Maioria das grávidas e puérperas mortas pelo coronavírus é brasileira, diz estudo

O Brasil bateu um triste recorde nesta pandemia! Segundo estudo publicado no International Journal of Gynecology and Obstetrics, das 160 gestantes e puérperas que morreram devido ao novo coronavírus em todo o mundo, 124 eram brasileiras. Um total de 77% dos casos.

O estudo foi feito por um grupo de enfermeiras e obstetras brasileiras ligadas à Unesp, UFSCAR, IMIP e UFSC, analisando dados de um sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, o SIVEP-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe). Foram considerados os dados de 26 de fevereiro, data do primeiro caso registrado de Covid-19 no Brasil, até o dia 19 de junho.

Foi constatado um número de de 978 grávidas ou mulheres no pós-parto diagnosticadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave causada por coronavírus. Dessas, 124 foram a óbito, uma taxa de letalidade de 12,7%.

Mulheres no pós-parto são a maioria no número de mortas. Foram constatadas algumas mortes com fatores de risco associados, como problemas cardiovasculares e obesidade, mas também houve mortes entre grávidas completamente saudáveis.

Porém, a pesquisa alerta para uma possível subnotificação de casos de grávidas infectadas, isso porque, como não existe uma política de testagem para este grupo, apenas quem apresenta sintomas graves é testada, o que pode explicar a grande taxa de letalidade. Fatores como o atendimento pré-natal de baixa qualidade, falta de recursos para cuidados críticos e de emergência, disparidades raciais no acesso aos serviços de maternidade, violência obstétrica e as barreiras adicionais colocadas pela pandemia para o acesso aos cuidados de saúde também são citados como motivos para a alta taxa de mortalidade no Brasil.

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