proteger as crianças

Ainda não há uma vacina eficiente contra a dengue. A única aprovada até o momento, do laboratório Sanofi-Aventis, não serve para imunizar a população, pois só funciona em quem já teve dengue uma vez e tem mais de nove anos de idade.

Os repelentes são uma ferramenta útil, mas só podem ser utilizados a partir dos 6 meses de idade e para espantar o mosquito da Dengue precisa ter um dos princípios ativos abaixo:

– Icaridina: pode ser usado e crianças a partir de 2 anos, tem duração de 8 a 10 horas.
– DEET: para crianças com mais de 2 anos, mas não pode ser aplicado mais do que três vezes por dia.
– IR 3535: pode ser usado em bebês a partir de 6 meses, se tiver orientação do pediatra. Protege por até 4 horas.

Veja que repelentes naturais como a citronela não têm eficiência cientificamente comprovada contra o mosquito da Dengue.

Aplique repelente no máximo três vezes ao dia, e apenas na pele exposta – a pele que fica sob a roupa não precisa do produto, e não esqueça de lavar as mãos depois de aplicar o repelente. Outra dica: os repelentes não devem ser usados junto com os filtros solares, que precisam ser reaplicados com uma frequência maior.

Quando passar o repelente na criança, não exagere na quantidade, não deixe escorrer e não passe nas mãos, perto dos olhos e nem nas regiões com dobras, como atrás dos joelhos, pois a criança pode se coçar e depois levar a mão à boca.

Use telas nas janelas e mosquiteiros no berço, para impedir a passagem do mosquito. Lembre-se de usar o acessório também no carrinho, quando for passear com a criança. Roupas leves, calças e blusas de magas compridas também são ferramentas eficientes.

Nunca durma ou deixe as crianças dormirem com repelente na pele, porque ele pode causar irritações. Outra forma de prevenção é dar um banho antes de dormir, se a criança brincou muito e está suada, pois a pele úmida é um atrativo para o mosquito, o suor altera o odor do corpo, o que chama a atenção do transmissor da dengue, assim como perfumes.

Alguns métodos que vemos na internet, como aplicativos de celular com ultrassom, dispositivos para pendurar no carrinho do bebê que emitem sons que só o mosquito ouviria, emissores de luz azul, ingestão de vitamina B1, entre outros, não são métodos comprovados para repelir o mosquito da Dengue.

Como combater a epidemia da Dengue

A Dengue é uma doença urbana que se prolifera facilmente em grandes cidades que possuem deficiências em saneamento urbano. Não há vacina e a melhor forma de proteger é combater os focos que podem virar criadouro do Aedes aegypti, um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto do homem.

Com hábitos diurnos, o mosquito se alimenta de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Aproveitem que estão em quarentena em casa e limpem o quintal, eliminem os focos de dengue! Veja as principais orientações da ANS:

Cuidados gerais:

  • Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas.
  • Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
  • Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para atendimento. Não tome qualquer medicamento por conta própria.
  •  Tampe os tonéis e caixas d’água;
  •  Mantenha as calhas sempre limpas;
  • Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
  • Mantenha lixeiras bem tampadas;
  • Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
  • Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
  • Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
  • Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
  • Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
  • Limpe ralos e canaletas externas;
  • Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
  • Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 02/04/20. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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