Da Redação

Criado em 12/10/21

Fotos: Reprodução / Divulgação

9 razões que contribuem para a queda na vacinação

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Após décadas de esforços e uma taxa de imunização crescente, os índices de imunização para algumas doenças começaram a decair. Diversos órgãos e entidades já apontaram que, desde 2015, as coberturas vacinais estão em queda. Alguns pesquisadores consideram os índices “alarmantes”. Mas afinal, o que está por detrás disso?

Segundo dados do Ministério da Saúde de outubro de 2020, apenas 63,88% dos brasileiros haviam se vacinado contra a BCG (que protege contra formas graves da tuberculose) e 68,46% contra o rotavírus humano (umas das mais comuns “viroses” que afeta as crianças).

O ministério ainda havia apontado que a maior cobertura vacinal de 2020 até aquele mês foi a Pneumocócica, com 71,98%. Se comparado ao ano anterior, houve uma diminuição de 16,61 pontos percentuais da vacinação. Em 2019, a meta já não havia sido atingida, permanecendo na casa dos 80% de cobertura.

Abaixo da recomendação

As reduções que vêm ocorrendo desde 2015 colocaram o Brasil, para a maioria das vacinas, bem abaixo da taxa de imunização recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para grande parte das vacinas aplicadas, a OMS recomenda uma taxa igual ou superior a 95%. Para outras doenças, como o rotavírus, a recomendação fica na casa de 90%.

Para vacinas como a da Poliomielite, a Pentavalente e a Hepatite B, por exemplo, o Brasil vinha mantendo índices acima ou na faixa recomendada da OMS por pelo menos 10 anos. De 2015 para cá, o país tem ficado sempre abaixo desses índices.

Por que as pessoas deixaram de vacinar os filhos?

As reduções registradas levam a um único fato central: os pais têm vacinado menos os seus filhos. Na cultura que convivemos, isso parece absurdo, mas é cada vez mais comum. E, segundo o próprio ministério quanto especialistas, há pelo menos 9 razões pelas quais isso vem ocorrendo.

  1. Percepção enganosa dos pais de que as doenças “sumiram”. Elas continuam aí. Os vírus e bactérias que causam as doenças infantis não foram extintos, eles apenas não infectam mais as pessoas em virtude da imunização criada pelas vacinas. Sem essa barreira, estamos novamente abrindo espaço para que novas infecções ou mesmo surtos possam ocorrer no futuro.
  2. Desconhecimento a respeito do calendário de vacinação. As vacinas possuem um calendário que começa aos 2 meses de idade da criança e se estende até a fase adulta da vida. Muitos pais alegam desconhecer esses calendários ou não ter acesso a eles, e por essa razão deixam de levar os filhos a postos de saúde.
  3. Medo das vacinas. Nos últimos anos, as redes sociais têm propagado todo tipo de factoide a respeito de supostas reações adversas a vacinas. A maioria dessas “notícias” é falsa ou criada a partir de meias verdades. Ainda assim, aumenta a cada dia o número de pessoas dispostas a não vacinar os filhos por medo de reações causadas pelas vacinas que não possuem qualquer respaldo científico.
  4. Sobrecarga imunológica. Muitos também acreditam que há “muita vacina” e que isso causaria sobrecargas no sistema imunológico, principalmente em crianças. Novamente, não há aqui qualquer respaldo científico a essa possibilidade e os calendários de vacinação, além disso, já são desenhados de modo a evitar essa possibilidade.
  5. Falta de tempo. Parece incrível, mas muitos pais alegam falta de tempo para levar as crianças a postos de saúde ou vacinação. A verdade é que, de fato, ainda há muitos casos em que empregadores não dispensam funcionários para esse fim – especialmente nas classes menos favorecidas.
  6. Recomendação médica. Por mais absurdo que possa parecer, pesquisas ministeriais e de órgãos independentes mostram que muitos médicos e profissionais de saúde recomendam aos pacientes que não tomem vacinas contra doenças que “não existem no país”, o que inclui aquelas que foram erradicadas nas últimas décadas.
  7. Problemas de abastecimento. Embora o ministério sistematicamente argumente que ocorre apenas em casos isolados, a verdade é que algumas regiões do Brasil acabam sofrendo com problemas de abastecimento de alguns imunizantes.
  8. Grupos antivacina. Em redes sociais e mesmo em entidades organizadas, é cada vez maior o número de grupos que se posicionam de forma contrária à vacinação, a exemplo do que vem ocorrendo em outras partes do mundo.
  9. Mudança de sistema. A mudança no sistema nacional de registro de vacinação é outro fator apontado como causa de algumas das reduções. Nem todos os municípios do país possuem computadores e tecnologia para registro em tempo real das vacinações no DataSUS e, com isso, não se sabe ao certo o quanto esse entrave tecnológico pode estar influenciando ou deturpando os índices de vacinação no país.

O calendário nacional de vacinação

É bem verdade que a cada ano, novas vacinas entram em cena e há alterações, ainda que mínimas, nos calendários vacinais. Contudo, ao invés de buscar essa informação em sites, revistas e folhetos, é sempre possível acessar as versões mais recentes do calendário no próprio site do Governo Federal.

Além dos calendários de vacinação de crianças, há calendários específicos para adultos e idosos e também para adolescentes. Todos eles podem ser encontrados no mesmo lugar e podem ser baixados em PDF nesses links:

Não vacinar os filhos é ilegal

Nem todo mundo sabe, mas a vacinação de crianças e adolescentes no Brasil é obrigatória e de responsabilidade dos pais ou tutores. A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), comenta: “é dever de todos os pais (e/ou eventualmente guardiães) submeter os filhos menores ao calendário de imunização visando preservar a sua integridade física, a qual é indisponível, ou seja, não se trata de uma faculdade, mas sim de uma obrigação legal”.

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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 12/10/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos

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