Adriana Drulla
Criado em 04/02/21
Se você já foi adolescente, sabe que é um período conturbado. A adolescência é uma fase de mudanças cerebrais e sociais que aumentam a vulnerabilidade para o desenvolvimento de patologias como depressão e ansiedade. Segundo relatório do Ministério da Saúde publicado em 2018, 60% dos adolescentes que passaram em consulta médica relataram sintomas depressivos.
A saúde mental, ou a ausência dela, é resultado de um processo multifatorial. É impossível apontar um único vilão. Porém, é fato que os números pioraram expressivamente a partir de 2009 e 2010, quando as redes sociais se tornaram populares entre as crianças e adolescentes.
Twenge estuda dados sobre o comportamento de adolescentes americanos desde a década de 70. Ela alerta que meninas usam redes sociais mais do que meninos, e são mais vulneráveis a seus malefícios. Este é um dos motivos que a pesquisadora aponta para o fato de que triplicaram as internações por automutilação entre meninas de 10 a 14 anos no período de 2009 a 2015. A depressão aumentou em 60% na faixa etária de 12 a 19 anos entre 2009 e 2017.
Segundo pesquisa da CETIC.br, no Brasil 82% das crianças e adolescentes utilizam as redes sociais, aproximadamente 22 milhões de crianças entre 9 e 17 anos. Nos Estados Unidos, 90% dos adolescentes entre 13 e 17 tem perfis nas redes. Um mercado multimilionário.
A questão é que a regulação governamental e responsabilidade social das empresas anda bem atrás da ciência. A indústria de tabaco é um caso clássico – o movimento regulatório começou muitas décadas depois dos malefícios do cigarro estarem comprovados. Falando sobre os efeitos das redes sociais, Sean Parker, primeiro presidente do Facebook, desabafou “sabe Deus o que isso está causando nos cérebros das nossas crianças”. A ciência começa a desvendar os prejuízos. Conheça 5 deles.
Na mídia, vemos executivos e fundadores das empresas de tecnologia dizendo publicamente que mantém os filhos longe das redes, eles conhecem os malefícios. A maioria deles endossa o movimento conhecido como “slow-tech parenting”. Manter os filhos longe das redes é um desafio, sobretudo em tempos de isolamento social. Neste ponto, eu concordo com a recomendação de Haidt: se for necessário usar a tecnologia para a manutenção das amizades, as crianças estão mais seguras com as ferramentas de texto ou vídeo conferência.
Em 1977, uma pesquisa da associação das indústrias de tabaco afirmou que “a instalação do hábito de fumar é um fenômeno adolescente”. Quanto mais cedo, maiores chances de que a pessoa fume por 30 anos ou mais. Uma situação semelhante está acontecendo hoje com as redes sociais. Desta vez, quem está pagando o pato são os nossos filhos, os filhos de quem ainda não sabe que redes sociais não são brincadeira de criança. Compartilhe esse alerta.
Sobre Adriana Drulla:
Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. Estudou com Martin Seligman, psicólogo fundador da psicologia positiva, e outros pesquisadores referência neste campo nos Estados Unidos e no mundo.
Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade, é também especialista em Mindfulness e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP.
Instagram: https://www.instagram.com/adrianadrulla/?hl=pt-br
Sobre Adriana Drulla:
Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. Estudou com Martin Seligman, psicólogo fundador da psicologia positiva, e outros pesquisadores referência neste campo nos Estados Unidos e no mundo.
Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade, é também especialista em Mindfulness e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 04/02/21. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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