Por Priscilla Negrão
Criado em 18/04/23
Fotos: Reprodução / Divulgação
Trocar armas por flores, ódio por cartões de amor, violência por carinho e chocolate. Essa é a proposta do movimento que está viralizando nas redes sociais e que promete tomar conta das escolas brasileiras no próximo dia 20 de abril, quando muitas escolas irão celebrar o “Dia da Compaixão, do Amor e da Gratidão”. O movimento é anônimo, surgiu na internet como uma resposta à onda de ameaças às escolas que nas últimas semanas levaram apreensão a pais, mães, professores e estudantes.
O movimento escolheu o dia 20 de abril pelo peso que a data possui, data da trágica chacina de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999. Naquele dia, dois estudantes armados invadiram a escola e mataram 12 alunos e um professor antes de cometerem suicídio. Esse evento chocou o mundo e levantou preocupações sobre a segurança nas escolas e a violência entre os jovens.
É importante destacar que não se trata de uma iniciativa oficial das escolas nem da Secretaria de Educação, e não é uma data que foi incluída no calendário escolar. É um movimento que surgiu como contraponto, de forma orgânica e viral, na internet, com a circulação deste vídeo – Veja aqui o vídeo que está circulando nas redes sociais. – e mensagens similares.
Há muitos pais que não apoiam o movimento, por dar relevância a uma data que não tem nenhuma relação cultural com o Brasil, dar mais peso e atenção a essa onda de fake news que veio com o tema do dia 20 de abril e por transformar a data em um grande evento.
Além disso, muitos pais estão com receio de mandar as crianças para a escola no dia 20 de abril.
A data do dia 20 de abril tem provocado uma grande onda de fake news e pânico nas redes sociais, principalmente entre crianças, adolescentes, pais e mães, causando inclusive a suspensão de aulas em algumas escolas na semana passada. Além disso, muitas crianças, principalmente as que tem acesso a celulares e a grupos de whatsapp, receberam muitas informações falsas e isso criou pânico em muitas escolas.
Para combater essas questões, pais e a comunidade escolas de todo o País planejam uma série de atividades e ações para transformar a data que estava apavorando crianças e pais em uma data de celebração do amor e da paz – o Dia da Compaixão, do Amor e da Gratidão.
O objetivo é promover a empatia, o respeito e o cuidado mútuo entre os estudantes, professores e funcionários da escola, além de estimular a gratidão por todas as coisas boas na vida.
O movimento viralizou com um vídeo com a trilha sonora de “Imagine”, cantada por John Lennon – vale lembrar, o cantor teve a brilhante carreira interrompida pela violência – e convida com a seguinte mensagem:
“Que tal partir da gente, como pais, um dia de compaixão, amor e gratidão nas escolas do Brasil? E que tal o dia 20 de abril, próxima quinta-feira? Cada criança leva uma flor, um bombom, um cartão, um abraço para ser distribuído entre professores, colegas, coordenação, direção, toda a equipe de limpeza. Precisamos mudar o foco para um movimento positivo e construtivo. Vamos produzir momentos para compartilhar o bem, dentro e fora do colégio. Cada um compartilha aí uma frase pelo que é grato dentro do ambiente escolar. Lembre-se da época em que era criança, adolescente dentro de uma instituição de ensino. Vamos viralizar esse post e também o sentimento de compaixão!”.
Cada escola, seja da rede particular ou privada, está lidando com o tema da sua forma. As atividades planejadas incluem momentos de reflexão, agradecimento e perdão, além de discussões em sala de aula sobre como praticar a compaixão e o amor no dia a dia. Também haverá ações de solidariedade, como a doação de alimentos e roupas para instituições de caridade e para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Ao promover o Dia da Compaixão, do Amor e da Gratidão, as escolas estão contribuindo para a construção de uma cultura de paz, em que a violência e o bullying não tenham espaço. Além disso, essa iniciativa ajuda a formar indivíduos mais solidários, empáticos e comprometidos com a construção de um mundo melhor.
O número de ataques violentos em escolas no Brasil vem crescendo nos últimos anos, e se intensificou em 2022 e 2023. Além disso, escolas, estudantes, pais e professores precisam lidar com ameaças e fake news sobre supostos ataques em várias cidades brasileiras.
Nesse cenário, é importante que a sociedade e a escola estabeleçam uma relação de cooperação para enfrentar o problema sem disseminar pânico. A melhor forma de abordar o tema com crianças e adolescentes é responder a pergunta de forma clara e objetiva, mas sem provocar medo.
Além disso, é importante que os pais e responsáveis invistam em tempo de convivência e se mostrem presentes, abertos ao diálogo e acolhimento de angústias, e procurem ajuda profissional se necessário.
É preciso evitar falar sobre os ataques perto das crianças e adolescentes, a não ser que seja com a função específica de explicar o tema. Também é importante não disseminar todas as ameaças que surgem, e denunciar às autoridades caso a denúncia pareça verídica.
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Atenção: Todas as informações são de responsabilidade dos organizadores do evento e estão sujeitas a modificações sem prévio aviso. As informações foram checadas pela equipe de reportagem do São Paulo para Crianças em 18/04/23. Antes de sair de casa, confirme os dados com o destino, para evitar imprevistos
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